sexta-feira, dezembro 31, 2010

Aconselhamento pré-nupcial e pornografia

Por Winston Smith

Pergunta de 9Marcas: Qual é a “sabedoria convencional” acerca da saúde e felicidade no casamento entre cristãos evangélicos? Você se diferenciaria dessa “sabedoria convencional”? Como?

Resposta de Winston Smith: Eu penso que a palavra da moda hoje – não só para casamentos de cristãos, mas nos casamentos em geral – é compatibilidade. A idéia é de localizar a sua “alma gêmea” ou a pessoa que é mais compatível com você.

Há algo complicado sobre a idéia de compatibilidade. Existe uma sabedoria fundamental que você realmente vê em Provérbios sobre compatibilidade. O casamento é muito mais difícil quando você se casa com alguém que você não gosta. “Como um constante gotejamento é uma esposa briguenta”. Você não deve se casar com alguém que você não gosta ou não se dá bem. Isso pode soar como estupidez, mas as pessoas fazem isso. É onde as Escrituras dizem: “Sim, a compatibilidade significa alguma coisa.”

O escorregão vem quando nós vamos além do que uma compreensão superficial de compatibilidade – encontrar alguém que faz minha vida mais fácil ou me faz sentir bem. Nós caímos nessa concepção de “relação de consumo”, onde saímos no mundo e vamos procurar um parceiro em potencial, da mesma forma como vamos a uma mercearia. Nós não olhamos os outros como alguém que somos chamados a amar. Temos a tendência de desenvolver a visão de túnel, olhando para o que é adocicado e doce. Nós realmente tomamos decisões ruins, mais do que tomamos boas decisões. Devemos ter muito cuidado sobre como nós falamos sobre a compatibilidade. Não há problema em falar sobre isso e reconhecê-la como um fator, mas quando se está sozinho, ela só serve o egoísmo e o pecado do coração humano.

terça-feira, dezembro 28, 2010

Terry Fullam: O Filho de Deus se tornou filho do homem

The Son of God became the Son of man so that the sons of men might become the sons of God.

(Tradução) O Filho de Deus se tornou filho do homem para que então os filhos dos homens pudessem se tornar filhos de Deus.

-- Terry Fullam

sábado, dezembro 25, 2010

quinta-feira, dezembro 23, 2010

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Jogos de Azar: é pecado jogar?

Por Geoff Ashley

Em qualquer área em que as Escrituras não condenem alguma coisa explicitamente, nós devemos aplicar o princípio da liberdade Cristã. Isso é verdade ao assistir certos filmes , beber álcool, fumar, apostar, só pra falar de algumas das figuras mais batidas ao longo da história.

Em cada uma dessas áreas, existe uma perspective teológica que é bem simples. Se alguém perguntasse se jogar (jogo de azar) é algo explicitamente condenável, ou realmente pecaminoso; alguém poderia dizer que “não” e seria uma boa resposta. Entretanto, nós pensamos que a melhor resposta e mais fiel seria dizer, “não necessariamente”.

Como pastores, nosso desejo não é apenas para despertar o nosso povo para as liberdades da vida cristã, mas também para os perigos. É definitivamente certo que estaríamos melhor servidos se nos abstivessemos de coisas que não são inerentemente más. 1 Coríntios 6 e 10 ambos dizem, com efeito, que “tudo me é permitido, mas nem todas as coisas me convém. “Agora, estas passagens são em referência a questões de consciência, as “zonas cinzentas” da vida cristã, por isso não tome este versículo para dizer que o adultério ou assassinato ou embriaguez ou outros comportamentos explicitamente condenados são incluídos em “todas as coisas” que Paulo menciona. Essas coisas não são “permitidas”.

O fato é que o homem ou mulher sábios reconhecem que a liberdade vem com a necessidade de discernimento. Tal comportamento é puro e agrada o Senhor? Isto desperta minhas afeições por Ele? Isso me levará para alguma tentações em particular?

Jogos em si mesmos são áreas cinzentas no que diz respeito as Escrituras, portanto podemos recorrer para liberdade. Porém, quem joga deve estar ciente da natureza viciante , a tendência para dar falsas esperanças, a vantagem sobre os outros e a propensão para o luxo e ostentação.

Como crentes, somos chamados a “manter [nossas vidas] livres do amor ao dinheiro, e nos contentarmos com o que [temos], porque ele disse, “Eu nunca te deixarei nem te desampararei.” (Hebreus 13:5). Jogar pode certamente contribuir para a sede de dinheiro que é desobediência a esta ordem da Escritura.

Além disso, depois de citar “todas as coisas são permitidas” A Escritura diz: “mas eu não vou ser escravizado por nada” (1
Coríntios 6:12). Após o segundo uso, dessa expressão no capítulo 10, aparecem essas palavras: “Ninguém busque o seu próprio bem, mas o bem de seu próximo. “É possível, para você, jogar de tal forma que não seja escravizado? Você pode fazê-lo de tal forma que não danificar o outro? Se não, então o seu “direito” deve ser substituído por sua responsabilidade a aderir de vontade revelada de Deus.

O que queremos não é apenas proibir o jogo de azar, mas sim promover uma reflexão profunda dos riscos de se jogar. Como dizem as Escrituras “Não se enganem”. Conheça você mesmo e veja seus desejos e fraquezas. Examine suas motivações. Não leve a liberdade de forma irresponsável.

No fim, somos todos chamados a comer e beber para a glória de Deus (1Co 10.31). Se você escolher exercitar sua liberdade de jogar, você é chamado para fazê-lo de uma maneira que está de acordo com este comando. Jogar, ou qualquer “área cinzenta” um meio para adoração? Se sim, então entre nisso para a glória de Deus. Se não, então alegremente se refreie.

Sua maior alegria final não é achada ao ganhar o prêmio grande ou ganhar uma boa mão no poker, mas em obedecer ao Senhor, aquele que sim, é o nosso tesouro e alegria finais.

Tradução: Rafael Bello

terça-feira, dezembro 21, 2010

Cristãos deveriam ter árvores de Natal?

Por John MacArthur

À medida que o Natal vai chegando, questões como esta começam a aparecer. Como tudo na vida, é importante olharmos para estas questões com discernimento bíblico.

Neste caso, não vemos nada de errado com a tradicional árvore de Natal. Porém, alguns têm ensinado que é errado para qualquer cristão ter uma árvore de Natal em suas casas. Será que as razões para isso são válidas? Achamos que não. Vamos dar uma olhada nas duas objeções mais comuns que as pessoas fazem contra as árvores de Natal.

Primeiro, alguns são contrários às árvores de Natal por elas terem origens pagãs.

Acredita-se que Bonifácio, missionário inglês na Alemanha do século oitavo, instituiu a primeira árvore de Natal. Ele supostamente substituiu os sacrificios feitos ao carvalho sagrado do deus Odin, por um abeto enfeitado em tributo a Cristo. Alguns outros afirmam que Martinho Lutero foi quem introduziu a idéia da árvore de Natal iluminada com velas. Baseado nestas informações podemos dizer que a árvore de natal tem um excelente pedigree cristão.

Porém, mesmo se um histórico pagão fosse claramente estabelecido, isso não necessariamente significaria que nós não poderíamos usar árvores de Natal. Talvez a analogia a seguir ajude.

Durante a II Guerra Mundial, os militares americanos usaram temporariamente algumas ilhas remotas do Pacífico Sul como pistas de aterrissagem e como depósitos de suprimentos. Antes daquela época, os povos indígenas tribais nunca tinham visto tecnologia moderna de perto. Grandes aviões cargueiros chegavam cheios de materiais, e pela primeira vez os nativos viram isqueiros (que eles achavam ser mágicos), jipes, geladeiras, rádios, ferramentas elétricas e uma enorme variedade de alimentos.

Quando a guerra terminou, os nativos concluiram que os homens que trouxeram a carga eram deuses, então eles começaram a construir templos para os deuses da carga. Eles tinham a esperança de que os deuses da carga voltariam com mais bens.

A maioria das pessoas sequer sabe sobre esta superstição religiosa. Da mesma forma, poucos sabem qualquer coisa sobre a adoração de árvores. Quando uma criança puxa um grande presente de debaixo da árvore de Natal e desembrulha um modelo de avião cargueiro, ninguém olha pra aquele objeto como um ídolo. Nem nós vemos a árvore de Natal como uma espécie de deus dos presentes. Nós entendemos a diferença entre um brinquedo e um ídolo tão claramente quanto entendemos a diferença entre um ídolo e uma árvore de Natal. Não vemos uma razão válida para fazer qualquer conexão entre árvores de Natal e ídolos de madeira ou adoração de árvores. Aqueles que insistem em fazer essas associações deviam prestar atenção nos avisos nas Escrituras contra julgar os outros em coisas duvidosas (vejam Romanos 14 e I Coríntios 10:23-33).

Outra reclamação comum é que as árvores de Natal são proibidas na Bíblia. Jeremias 10 é muito usado para dar apoio a este ponto de vista. Mas uma olhada mais de perto nesta passagem vai mostrar que o texto não tem nada a ver com árvores de Natal e tudo a ver com adoração a ídolos. O verso oito diz “querem ser ensinados por ídolos inúteis; Os deuses deles não passam de madeira.”

Adoração a ídolos era uma clara violação dos Dez Mandamentos. Êxodo 20:3-6 diz: “Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o SENHOR,o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e obedecem aos meus mandamentos.”

Não há conexão entre a adoração aos ídolos e o uso de árvores de Natal. Nós não devíamos ficar ansiosos a respeito de argumentos vazios contra as decorações de Natal. Em vez disso, deveríamos focar no Cristo do Natal, esforçando-nos com toda a diligência a lembrar a verdadeira razão de comemorarmos esta data.

Traduzido por Daniel TC | iPródigo
Fonte Original: http://www.gty.org/Resources/Questions/QA073
Fonte da tradução: IProdigo

domingo, dezembro 19, 2010

No Mundo, mas Não do Mundo

Por David Merkh

Como estrangeiro no Brasil, sinto muito que serei sempre um "peixe fora da água". Não tenho um “RG” mas um “RNE”—Registro Nacional de Estrangeiro”. Esse meu "visto permanente" me identifica como “estranho” em todos os sentidos: além de ser uma cor esquisita (laranja), sempre me identifica como alguém permanentemente carimbado como "diferente". Não importa quanto eu me esforço, nunca ficarei completamente contextualizado. Não gosto quando pessoas olham para minha roupa-camisa xadrez com bermuda amarela e meia branca-e logo dizem "eis aí, mais um gringo". Odeio quando pessoas perguntam logo depois de conversarmos alguns minutinhos: "Você não é daqui, né?" 

Ninguém gosta de ser diferente. Há forte pressão para se conformar . ..mas ao mesmo tempo, uma tensão por saber que nunca será igual aos outros. No meu caso, estou no Brasil sem ser totalmente do Brasil. Como crentes em Cristo Jesus, sofremos uma outra tensão: a de sermos conformados com a imagem de Jesus (Rm 8.29) e não conformados com o mundo (Rm 12.1,2), mas ao mesmo tempo, ser tudo para todos para ganhar alguns (1 Co 9.22). 

Jesus caracterizou bem essa tensão quando disse que estamos "no mundo, mas não do mundo." Como podemos estar no mundo sem permitir que o mundo esteja em nós? Uma pequena fábula ilustra o desafio de sermos equilibrados, em nossa convivência com o mundo. 

Era uma vez, uma família de Urubus vivia na fenda de uma rocha numa montanha. Um dia foi descoberto que a família passava mal, pois pegara uma doença comendo carne podre. Quando o Gavião soube disso, ficou muito crítico. "É problema deles" ele falou. "Vivem comendo animais mortos o tempo todo. Merecem tudo que recebem. Eles nunca aprendem."
O Gavião, indignado pelo estilo de vida podre dos Urubus, em vez de ajudá-los, iniciou uma campanha contra eles. Enquanto os Urubus se tornaram cada vez mais fracos, o Gavião advertiu aos outros pássaros a não se aproximarem da casa deles. Passava baixo-assinados para expulsá-los da vizinhança. Quando os Urubus estavam mal mesmo, o Gavião contava piadas a custo deles. A Águia lidou com o problema dos Urubus de forma totalmente diferente. Nunca um fã deles, a Águia simplesmente os ignorava. Construiu seu ninho muito mais alto do que o deles (e muito acima dos outros pássaros também) e os olhou com nariz (ou bico) empinado. Ficou isolada dos outros pássaros e dos seus problemas, formando sua própria comunidade exclusivista, com suas próprias regrinhas e regulamentos. O Papagaio foi diferente--o oposto da Águia. Sempre fascinado pelo Urubu, ele admirava sua independência e liberdade. Mesmo sabendo o risco de viver como um Urubu, ele não se importava muito com isso. Por que ele também não podia comer o que ele queria, quando ele queria, mesmo se fosse comida estragada? E assim ele fez. O papagaio se tornou como um Urubu. Ele voou como Urubu, comeu como Urubu. Infelizmente, também pegou doença como o Urubu. Certamente não ajudou em nada os Urubus, fora o fato de que a miséria gosta de companhia.
Esta fábula ilustra como alguns respondem de formas diferentes ao desafio de estar "no mundo, mas não ser do mundo". A maioria de nós adota uma de três atitudes no nosso envolvimento com o mundo. Vamos considerar estas respostas, e depois propor uma maneira bíblica de lidar com a sociedade em que vivemos.

O Crente Gavião: Ataca o Mundo
O gavião é um pássaro bonito, porém agressivo e orgulhoso, que vive a custo dos outros. Parece majestoso, mas não é tão sofisticado que não pode comer animais mortos. O cristão "gavião" tem como lema de sua vida Judas 3b: "batalhar diligentemente pela fé uma vez por todas entregue aos santos". Ele nunca se esquece do fato de que estamos numa guerra-uma luta de unhas e dentes contra o paganismo, secularismo, humanismo, modernismo, liberalismo e comodismo.

Infelizmente, o crente gavião gasta tanta energia combatendo inimigos ou tentando "concertar o mundo" através de suas críticas, que não atrai muitos para sua causa. Adota métodos como: marchas, envolvimento político, greves, protestos e boicotes para demonstrar sua força, para que pessoas o respeitem. Força humana, mesmo em nome de Jesus, não efetua muitas mudanças eternas. Nos dias de Jesus, os zelotes adotaram a mesma filosofia ao lidar com o odiado jugo romano. Muitos seguidores de Jesus queriam que ele quebrasse aquele jugo como Messias-Libertador. Mas não foi o caminho escolhido pelo Mestre "manso e humilde de coração". Na história, as cruzadas e a Inquisição são exemplos de tentativas sinceras, mas enganadas de "gaviões" se relacionarem com o mundo. Há elementos de verdade nesta posição do gavião.
Estamos numa guerra espiritual (Ef 6.12)-só que não é contra carne e sangue, fato que muitos gaviões esquecem em suas denúncias. Os profetas do Velho Testamento eram muito capazes de condenar pecado em sua sociedade, mas também sabiam ministrar graça e compaixão, diferente dos gaviões modernos que bombardeiam clínicas de aborto em nome de Jesus. O reino de Jesus não é deste mundo, e não será tomado por força, nem poder, mas por meios espirituais (Zc 4.6). Jesus ensinava os discípulos a serem pescadores de homens; o gavião prefere jogar uma bomba no lago e colher os peixes mortos que sobem. Jesus nos chama para odiar o pecado, mas amar ao pecador. Nossa luta é contra "potestades e principados", não contra homens. A ênfase do nosso ministério tem que ser espiritual. Os meios do nosso ministério têm que ser espirituais. Jesus e Paulo nunca passaram baixo-assinados ou marcharam contra Roma. Não que estes métodos nunca têm seu lugar, mas não deve constar a totalidade do nosso envolvimento com o mundo. O problema com o crente gavião é que ele ataca o mundo, sem perceber que o mundo está nele.

O Crente Águia: Isola-se do Mundo
De todos os pássaros, talvez a águia seja o mais nobre, o mais majestoso. Mas a águia também simboliza orgulho, arrogância, inacessibilidade. O texto-base do crente águia é 2 Co 6.17 "retirai-vos do meio deles, separai-vos". Ele resolve a tensão entre "estar no mundo, sem ser do mundo" por isolar-se do mundo. "Talvez", pense ele, "se eu ignorar o mundo ele desapareçerá." O cristão águia é separatista de tudo e de todos, e tem orgulho de ser assim conhecido. Ele se acha puro, santo, por não se contaminar com o mundo e seus problemas. O crente águia geralmente não reconhece que se tornou irrelevante para o mundo, pois gosta de pensar que, por ser tão diferente, está sendo sal e luz. De fato, fica tão distante, que não tem nenhum impacto naqueles ao seu redor! Nos tempos de Jesus, os essênios, grupo separatista, criou sua própria comunidade no deserto, longe do mundo real. Ao longo da história, muitos outros grupos tentaram escapar da poluição do mundo sendo monges ou eremitas. Mas muitos descobriram que é impossível escapar do mundo, pelo fato do mundo estar dentro deles. "Aonde tu fores, tu te levas contigo." De todos os crentes "águias", os fariseus eram os piores. Eles enganavam-se com suas tradições e leis, que evitavam contato com a sociedade e os problemas das pessoas, pensando que assim se santificariam. Mas Jesus reservou para eles suas condenações mais quentes (Mt 23).
Um grupo chamado os "Amish" nos Estados Unidos exemplifica o extremo desta estratégia separatista. Os Amish formam suas próprias comunidades, mantendo os padrões de vida de séculos passados. Não usam luz elétrica, não dirigem carros, não costuram botões em suas roupas, que por sinal são todas pretas e roxas. Sua rigidez e seu legalismo os colocam "acima" daqueles ao seu redor, ou assim pensam eles. Mas são poucos que, atraídos pelo seu estilo de vida se tornam Amish. Pelo contrário, muitos jovens Amish deixam a cultura de seus pais.

Há aspectos positivos do cristão águia. Deus nos chamou para sermos santos, como ele é santo (Mt 5.48). "Santidade" significa separação da impureza. De fato, somos sal e luz (Mt 5.13-16), chamados para não sermos contaminados pelo mundo (Fp 2.15,16; Tg 1.27). Mas isso não significa que precisamos nos retirar do mundo. Não foi isso que Jesus e Paulo tinham em mente. 1 Co 5.9,10 deixa isso claro: Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me com isto não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos arvarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso teríeis de sair do mundo." Não é possível separar-se do mundo e assim tornar-se santo. Alguém tem que ver as nossas boas obras, para poder glorificar a Deus (Mt 5.13-16). Há perigo nas comunidades e sub-culturas evangélicas, "clubes" nas igrejas que praticamente excluem descrentes. O crente águia não reflete o que Jesus quis dizer quando nos chamou para estar "no mundo, mas não ser do mundo." O problema com o crente águia é que ele não está no mundo, mas o mundo continua nele.

O Crente Papagaio: Imita o Mundo O papagaio é o "Maria-vai-com-os-outros" do reino animal. 
Este conformista adota os padrões do mundo, imaginando que assim vai ganhar seus colegas para Cristo. Sua lema é "Ser tudo para com todos para ganhar alguns" (1 Co 9.22). O papagaio sacrifica a verdade e a santidade em nome do amor. "Por que ser diferente?" ele pensa. "Se for aceito por eles, terei uma uma audiência para o evangelho." Os saduceus e Herodianos nos tempos de Jesus eram assim. Assimilaram-se aos padrões romanos e assim ganharam poder político. Mas tinham pouca influência espiritual. Tornaram-se sal sem sabor.
O problema com o crente papagaio em relação ao mundo é que ele não tem muito para oferecer. Para ter valor, sal tem que ter um sabor especial, senão não presta para nada. Se não há nenhuma diferença entre o crente e o mundo, como atrair o mundo para Jesus? (cf. 1 Pd 3.15, Rm 12.1,2, 1 Jo 2.15-17) Infelizmente, muitos jovens estão se tornando papagaios, procurando aceitação no mundo. Seu estilo de vida, não os diferencia dos seus amigos não-crentes. Seu falar é igual, sua música é a mesma, seus padrões de namoro são idénticos. Igualmente preocupante são os movimentos evangélicos que adotam os padrões do mundo para "ganhar alguns". Suas técnicas de "marketing", sua mensagem diluída, sua ética em nada difere do mundo. Por que seus colegas devem dar ouvidos? O problema com o crente papagaio é que ele está no mundo, e o mundo está nele. Existe um outro tipo de cristão, que melhor exemplifica o equilíbrio entre "estar no mundo" sem que o mundo esteja nele.


O Crente Pomba: No Mundo, mas não Do Mundo
O fim da nossa fábula ilustra como ser um crente no mundo, sem permitir que o mundo esteja em você:
A Pomba foi o único pássaro que realmente ajudou a família Urubu. Sem condenar ou atacá-los, e sem comer carne podre como eles comiam, a Pomba assumiu o compromisso de visitá-los e levar carne fresca para eles. Pouco a pouco os Urubus se sentiram melhor. Percebendo algo diferente na Pomba, logo aprenderam o segredo da sua saúde. Aprenderam a sua higiêne, seus hábitos de vida. Depois de algumas semanas, os Urubus estavam se comportando como Pombas. E os Urubus e as Pombas viveram felizes para sempre.
A pomba é um pássaro calmo, gentil, bondoso, tranqüilo. Sempre está no meio dos outros pássaros, mas nunca causa tumultos como as outras aves. A pomba sabe como estar no mundo (entre os outros pássaros) sem ser contaminado pelo mundo (adotar seus padrões de vida). Foi isso que Jesus tinha em mente em Jo 17.13-20. Neste texto ele traça três verdades sobre o envolvimento do cristão "pomba" com o mundo:

1) Não somos DO mundo (14,16)

2) Estamos NO mundo (15)

3) Somos enviados PARA o Mundo (18)

A história de Daniel no Velho Testamento ilustra estes princípios na vida de um crente "pomba". Com 17 anos Daniel foi exilado para Babilônia, longe de seus familiares, de sua terra, de sua língua e cultura. Em áreas não-morais, Daniel entrou na nova cultura para valer. Aceitou uma mudança de nome, foi para suas escolas, desenvolveu uma carreira no serviço civil. Em áreas morais, porém, no tocante à lei de seu Deus, ele colocou seus pés no chão e recusou comer e beber o que foi proibido, mesmo que custasse sua carreira, e talvez sua vida. Ele e seus amigos não se isolaram da cultura, pondo suas cabeças na areia, mas se envolveram até o ponto de comprometer seus ideais. Foi assim na vida de Jesus. Em áreas não-morais, ele se identificava com pecadores (comia com eles, ia para suas festas de casamento, pescava com eles.) Mas ele traçou uma linha em áreas morais-e não foi influenciado pelos padrões de vida daqueles ao seu redor. Fazia parte de sua cultura, sem ser contaminado por ela. Confesso que não é fácil achar este equilíbrio! A luta é constante, e a tentação de cair para um lado ou outro existirá sempre.

O segredo é também a moral da fábula: O cristão precisa achar equilibro para estar no mundo, sem permitir que o mundo esteja nele.*Não sejamos crentes gaviões, atacando e criticando o mundo ao redor, esperando que as pessoas se comportem como cristãos, quando não têm a capacitação do Espírito de Deus. *Não sejamos cristãos águias, distantes, isolados, aquém dos problemas e do dia-a-dia do "povão". Senão, nunca vamos alcança-los.*Não sejamos papagaios, em nada diferentes do mundo, e por isso, em nada atraentes para ele. Vivamos, sim, como estrangeiros na terra. Não será fácil, pois ninguém gosta de ser diferente. Mas a recompensa está "fora deste mundo".

terça-feira, dezembro 14, 2010

Três dicas de J. I. Packer

James Innell Packer foi o único acadêmico e evangélico citado na lista da revista Time de 2005 como figura influente. Já vendou mais de 3 milhões de cópias de livros e recentemente se afastou da ordem anglicana que por tanto tempo fez parte, visto que não concordava com a política a respeito da homossexualidade.

Packer, quando entrevistado pela revista WORLD de 5 de dezembro de 2009, deixou três dicas, que eu queria compartilhar:

Aos novos maridos
Ame a sua esposa. Ame sua esposa como Cristo amou a igreja. Nunca se esqueça que você é o representante de Cristo servindo sua esposa.

Aos novos pastores
Você tem três prioridades. Ensinar, ensinar e ensinar. Igrejas evangélicas são mais fracas do que imaginamos porque não ensina as confissões e as doutrinas. Estabeleça novos padrões de ensino. Entenda a palavra catechesis e pratique esta arte.

Aos devotos da internet
Fico surpreso com a quantidade de tempo que pessoas gastam na internet. Não sou contra tecnologia, mas todas as ferramentas deveriam ser usadas para ser vantajoso. Nós deveríamos gastar tempo naquilo que conseguimos ter poder, ao invés do último pensamento do mais recente blog - e então se mudar rapidamente para o próximo blog. Isso nos faz mais superficiais, não mais pensativo.

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Natal Digital

Apesar do vídeo abaixo trazer inverdades sobre o nascimento de Jesus, o vídeo, de uma qualidade de produção muito boa, mostra de forma contextualizada o nascimento do Salvador. Espero que gostem.


Carta Natalina aos Meus Vizinhos - 2010

Abaixo a carta que eu escrevi aos meus vizinhos. Meu intuito é fazê-los pensar acerca do Natal e criar uma "pulga atrás da orelha" para que queiram saber mais sobre Jesus Cristo.


Colega morador,

Mais um final de ano se aproxima, momento em que muitos de nós fazemos uma avaliação de nossas passadas atitudes e recomeçamos a pensar nos alvos para o próximo ano. Não sei quanto a você, mas várias das promessas que eu fiz para 2010 ficaram somente nas palavras. Pretendo, para o próximo ano, ser mais fiel às minhas palavras. (Será que sou capaz?)

Antes do ano ter seu último dígito mudado (2010 para 2011), há um feriado praticamente internacional. Acredito que são poucas as nações que não celebram o Natal. Árvores são enfeitadas, famílias se juntam, crianças cantam, luzes piscam e presentes são trocados. Mas é isso que significa celebrar o Natal? Perdão pela aparente falta de sensibilidade, mas tais características não fazem parte da essência do Natal.

Para entender melhor o que quero dizer, preciso explicar o que é essência. Imagine um elefante... Dificilmente você imaginará um elefante sem tromba, porque a tromba faz parte da essência do elefante. Você deve tê-lo imaginado numa cor próximo ao cinza e com quatro patas. O tamanho da orelha de seu elefante possivelmente foi irrelevante (ou menos importante), pois isso não traz à tona o que faz de seu elefante ser realmente um elefante. Complicado? O que eu quero dizer é que a essência do Natal não precisa ter troca de presentes, árvore enfeitada, ou tampouco luzes piscando. Na essência da celebração do dia 25 de dezembro é necessário, para que o Natal seja Natal, a presença do nome Jesus Cristo.

Como criatura de Deus eu não posso negar que Sua Palavra (a Bíblia) é o fundamento para que eu enxergue da forma correta sobre o Criador. Nela está um depoimento, possivelmente uma canção de um judeu do primeiro século desta era; ele fala sobre Jesus Cristo:

Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia. Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude, e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz. Antes vocês estavam separados de Deus e, na mente de vocês, eram inimigos por causa do mau procedimento de vocês. Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo, mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação, desde que continuem alicerçados e firmes na fé, sem se afastarem da esperança do evangelho, que vocês ouviram e que tem sido proclamado a todos os que estão debaixo do céu.
(Colossenses 1.16-23a; os grifos são meus)

Não pretendo fazer com que seu Natal seja menos iluminado, com menos ou nenhuma canção. Tampouco é meu objetivo que em sua casa (apartamento) não tenha um banquete com seus amados. Meu objetivo é que, mesmo com tudo isso, seu Natal não seja somente um feriado, mas de fato o Natal. Foi por isso que selecionei algumas partes do texto acima (em negrito), mesmo querendo, na verdade, falar dele todo.

A Bíblia nos ensina que Jesus Cristo é o Criador. Tudo que existe foi feito por Ele e para Ele. Além de ter criado, Jesus Cristo é quem mantém a criação. Por causa dEle tudo que existe permanece existindo, porque é Ele quem assim o faz. O Natal é um bom dia para relembrarmos disso, possivelmente um bom dia para compartilharmos isso. Claro, no fundo eu espero que todos reconheçam isso diariamente. É como o dia das mães... Mesmo sendo ele somente um dia no ano, a mãe deve ser sempre reconhecida pelo seu exercício durante todo o ano (eu penso).

O texto bíblico também nos ensina que nós podemos ser inimigos de Deus. Na verdade, essa é nossa primeira condição para com Ele. Essa condição é mudada quando depositamos fé naquilo que Jesus fez: morreu por todos nós, fazendo-nos santos. O mesmo judeu que escreveu o texto acima disse: Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie (Efésios 2.8-9). Essa é a ÚNICA FORMA de você deixar de ser inimigo de Deus e começar a fazer parte de Sua família (leia João 1.12 – Nós somos feitos filhos de Deus quando cremos em Jesus.)

Espero que seu Natal seja verdadeiramente um Natal. Que a sua celebração natalina envolva a essência do verdadeiro Natal: Jesus Cristo. Feliz Natal!

domingo, dezembro 12, 2010

O "Pastor" do Espiritismo

Por Marcos Granconato
Título Original: A Água Branca e a Mesa Branca

No bairro da Água Branca, em São Paulo, existe uma igreja evangélica cujo pastor é difícil de ser definido em sua teologia. Alguns dizem que ele é liberal; outros que é adepto da teologia do processo; outros ainda dizem que ele é expositor do teísmo aberto. Pessoalmente, suspeito que ele seja tudo isso: uma espécie de ornitorrinco teológico; o tipo de pastor que ensina qualquer coisa que pareça moderna ou pouco ortodoxa, deixando a maioria das pessoas contentes, diante de um pregador que tem a “mente aberta”, muito diferente dos “cabeças duras” que defendem o cristianismo histórico.

Até aí, nada de novo. O meio evangélico está repleto desses novos pastores de perfil intelectualista, considerados representantes da vanguarda do pensamento cristão e vistos pelo povo ignorante como filósofos profundos muito à frente de seu tempo. Poucos crentes estão preparados para perceber que, na verdade, as idéias desses teólogos pós-modernos são carentes não só de profundidade, mas também de alicerce escriturístico sólido, chegando a ser heréticas. De fato, longe de serem inovadores em suas concepções, os tais pastores são apenas proponentes atuais de heresias bem antigas. Sabiam que o ornitorrinco tem veneno?

Mesmo sendo somente mais um entre os tais teólogos sofisticados de hoje, o pastor a que me refiro chama a atenção com colocações cada vez mais ousadas e distantes dos pressupostos básicos do cristianismo. Por exemplo: ele ironiza qualquer noção sobre os juízos de Deus, questiona a ética cristã clássica baseada na Bíblia e apresenta aos seus ouvintes um deus novo, bem diferente do Deus de Abraão, de Moisés e de Paulo.

Recentemente, porém, o pastor do bairro da Água Branca se superou, ao fazer comentários que arrancaram aplausos efusivos dos espíritas! Sim, do famoso pessoal da “Mesa Branca”. De fato, num artigo que escreveu, sua visão se mostrou tão longe da Sã Doutrina que um site kardecista publicou o texto com plena aprovação e chamou seu autor de “pastor com ‘P’ maiúsculo”!


Por que esse elogio veio de pessoas tão distantes do evangelho? Bem, o que ocorreu foi o seguinte: conforme noticiado nos jornais, os jogadores evangélicos do time do Santos se recusaram a entrar numa entidade espírita de apoio a crianças com paralisia cerebral para distribuir ovos de Páscoa. Evidentemente, todos os incrédulos massacraram os jogadores. Nada de surpreendente... O que chocou muitos crentes, porém, foi a manifestação do pastor da Água Branca que, unindo-se aos inimigos da fé, escreveu o artigo acima aludido, condenando a atitude dos jogadores.

Entenda bem o problema: é claro que nenhum crente deve se opor ao belo trabalho de ajuda às pessoas deficientes. Aliás, nenhuma outra religião tem uma história tão rica em ações em prol dos que sofrem como o Cristianismo. Porém, o que os cristãos devem saber é que é errado realizar obras sociais de mãos dadas com os expoentes da mentira (2Jo 9-11). É também errado praticar a solidariedade fazendo isso de forma a promover o nome de uma instituição herética, cujos membros praticam boas obras não para a glória de Deus, nem por terem nascido de novo, mas sim visando uma reencarnação melhor (2Co 6.14-17). Aliás, é bom lembrar que “práticas do bem” assim motivadas não valem nada, pois para Deus só conta a piedade procedente da verdade (Ef 4.24). Por isso os crentes não devem se associar com os espíritas, nem mesmo para distribuir ovos de Páscoa! O mestre da Água Branca, porém, não levou nada disso em conta e criticou com vigor os atletas crentes, arranhando a imagem deles. O veneno do ornitorrinco está nas unhas!

Condenar a atitude dos atletas, contudo, não foi nada perto dos conceitos de espiritualidade que o pastor da Água Branca expôs naquele mesmo artigo. Longe de harmonizar-se com Paulo, para quem a base da espiritualidade é a habitação do Espírito Santo no homem que crê em Cristo (1Co 2.12-16), o mestre da Água Branca enalteceu as crenças em geral, apontando como válida a espiritualidade supostamente presente em todas as religiões, sem nenhuma exceção. Segundo ele “a espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé”, ou seja, para o tal pastor, a legitimidade exclusiva da espiritualidade cristã (cf. At 4.12; Ef 4.4-5) é uma triste falácia!

Como se não bastasse esse chocante desvio, o pastor, na sequência de sua argumentação, condenou a discussão sobre temas como céu e inferno, autoridade exclusiva das Escrituras, homossexualismo, reencarnação, evolucionismo e outros assuntos tão importantes para a formação de uma mentalidade verdadeiramente cristã. Ele sugeriu que discutir esses temas é prática sem qualquer relevância, cujo resultado é somente a criação de divisões entre as pessoas. Portanto, segundo sua concepção, o dever pastoral e cristão de corrigir o erro, admoestar na verdade e condenar a mentira (2Co 10.4-5; 2Tm 4.1-5) não deve ser posto em prática, pois gera barreiras e ataques pessoais, o que é ruim para a sociedade como um todo (será que o pastor esqueceu o que Jesus disse em Lucas 12.51-53?).

Depois, para fechar com chave de ouro, o tal pastor concluiu seu texto defendendo a aproximação de todos os credos. Sim, budistas, muçulmanos, cristãos, hinduístas, enfim, todos os devotos de todas as tradições de fé, no entender do nosso amigo, devem dar as mãos e juntos lutar contra o sofrimento humano “que a todos nós humilha e iguala”.

Foi o máximo! O pessoal da Mesa Branca explodiu de alegria (fez lembrar 1Jo 4.5). Finalmente, os espíritas encontraram um pastor que, como eles, ataca a “visão radical e exclusivista” dos crentes e reconhece a validade do kardecismo. Mais do que isso: acharam alguém que se une a eles na afirmação de que todas as crenças são boas, posto que servem para desenvolver a espiritualidade dos homens!

Para nós, contudo, os crentes de verdade, ficou a tristeza de ver mais uma vez a água branca, cristalina na verdade, da doutrina bíblica, se tornar turva na boca de supostos pastores cristãos, enquanto os proponentes de antigas doutrinas do diabo acrescentam mais uma cadeira ao redor da sua mesa branca, a fim de brindar a chegada de um novo amigo. Ah, o maior predador do ornitorrinco é a serpente!

sábado, dezembro 11, 2010

Carta a uma jovem em território liberal

Por Augustus Nicodemus Lopes


[Mais uma carta a personagem fictícia. Como sempre, os fatos que lhe deram origem são bem reais.]

Minha cara Júnia,

Foi muito bom conhecer você e seus amigos. Nossa conversa depois da minha palestra na sua igreja realmente me deixou muito impressionado, a ponto de me tirar o sono naquela noite, rsrsrs! Resolvi lhe escrever sobre o que conversamos, que foi a situação de vocês na sua região, onde predomina o liberalismo teológico e o método histórico-crítico. Fiquei muito impressionado pelo fato que não só você, que é presbiteriana, mas também vários jovens crentes, de outras denominações, que vieram falar comigo junto com você, estão passando pela mesma crise. Fico feliz que minha palestra sobre o tema "O Dilema do Método Histórico Crítico" ao menos ensejou nosso encontro e nossa conversa.

Senti que a sua maior angústia é que não há instituições conservadoras de ensino teológico na sua região, e nem próximo a ela, onde você e alguns de seus amigos pudessem estudar teologia. Pelo que entendi, todas as existentes são de linha liberal, ensinam o método crítico de interpretação e a teologia da libertação. Portanto, não me espantei quando você disse que as igrejas protestantes históricas da região são pequenas e esvaziadas, que outras nem abrem no domingo pela manhã e que alguns templos estão sendo vendidos por falta de membros!! Nossa, me senti na Europa pós-cristã!!

Parece que a coisa mais importante no momento é sobreviver teologicamente neste território dominado por liberais. Fiquei pensando no assunto e me ocorreu lhe escrever esta carta lhe dando algumas sugestões.

1 - Procure fazer online cursos de teologia que sejam conservadores - não há cursos assim reconhecidos pelo MEC que sejam de linha bíblica e conservadora. Mas, para aqueles que estão mais interessados em sobreviver e crescer na fé cristã histórica do que ter um diploma do MEC, recomendo o curso de Bíblia pela internet oferecido pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper ou o curso de teologia da Faculdade Internacional de Teologia Reformada.

2 - Há muitos sites na Internet com bastante material reformado, que podem servir de fonte quase inesgotável de material para estudo e reflexão, como Monergismo. Em sites assim você encontrará links para outros. Recomendo ainda a revista teológica Fides Reformata online, onde você encontrará bastante material.

3 - Procure adquirir boa literatura e formar uma biblioteca básica de livros reformados. Veja aqui uma bibliografia reformada básica destinada aos que precisam sobreviver em território liberal. Estes livros podem ser adquiridos pela internet quase que em sua totalidade, no site das editoras, que entregam pelo correio. Pois eu imagino que as livrarias em território liberal raramente teriam estes livros. Não deixe de consultar o catálogo da Editora Cultura Cristã que tem o maior número de títulos reformados do Brasil.

4 - Encoraje seus amigos crentes, passando pelas mesmas dificuldades que você está passando, a formar grupos de comunhão para estudar bons livros juntos, discutir questões teológicas e orar uns pelos outros. Tudo isto ajuda na sobrevivência.

5 - Procure participar de todos os eventos de linha conservadora e biblica que puder. Há muitos eventos assim acontecendo no Brasil, como por exemplo, "Encontros da Fé Reformada." Mesmo que saia caro pagar uma passagem, inscrição e hospedagem, no fim acaba valendo a pena para quem pretende sobreviver e crescer na fé. Apenas como exemplo, eis alguns eventos reformados acontecendo em breve:

Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória (terceira semana de outubro)
Igreja Presbiteriana em Manaus (primeira semana de novembro)
Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia (segunda semana de novembro)
Conferência Fiel (outubro)

6 - Mesmo que a maioria das igrejas em território liberal tenha pastores liberais, aqui e acolá é possível encontrar um pregador que seja firme, que pregue a Palavra, e que defenda as grandes doutrinas da fé cristã. Mesmo que ele seja de outra denominação, vá ouvi-lo de vez em quando. Procure conversar com ele e orar juntos.

7 - Gaste tempo em oração diante de Deus. Não deixe que em seu coração se forme uma raiz de amargura e ressentimento contra liberais. Ore por eles. Ore por proteção contra o erro teológico. Peça a Deus sabedoria e discernimento em todas as coisas.

Eu percebi no nosso encontro que alguns dos rapazes estão pensando em estudar teologia para seguir o ministério pastoral, mas estão angustiados pensando em ter que ir para uma das escolas de liberais da região. Bom, diga a eles que eu sugiro que eles estudem seriamente a possibilidade de irem estudar num bom seminário de linha conservadora e que tenha qualidade teológica, ainda que para isto eles tenham que se mudar de sua região. Quem sabe, Deus não abrirá as portas?

E se não tiver jeito e acabarem indo para uma escola que tenha professores liberais, eis algumas dicas:

1 - Não se impressionem com o ar de superioridade que eles ostentam em sala de aula, como se o método crítico e as idéias liberais fossem coisa de gente intelectual, esclarecida e iluminada - na verdade, estas coisas podem ser indício de incredulidade. E se de fato a incredulidade estiver por trás do vanguardismo, o comportamento deles será menos do que cristão e então desdenharão dos que crêem. Na falta de fé, eles tentam mascarar a incredulidade deles se apresentando como pessoas de mente aberta e esclarecida, que sentem pena dos pobres mortais obtusos e atrasados que teimam em acreditar nos milagres da Bíblia, na ressurreição literal de Jesus e no relato da criação. Não se impressionem com este tipo de perspectiva, se ela surgir. Se o que os move for dificuldade em crer no relato simples das Escrituras, procurem vê-los como são, pessoas sem fé que estão procurando racionalizar o fato de que ainda se consideram religiosos e cristãos mas sem crer em nada do que a Bíblia diz.

2- Uma boa estratégia para eles perderem o temor de professores liberais e vê-los como realmente são é perguntar qual igreja freqüentam - irão descobrir que vários deles não freqüentam igreja nenhuma e que não contribuem em nada para as igrejas locais, a não ser fazer sermões aqui e acolá quando convidados. Uns poucos que pastoreiam geralmente têm igrejas minúsculas e que não crescem.

3 - Eles terão que ler as obras de liberais que eles vão passar. Leiam criticamente, sondando os argumentos. Não aceitem nada como sendo fato, mas vão na Bíblia e confiram. Eles irão descobrir, como eu descobri durante meus estudos com professores liberais, que eles têm muitas hipóteses e teorias, mas quase nenhum fato ou evidência. E lembrem que para cada argumento que eles usam, existem contra-argumentos de professores conservadores tão competentes quanto eles.

4 - Mesmo em escolas dominadas por liberais sempre tem um ou outro professor que ainda acredita na Bíblia. Diga a seus amigos para se aproximarem dele e tentarem conseguir que ele os oriente e ajude nos trabalhos e monografias.

Bom, não há realmente muito mais a ser dito a não ser isto, que você permaneça firme na fé, lendo a Bíblia e orando diariamente para que Deus lhe livre do mal e não lhe deixe cair em tentação. Pois afinal, o erro doutrinário também é obra da carne, como Paulo ensina em Gálatas 5:19-21.

Um abraço,
Augustus 

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Pureza Bendita

Por Steven Lawson



 
Pureza Bendita - Steven Lawson from Editora Fiel on Vimeo.


Fonte: Editora Fiel

Ciência e Fé se Misturam?

Por Adauto Lourenço




Ciência e Fé - se Misturam? from Editora Fiel on Vimeo.


Fonte: Editora Fiel

Ferramentas Indispensáveis ao Pastor

Kevin DeYoung é o pastor da University Reformed Church em East Lasing, MI, EUA. Obteve sua graduação pelo Hope College e seu mestrado pelo Gordon-Conwell Theological Seminary. É autor de diversos livros, preletor em conferências teológicas e pastorais, é cooperador do ministério “The Gospel Coalition” e mantém um Blog na internet “DeYoung, restless and reformed”. Kevin é casado com Trisha com quem tem 4 filhos.

Que ferramentas todo pastor deve possuir? Que habilidades ele precisa ter? Ou, perguntando com franqueza: o que um pastor tem de fazer razoavelmente para ser um bom pastor?

Observe o que não estou perguntando. Não estou perguntando sobre a teologia do pastor. Ou sobre a sua santidade pessoal. Ambas são essenciais e mais importantes do que algum dom específico. Todo pastor precisa cuidar bem de sua vida e de sua doutrina (1 Tm 4.16). Mas, o que um pastor tem de fazer? Esse é o assunto deste artigo.

Admitamos que ele está indo bem nas áreas de caráter e de convicção. Mas, o que se exige dele quanto à competência?

Em seguida, apresentamos uma lista que não é exaustiva. E, com certeza, não reivindicamos ser excelentes em cada área. Todavia, com base em minha experiência, um pastor de igreja local – estou pensando, em particular, no papel de pastor principal ou de pastor único – tem de ser competente em cinco áreas.

terça-feira, dezembro 07, 2010

Pete Briscoe: Um Testemunho

Pete Briscoe é inglês, filho de pais missionários. Ele se mudou para os EUA antes dos 10 anos. Hoje ele é o pastor presidente da igreja "Bent Tree." Veja abaixo um excelente testemunho de quem reconhece a primazia de Jesus Cristo. Para mais detalhes sobre ele, veja seu perfil (em inglês) no site de sua igreja.


sexta-feira, dezembro 03, 2010

“Juntar as tralhas” é uma boa opção?

Juntar os trapos, as escovas de dente, as coisas... Todas formas de dizer: "não queremos nos casar no cartório ou no religioso."  A revista WORLD (11 de setembro de 2010, vol.25, nmr18) publicou um artigo sobre este assunto: Together Soon, por Mike McManus. Resolvi colocar alguns dos dados apresentados em Todah Elohim. As estatísticas abaixo são dos EUA.

É popularmente aceitável que duas pessoas decidam morar juntas antes de se casarem perante um juiz (ou líder religioso). Veja 3 mitos sobre isso:

Mito 1
Morar juntos é um passo positivo para o casamento

Pessoas que decidiram morar juntas sem antes de casar saltou de 520,000 em 1970 para 6,8 milhões em 2008. Destas, apenas 1,4 milhões se casaram naquele ano. A média de duração  da união de pessoas que decidem morar juntos é de 18 meses.

Tais pessoas que se separam vivem um “pré-divórcio” que é tão doloroso quanto um divórcio real. Destes, muitos nunca voltam a se casar. Morar junto antes do casamento seduz milhões de pessoas que acreditam poder testar a possibilidade do casamento sem um compromisso sério.

Mito 2
Morar juntos é um teste para o casamento

Na verdade é mais um teste para o divórcio do que para o casamento. A pergunta é: a separação acontecerá antes ou depois da cerimônia oficial?

Em 1989 um estudo por Larry Bumpass concluiu que casamentos que precedem pessoas morando juntas tem 50% mais chance de terminarem separadas do que casais formados por pessoas que não moraram juntas. Naquela época a justificativa foi dada: muitos deles eram pobres, menos escolarizados e filhos de divórcios, ou seja, pessoas mais propensas a não lidar bem com problemas no casamento.

Mais tarde (1995-2002), Paul Amato da Penn State pesquisou se tais condições mudaram para aqueles que se uniam antes do casamento. Surpreendentemente (ou não), o risco para separação aumentou: 61%. Uma outra pesquisa de Penn State apontou que os casais que moram juntos antes de se casar perdem o respeito por seu parceiro.

Mito 3
O que nós fazemos não é problema dos outros

Isso não é verdade. Quando pessoas decidem morar juntas isso não é uma questão privada, mas pública. Em 2001, a National Center for Health Statistics mostrou que 52% dos nascimentos em casais não casados aconteciam no seio daqueles que moravam juntos. O número de crianças que nascem em lares de solteiros cresce desde 1960, alcançando a marca de 1.7 milhões em 2007.

Essas crianças geralmente são criadas por um dos pais, que é dependente da bolsa família amaricana (welfare). Isso gera um custo de 260 bilhões de dólares àqueles que pagam impostos.


Obs.: Pessoalmente não concordo que uniões estáveis não sejam casamento. Isso não quer dizer que o casal tenha começado da forma que agrada a Deus também. Mas para entender um pouco melhor sobre o que quero dizer, veja este artigo: Tipos de Casamentos no tempo do Apóstolo Paulo.