19- Língua de Trapo
por Reinaldo BuiIrmãos, não falem mal uns dos outros. Quem fala contra o seu irmão ou julga o seu irmão, fala contra a Lei e a julga. Quando você julga a Lei não a está cumprindo, mas está se colocando como juiz. Há apenas um Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e destruir. Mas quem é você para julgar o seu próximo? (Tg 4.11-12)
Na Idade Média os monges classificaram os pecados em sete fundamentais (capitais) que são: Orgulho, Inveja, Glutonaria, Lascívia, Ira, Ganância e Preguiça. É interessante notar que não consta desta lista a Maledicência, e se esta lista fosse elaborada nos dias de hoje, creio que também não entraria. Quer saber por quê? Porque sua popularidade e aceitação social são imensas. Porém o fato da maledicência ser aceita socialmente, não a torna aprovada por Deus. Pense nos “sete pecados” alistados por Deus em Provérbios 6.16-19. A maledicência tem a capacidade de destruir pessoas e relacionamentos.
Tiago, retomando o assunto, sugere um exame mais apurado de nossa atitude diante deste tema tão grave. Facilmente caímos neste pecado por não atentarmos em quão equivocada está nossa visão em relação aos outros, em relação à Lei, em relação a Deus e em relação a nós mesmos. Nestas três linhas acima descritas, podemos perceber a gravidade da nossa atitude ao não considerar que o próximo (seja nosso irmão ou não) é alguém criado por Deus e alvo de Seu amor.
Em segundo lugar, podemos também perceber o quanto falhamos ao julgar ou “passar por cima” da Lei. Falar mal ou julgar não é só falta de afeto, mas é agir contra a Lei e estar em desacordo com ela. Lei esta que protege o próximo e irmão, que não somente protege de males como lhe garante privilégios. Uma conduta diferente desta é não aceitar a Lei como autoridade, considerando a nossa perspectiva superior.
Em terceiro, erramos feio também por não considerarmos a pessoa e a vontade de Deus. Tiago diz que Deus é Legislador, ou seja, é Ele quem estabelece o que é certo e o que é errado. Isto não é capricho, é a verdade e o Seu caráter. Tiago diz também que Deus é Juiz. Isto significa que todos nós nos apresentaremos diante dele para prestar contas. Por acaso você acha que pode ocupar o lugar de Deus (como Legislador e Juiz)? Além do mais saiba que estamos constantemente diante dele, que vê o íntimo dos nossos corações, nossas ações e nossas motivações. Quer falar alguma coisa de alguém? Fale diante daquele que sonda nossas mentes e corações! Por último, não percebemos o quanto estamos equivocados a respeito de nós mesmos.
Ao comentar sobre a vida alheia, estamos nos colocando acima do próximo, acima da Lei e acima de Deus... Colocamo-nos numa posição de superioridade, coincidentemente o motivo da queda de Satanás. Cabe-nos a pergunta: Mas quem é você para julgar o seu próximo? Mais do que nunca, precisamos cultivar a humildade. Humildade inclui se ver como uma criatura de Deus, como qualquer um. Se ver como amado por Deus assim como todos são. Se ver como chamado para servir a Deus e fazer sua vontade. Quem é você para julgar o seu próximo? Ignorar o que Deus fala sobre julgar e falar de outros é arrogância. Julgar e condenar é se colocar em posição de superioridade. Humildade inclui se colocar sob a autoridade do Pai, ao invés de se auto-exaltar através do rebaixamento de outros. Quem é você para julgar o seu próximo?
Falar mal é falar palavras ásperas acerca de outro, sejam verdadeiras ou não. Difamar e denegrir o próximo quebra o princípio do amor devido. Ao tomar conhecimento da falha de alguém, ao invés de falar mal, procure socorrer ou auxiliar a pessoa. Qualquer coisa que fizermos fora disso é falta de amor.
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