segunda-feira, dezembro 24, 2007

Árvore de Natal ou de Jessé?

Era dezembro de 1989. Thiago, um menino de 8 anos, esperava ansiosamente pelo Papai Noel (Pai Natal em Portugal - curiosidade). Ele tinha uma grande expectativa de receber sua primeira bicicleta. O Natal sempre representou um momento muito singular, muito aguardado por ele. Quando ele nem sabia escrever, sua mãe já lhe ajudava com as cartinhas que deveriam ser colocadas ao pé da formosa e iluminada árvore de Natal. Era possível pedir qualquer coisa para o suposto benevolente vovô. Ele, às vezes, falhava por não dar tudo o que Thiago queria, mas o primeiro videogame foi dado por ele. O primeiro Ferrorama também. A primeira bola de futebol... Cada ano "o primeiro" era dado pelo "bom velhinho" que viajava em seu trenó e conseguia entrar em qualquer casa, mesmo naquelas que não tinham chaminés.

O Papai Noel tem provavelmente o papel principal no dia 25 de dezembro na maioria dos lares brasileiros com crianças. Entretanto, creio que a árvore de Natal nos lares seja tão importante para os adolescentes, jovens e adultos quanto o "bom velhinho" para as crianças, tomando a primeira posição quando não restringimos a disputa por idades.


Árvore de Jessé (figura: Raiz de Jessé, por Ansgar Holmberg) é como eu chamo minha árvore de Natal. Ela é bem pequenina e proporcional ao tamanho de nosso lugarzinho gostoso, onde eu e minha amada moramos. Talvez muitos de vocês saibam que eu não sou favorável à utilização de árvores para representar e adornar meu Natal. Tomo os devidos cuidados para que não me esquecer da verdadeira razão da celebração do dia 25 de dezembro, data que eu não creio ter sido o nascimento de Jesus de Nazaré, mas não me importo em dividir com milhões de pessoas a referência escolhida para tal celebração possivelmente criada em 273 A.D. e depois autorizada por Constantino em 336 A.D..

De onde eu tirei a idéia de árvore de Jessé? Não fui eu quem criei. Um grande professor meu certa vez me mostrou uma passagem que me ajudou a não descartar a árvore do dia 25 de dezembro, mas fazê-la de referência com o verdadeiro personagem desta data.

Um ramo surgirá do tronco de Jessé,
e das suas raízes brotará um renovo.
O Espírito do SENHOR repousará sobre ele,
o Espírito que dá sabedoria e entendimento,
o Espírito que traz conselho e poder,
o Espírito que dá conhecimento e temor do SENHOR.
E ele se inspirará no temor do SENHOR.
Não julgará pela aparência, nem decidirá com base no que ouviu.

Isaías 11.1-3 (NVI)

O nome de Jessé é muito conhecido em Israel. Foi ele o pai do rei mais respeitado de todos os tempos desta nação, o rei Davi. Nós brasileiros não temos o costume de nos atentarmos para genealogias, a não ser quando queremos buscar cidadanias de outras nações. O nome de Jessé é relembrado na genealogia apresentada por Mateus (cap.1) e Lucas (cap.3). Mas é Jessé o personagem principal do Natal?

Não! O ramo que surge do tronco de Jessé (ou o rebento do toco de Jessé - Ferreira de Almeida), é o personagem principal, o próprio Deus, Jesus de Nazaré. Seu nascimento foi o cumprimento de muitas profecias veterotestamentárias, inclusive da passagem supracitada. Daí o nome de minha árvore.

Eu não sei qual o motivo pelo qual você e sua família celebram o Natal. O foco do meu Natal é Jesus Cristo. Não há presente melhor do que tê-lO como Salvador. Aliás, paz, alegria, felicidade e muitos outros desejos que são oferecidos para todos nesta época do ano, nada seriam sem Ele.

Por isso meu desejo é que o seu dia 25 de dezembro, o nosso Natal, seja celebrado com a árvore que representa o único verdadeiro motivo de haver celebração. Que nossos símbolos natalinos sejam para nos lembrar de Jesus Cristo.


Feliz Natal!

domingo, dezembro 23, 2007

Princípios Éticos - Licitude e Edificação

"Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas nem tudo edifica. (1Coríntios 10.23)

Mais uma vez a questão traz à tona a licitude, porém há algo mais. Além de eu, como cristão, assumir o compromisso de não somente pensar se é lícito fazer algo ou não, tenho de pensar se edificará. Serei eu edificado com o resultado da ação escolhida? Será o próximo edificado? Haverá edificação?

O que eu quero fazer é lícito e edifica?

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Formação Espiritual (Hb 4.12-16)

Durante esta semana estive em um dos meus módulos do Mestrado no Seminário Bíblico Palavra da Vida. Ao final da semana utilizamos o texto de Hebreus 4.12-16 para basear nossos argumentos à formação espiritual.

12 Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração.
13 Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas.
14 Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que profess
amos,
15 pois não temos um sumo sacerdote que
não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.
16 Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade.

Hebreus 4.12-16 (NVI)

O Alvo da Vida Cristã
Aproximar-nos do Trono da Graça com Fé (v.16)
Objetivo: recebermos misericórdia e encontrarmos graça nos momentos de necessidade.

Como?
- devemos nos apegar à fé que dizemos ter (cf. Hb 10.23; 1Pe 3.15b);
- Cristo deve ser o exemplo mor de alguém que passou por todo tipo de tentação, porém sem pecar. Ademais, Ele está ao lado de nosso alvo, o trono de Deus, a plena graça em Pessoa (Hb 12.2).

O Processo de Crescimento Espiritual
Através do exemplo de Cristo, devemos persistir na firmeza de professarmos nossa fé (v.14)
Objetivo: lembrar-nos sempre de que haverá dificuldade, mas nEle há resolução.

Como?
- a Palavra de Deus julga pensamentos e intenções, indica e avalia as condições de nosso coração: ela expõe o que se passa na intimidade do homem;
- o conhecimento da onisciência de Deus deve mantê-lo afastado de tropeçar, visto que Deus disciplina aqueles que ele aceita como filho.

A Dinâmica Humana e Divina na Formação Espiritual
A verdadeira ajuda somente vem de Deus (v.14)
Objetivo: entender as iniciativas e projetos divinos para os problemas humanos.

O que é esta dinâmica?
Deus, como Criador da própria história, deu ao homem a capacidade de refletir e seguir pelo caminho de sua escolha. Desde a queda de Sua criatura, Deus intervém de forma contínua no desenrolar da história tomando iniciativas para que a livre vontade do homem não afogue seu próprio futuro.

- Jesus Cristo já entrou nos céus (v.14): isso nos mostra que o próprio Pai já tomou a iniciativa de enviar Seu filho para curar a alma do homem. O fato de Jesus estar agora no céu, não significa que Ele está inerte. Pelo contrário, ele intercede por nós (Rm 8.34; 1Jo 2.1) e nos prepara um lugar (Jo 14);
- Prestar contas a Deus: Jesus é nosso advogado e por isso não precisaremos rever o filme de nossa vida diante do Pai. Entretanto, saber que Jesus intercederá por todos os genuínos cristãos naquele Dia, deveria manter todos eles com uma certa vergonha de pecar contra Deus, por causa da graça de Jesus (temor a Deus - Pv 1.7);
- Jesus é simpático por nós, ou seja, Ele se compadece, participa no sofrimento de outrem, comunga sentimentos. Ele sabe exatamente como nos sentimos e intercede por nós (como dito acima).

Obstáculos à Formação Espiritual
As sugestões abaixo são para evitarmos os obstáculos.

Apresentar-se
Apresentar-se a Deus (v.13 - prestar contas)
- Sugere que quedas serão inevitáveis durante nossa caminhada ao trono da graça, mas a consciência da presença do Senhor deve nos manter longe do pecado.

Apegar-se

Apegar-se com toda firmeza à fé que professamos (v.14)
- Firmeza: sugere dificuldades de nível elevado. Este é um alerta para nos deixar preparados;
- A frase também sugere passividade à hipocrisia, caso aquilo que professamos não seja de fato a fé que nos apegamos.

Aproximar-se
Aproximar-se do trono da graça (v.16)
- Somos passíveis de estar longe do trono da graça;
- Devemos cotidianamente caminhar em direção ao trono dEle.

Não é suficiente ver o coração sem correr até a cruz.
- David Merkh

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Reconvocados à Comunhão (Ap 3.20)

Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo - Apocalipse 3.20 (NVI)

Já ouvi diversas vezes a passagem supra sendo utilizada no evangelismo. Existem diversos folhetos evangelísticos que a utilizam. No entanto este não é o uso correto da passagem segundo uma hermenêutica literal. Serei objetivo:

1- O contexto indica que Laodicéia era a igreja destinatária. Isso sugere que os leitores são cristãos;

2- Quem bate na porta é Jesus Cristo, a segunda Pessoa da Trindade. Não é Jesus que habita nos cristãos, mas o Espírito Santo, a terceira Pessoa da Trindade.

3- Jesus quer entrar por aquela porta para cear com os indivíduos da igreja, ou seja, restabelecer a comunhão (koinonia)
que outrara tivera com eles.

4- O contexto diz que Deus repreende e disciplina aqueles que Ele ama
(v.19). À luz de Hebreus 12.6 sabemos que aqueles que Deus disciplina são os que Ele tem como filho.

É meu desejo entender holisticamente a Palavra de Deus, apesar de minhas limitações. Contudo, que todas as dificuldades sejam superadas por Ele em mim. Que este também seja o genuíno desejo de Cristãos que têm as Escrituras como alicerce da abundante vida.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Jonathan Edwards: Avivamento

Jonathan Edwards nos revela que a verdadeira crise da igreja não é o secularismo externo, porém o tédio dentro das quatro paredes. Quando a igreja se torna fria em relação a Cristo, à verdade, à salvação, às verdades sobrenaturais e às esperanças futuras, corremos perigos. O mal que aflige a igreja contemporânea é a frieza, não a impotência (pg. 136).

...essa "frieza" parecia ser um período em que as realidades de Deus e Seu evangelho ficavam tão apagadas, a descrença e o amor pelas coisas do mundo tão fortes, que o coração da igreja se perdia em busca dos luxos e trivialidades de uma mente secularizada (...) mas a frieza não é demonstrada somente pelo pecado, sendo vista também no formalismo da religião (pg. 135).

O avivamento nos ajuda a cumprir o grande objetivo da criação: glorificar a Deus ao ter prazer nEle como a grande fonte e objetivo final de todas as coisas (...). Edwards nos lembra de que o avivamento vem para destruir o mal da frieza espiritual, que seguidamente anda de mãos dadas com a ênfase excessiva no ser humano e em suas conquistas. Além disso, ele produz uma maneira de ver todas as coisas que está centrada em Deus (pg. 138).

Mark Shaw, Lições de Mestre (SP: Mundo Cristão, 2004).

Miles Stanford: Decepção


Ficar decepcionado consigo mesmo, significa ter acreditado em si mesmo.


--Miles Stanford

domingo, dezembro 09, 2007

Leon Tolstoi: O Ideal Cristão Mudou...

O ideal cristão mudou e inverteu tudo, de forma que, como é dito no evangelho: "aquilo que tem muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus". O ideal já não é a grandeza de um faraó ou de um imperador romano, nem a beleza de um grego ou a riqueza da Fenícia, mas a humildade, a pureza, a compaixão e o amor. O herói não é o rico, mas o Lázaro; não a Maria Madalena em seus dias de beleza, mas no dia de seu arrependimento; não os que adquirem riquezas, mas as que as abandonam; não as que moram em palácios, mas os que vivem em catacumbas e cabanas; não os que dominam sobre os outros, mas os que não admitem nenhuma autoridade além da de Deus.

-- Leon Tolstoi, What is Art [O que é Arte]

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Marcas da Vida

A man leaves all kinds of footprints when he walks through life. Some you can see... Others are invisible, like the prints he leaves across other people's lives.

Um homem deixa todos os tipos de pegadas quando anda pela vida afora. Algumas você pode ver... Outras são invisíveis, como as marcas que ele deixa na vida de outras pessoas.

-- Margaret Lee Runbeck



Quando eu leio a frase acima, à priori não penso nas coisas boas que Deus fez através de mim. A história a seguir reflete muito bem o que me vem à mente quando leio a frase de Margaret.

Era uma vez um menino mau. Certo dia seu pai lhe deu um pacote de pregos para ajudá-lo em lhe mostrar como era sua atitude com seus amigos. Disse-lhe para cravar um prego na madeira da cerca todas as vezes que perdesse a paciência e discutisse com algum deles.

No primeiro dia ele pregou 37 pregos, mas com o passar do tempo ele diminuia a quantidade de pregos cravados na cerca significativamente. Notável e notoriamente ele começara a se controlar e a cada dia utilizava menos pregos.

Finalmente chegou o dia no qual o rapaz não cravou prego algum na madeira da cerca. Ele foi até seu pai e contou a alegre notícia. O pai então lhe deu uma nova tarefa. Disse-lhe para retirar da cerca um prego por dia que não perdesse a paciência e discutisse com seus amigos.

Muito tempo se passou quando a cerca estava totalmente sem pregos. O menino, entusiasmado, correu em direção ao pai e contou que a cerca estava totalmente vazia de pregos.

"Meu filho, você se comportou bem, mas veja quantos buracos de prego há na cerca. Ela não será como antes. Quando você magoa alguém, deixa marcas. Sempre deixará uma ferida..."
----------

Apesar do triste fim, creio que esta "estória" seja uma ótima representação da verdade cotidiana. Todavia, também creio que tais buracos possam ser restaurados, exclusivamente pela tão esquecida GRAÇA!

sábado, dezembro 01, 2007

O Verbo se Fez Carne...

"The Word became flesh," John said... He was touchable, approachable, reachable. And, what's more, he was ordinary. If he were here today you probably wouldn't notice him as he walked through a shopping mall. He wouldn't turn heads by the clothes he wore or the jewelry he flashed. "Just call me Jesus," you can almost hear him say.
"O verbo se fez carne," falou João... Ele era tocável, acessível, alcançável. E, mais ainda, ele era medíocre. Se ele estivesse hoje aqui, você provavelmente não o notaria caminhando pelo shopping; ninguém olharia para ele por causa das roupas e reluzentes jóias. "Chame-me de Jesus", você quase o ouve dizer.
-- Max Lucado