sexta-feira, novembro 30, 2007

Leão e Sonya Tolstói: Uma boa idéia?

Tenho lido Maravilhosa Graça de Phillip Yancey (Ed. Vida). Abaixo transcrevo uma pequena parte do livro que hoje me chamou muito a atenção.

Leão Tolstói achou que iniciara bem seu casamento permitindo que a noiva adolescente lesse seus diários, que registravam com sensacionais detalhes todas as suas brincadeiras sexuais. Ele não queria guardar segredos para Sonya - queria iniciar um casamento com a ficha limpa, perdoado. Em vez disso, a confissão de Tolstói semeou as sementes de um casamento que seria sustentado com vides de ódio, e não de amor.

"Quando ele me beija, estou sempre pensando: 'eu não sou a primeira mulher que ele amou'", escreveu Sonya Tolstói em seu diário. Alguns impulsos adolescentes do marido ela conseguia perdoar, mas não o caso de Axinya, uma mulher camponesa que continuou trabalhando na propriedade de Tolstói.

"Um dia desses eu me mato por ciúmes", Sonya escreveu depois de ver o filho de três anos de idade da camponesa, a imagem exata de seu marido. "Se eu pudesse matá-lo (Tolstói) e criar uma pessoa nova exatamente como ele é agora, eu o faria alegremente."

Outra anotação no diário datada de 14 de janeiro de 1909: "Ele gosta daquela prostituta camponesa com o forte corpo de fêmea e pernas queimadas de sol, ela o atrai tão poderosamente agora como fazia durante todos aqueles anos passados..." Sonya escreveu essas palavras quando Axinya era uma encarquilhada velha de oitenta anos.

Foi a idéia de Leão Tolstói boa ou ruim? Comente.

Pensei muito em Paulo...

Ontem e hoje foram dias que eu pensei muito sobre a vida do apóstolo Paulo. Ele, como Saulo (seu nome antes da conversão), foi um tremendo assassino (Fp 3.6; 1Tm 1.13). Sua lista de pecados dava inveja a muitos que gastam tempo tramando seus planos maléficos. Ele mesmo diz em sua carta a Timóteo, Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior (1Tm 1.15).

Sei que há conseqüências de minhas escolhas pelo pecado que perduram até hoje e que geraram péssimos resultados para minha vida. Alguns poderiam dizer: "é que você ainda não se perdoou". A Bíblia não ensina o perdão próprio. O perdão é sempre vertical ou horizontal destinado à outra(s) pessoa(s), mas isso é conversa para outro dia. A pergunta é: como viver diante de águas passadas que constantemente voltam?

Depois da conversão de Saulo, seu foco era tão convergido na vida de Cristo Jesus, que nem traços de sua antiga ímpia vida percebo. Isso não significa que não acho que sua vida pré Cristo não o potencializou a ser quem foi. Não tenho dúvidas que a experiência que ele teve antes do recebimento do passaporte celeste foi significante para se tornar a pessoa que as Escrituras nos revela. Contudo, será que ele não tinha momentos que o levava para baixo, em função do seu passado como escravo do pecado?

Meu triste pecado, por meu Salvador,
Foi pago de modo cabal;
Valeu-me o Senhor, ó mercê sem igual!
Sou feliz! Graças dou a Jesus!
SPAFFORD, Horatio G. Sou feliz. Cantor Cristão, hino 398. Juerp: Rio de Janeiro 1995

Respondendo à pergunta acima, eu creio que sim, que Paulo tinhas seus momentos "baixos" com Deus. Ele nos diz em Romanos: não entendo o que faço, pois não faço o que desejo, mas o que odeio (7.15). Ele disse "faço" e não "fazia". Ainda assim, ele se mostra, nas Escrituras, alguém incentivado pelo passado, enquanto "perdeu tempo", enquanto vivia sem o único e verdadeiro Deus.

Encontro, também em suas letras, uma solução para viver como Paulo, incentivado à louvar a Deus através de seu terrível passado, sem comunhão com Ele:
1. Busque a Deus - procurem as coisas que são do alto (Cl 3.1);
2. Pense nEle - Mantenham o pensamento nas coisas do alto (Cl 3.2);
3. Abandone o pecado - abandonem todas estas coisas... (Cl 3.7);
4. Viva o novo homem (ressurreto) - revistam-se (Cl 3.3,12);
5. Medite nas Escrituras - Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo (Cl 3.16);

Espero que a vida de Paulo ainda influencie muitas pessoas.

Tornem-se meus imitadores,
como eu o sou de Cristo

(Palavras do apóstolo Paulo, 1Co 11.1 - NVI)

quinta-feira, novembro 29, 2007

Carta Natalina aos Meus Vizinhos

Hoje de manhã me senti impelido para escrever uma carta e então distribuí-la em meu bairro. Não pude deixar de desejar um genuíno feliz Natal para meus vizinhos. Espero que esta possa ser um incentivo para muitos cristãos poderem proclamar sobre a verdadeira razão da existência do Natal nesta época.



Olá vizinhos do Res. Burato,

Meu nome é Thiago Zambelli e sou morador do bairro, assim como vocês. Moro na rua Alberto G. Pimentel. Estou aqui desde o começo do ano, e devo confessar que gosto muito deste lugar. Essa breve carta é na verdade, para dizer “Feliz Natal”, mas gosto de colocar um pano de fundo...

O Natal é o feriado mais esperado do ano e empiricamente, todos nós sabemos disso. Shoppings montam suas árvores dois meses antes da data, comerciais surgem na televisão muito tempo antes do dia 25/Dez, que na verdade, não tem nada a ver com árvore e tampouco com presentes do Papai Noel.
Não sou favorável à utilização da árvore de natal, mas não corro absolutamente contra a cultura dominante. Em casa, temos uma pequena árvore que gosto de chamar de árvore de Jessé.

Um ramo surgirá do tronco de Jessé,
e das suas raízes brotará um renovo.
O Espírito do SENHOR repousará sobre ele,
o Espírito que dá sabedoria e entendimento,
o Espírito que traz conselho e poder,
o Espírito que dá conhecimento e temor do SENHOR.
E ele se inspirará no temor do SENHOR.
Não julgará pela aparência, nem decidirá com base no que ouviu.

Isaías 11.1-3 (NVI)

A Bíblia é o livro base da fundamentação do Natal. Sabemos que no Natal é comemorado o dia do nascimento de Jesus Cristo, mas na prática, são poucos os lares que o fazem.

A passagem de Isaías traz um nome muito conhecido por Israel: Jessé. Infelizmente nós brasileiros não damos muita bola para genealogias. Este homem foi o pai do rei mais respeitado da nação de Israel, Davi. Há muita informação sobre este grande rei e alguns concordarão... A informação mais preciosa é que ele seria o pai (antecedente) daquele descrito como o renovo (broto, galho novo) da passagem bíblica acima: Jesus Cristo.

Na árvore genealógica de Jessé, pai do rei Davi, está o Rei dos reis, Senhor dos senhores (1Tm 6.15), para quem nosso Natal deveria ser celebrado. No contexto bíblico, os presentes foram dados a Jesus e se deveríamos trocar presentes, como sugere o time de fãs do Papai Noel, deveria ser para lembrarmos que o Salvador nasceu, e por causa dEle temos livre acesso ao céus.

Meu desejo e felicitação é que todos nós voltemos nossos corações à essência do Natal. Nessa data tão esperada no mundo todo, a razão pela qual deveríamos nos alegrar se tornou secundária, às vezes nem mesmo isso, tudo como uma fajuta desculpa para comermos castanhas e gordos perus. Por isso tudo...

Feliz Natal!

segunda-feira, novembro 12, 2007

Madre Teresa e as Obras de Amor

Be faithful in the little practices of love which will build in you the life of holiness and make you Christlike.


Tradução:
Seja fiel nas pequenas práticas de amor, que irá construir em você uma vida de santidade e fazê-lo como Cristo - Madre Teresa de Calcutá.
Desconheço as pessoas que a já falecida e mundialmente querida Madre Teresa destinou a frase acima. Apesar de gostar da essência da frase, eu não concordo com ela.

Conforme a ordem da frase dela, eu entendo que a demonstração de amor [através das obras] é pré-requisito para que eu seja mais santo. A palavra de Deus nos ensina que há um pré-requisito para a santidade: a posse pessoal do Espírito Santo que somente tem quem aceitou o sacrifício expiatório de Jesus Cristo na cruz.

Então lhe perguntaram: "O que precisamos fazer para realizar as obras que Deus requer?" Jesus respondeu: "A obra de Deus é esta: crer naquele que ele enviou" - João 6.28-29

A essência da frase que eu gosto, é justamente o incentivo à prática do amor. A conclusão da prática, conforme a madre, é um equívoco, segundo a Bíblia. O apóstolo Paulo escreveu o seguinte para crentes...

Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus - 2Co 7.1

Note bem as palavras de Paulo à igreja de Corinto. Apesar de não ser um versículo de explanação exaustiva, de que forma é possível, segundo o apóstolo, aperfeiçoar a santidade?

Tudo o que eu escrevi não nega que ao praticar o amor, o santo [o crente nEle] se torna mais santo, ou seja, desenvolve positivamente sua santidade. A questão é o pré-requisito para haver santidade. Santidade é algo inerente ao santo e nem todos são santos. Os filhos de Deus são os que se apropriam deste título [por causa da graça de Deus somente].

Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo, mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação - Cl 1.22

É preciso que pratiquemos o amor. Deus é amor e quer que toda Sua criação o pratique. Entretanto, mais do que praticar o amor, Seu desejo é que a prática do amor seja em função do nosso desejo em ser como Jesus Cristo, o amor em pessoa.

Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor - Hb 12.14