quarta-feira, março 17, 2010

Devocional em Tiago: Língua Doce ou Amarga

16- Língua Doce ou Amarga
Por Reinaldo Bui

Com a língua, bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem benção e maldição. Meus irmãos, isso não pode ser assim. Acaso pode de uma mesma fonte sair água doce e água amarga? Meus irmãos, pode uma figueira produzir azeitonas ou uma videira, figos? Da mesma forma, uma fonte de água salgada não pode produzir água doce (Tg 3.9-12).

Desculpe-me se estou parecendo repetitivo, mas é que este assunto ainda não se esgotou. Ok, se você julga estar livre deste mal, está dispensado da devocional de hoje. Apenas ore por nós, para que também alcancemos a perfeição! Mas para aqueles que sabem que ainda precisam melhorar “um pouquinho,” aí vão mais algumas instruções do Senhor (através de Sua palavra).

A transformação do nosso caráter cristão se dá em vários níveis da vida. Há quem lute contra imoralidade, outros contra ganância, pessimismo, preocupação e assim por diante. Aqueles que assim o fazem já detectaram suas fraquezas e preocupam-se em agradar a Deus. Estas lutas são constantes na vida de um crente fiel e aqui, no capítulo 3, Tiago tem nos mostrado uma área que todos nós precisamos vigiar, pois facilmente podemos estar enganados. Em se tratando do nosso linguajar, geralmente pensamos num sistema de crédito e débito. Achamos que bendizer a Deus e amaldiçoar o homem pode oferecer algum equilíbrio. Explico: se falamos dez coisas boas e uma abobrinha, cremos que ainda temos um saldo positivo de nove frases completas para compensar. Assim, se falo mal de minha sogra, de um colega, reclamo do vizinho, do chefe ou do professor, mas no domingo vou à igreja adorar e cultuar a Deus, então está tudo bem. Não se engane, não há este equilíbrio. Tiago questiona: acaso pode de uma mesma fonte sair água doce e água amarga? Meus irmãos, pode uma figueira produzir azeitonas ou uma videira, figos? A resposta é óbvia. De uma árvore de figos, esperam-se figos, não azeitonas. De uma videira, uvas, não figos. Inversão não é o desejado. Da mesma forma, de uma fonte só pode sair um tipo de água. Se uma fonte de água suja encontra uma de água limpa, esta fica completamente contaminada e compromete sua qualidade. Você beberia desta fonte? Tampouco Deus aceitaria “beber desta água”. Portanto, aquele comentário queixoso, aquela ofensa, xingamento, expressões de desejo e prazer no sofrimento do outro (bem feito...) definitivamente não devem fazer parte do nosso falar diário, pois não é este o esperado. Amaldiçoar destrói o bendizer. Embora muitas vezes não notamos nossa conduta, devemos estar conscientes que todos a nossa volta percebem (pais, irmãos, colegas, vizinhos) e Deus também percebe. Tiago tinha um exemplo muito sério neste particular. Ele havia convivido 30 anos com o irmão, Jesus, que jamais cometeu nenhum erro de fala em casa no relacionamento com os pais e com os irmãos, ou na rua com os amigos durante toda sua infância e adolescência, e mesmo no auge de seu sofrimento sequer ofendeu seus ofensores. Este deve ser o nosso exemplo de vida. Posteriormente, o apóstolo Pedro, que também conviveu com Ele, testemunhou:

Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente... 1Pe 2.21-23

É em Jesus que devemos nos espelhar. Conversão precisa alcançar nosso falar, levar-nos à maturidade, credenciar-nos ao repassar a Palavra a outros. Não se pode ser indiferente a este assunto. Está entre Deus e o Diabo. Não dá para desprezar, é profundamente contagiosa, mas o propósito de Deus para nossa vida depende do controle da nossa língua. Não podemos esquecer do juízo: Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado (Mt 12.36-37).

Leia o devocional anterior:

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