quarta-feira, março 10, 2010

Devocional em Tiago: Domar a Língua

15- Domar a Língua
Por Reinaldo Bui

Quando colocamos freios na boca dos cavalos para que eles nos obedeçam, podemos controlar o animal todo. Tomem também como exemplo os navios; embora sejam tão grandes e impelidos por fortes ventos, são dirigidos por um leme muito pequeno, conforme a vontade do piloto. Semelhantemente, a língua é um pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Vejam como um grande bosque é incendiado por uma pequena fagulha. Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniqüidade. Colocada entre os membros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno. Toda espécie de animais, aves, répteis e criaturas do mar domam-se e é domada pela espécie humana; a língua, porém, ninguém consegue domar. Ela é um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero (Tg 3.3-8).

A conversão verdadeira traz transformação no caráter e no uso da língua. Este é um assunto tão crítico e estratégico que Tiago diz que quem refreia a língua é capaz de refrear todo o corpo. Para ilustrar isto ele utiliza duas figuras: o freio na boca dos cavalos e o leme de um navio. Quando o homem controla estas pequenas coisas ele controla, nestes casos, todo o animal e/ou o navio. Assim é com a nossa língua. Se a controlarmos, estaremos traçando o destino de todo nosso ser. A língua representa você, o que você é, o que você pensa, o que se passa dentro do seu coração. Por ser estratégica, pode afetar positivamente toda a vida, e você só tem a ganhar com seu controle: evita conflitos, constrangimentos, pedidos de perdão, etc. Mas além destas, Tiago utiliza outra figura para ilustrar o estrago que o mau uso da língua pode causar: uma centelha ou uma pequena faísca. Quem já teve a experiência de apagar um incêndio no mato sabe o estrago que aquelas pequenas fagulhas causam. Elas são levadas pelo vento a um local um pouco adiante e ali se inicia um novo foco de incêndio. Nossa língua tem o mesmo poder destrutivo, demonstrando assim seu caráter mundano. Note o que Provérbios diz: 18.21; 13.3; 11.9, 11
  • A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.
  • O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína.
  • O ímpio, com a boca, destrói o próximo, mas os justos são libertados pelo conhecimento.
  • Pela bênção que os retos suscitam, a cidade se exalta, mas pela boca dos perversos é derribada.

Colocada entre a mente e o coração, quando damos liberdade a nossa língua para praticar sua corrupção inerente estamos em cumplicidade com Satanás, com as atividades deste mundo e sofreremos as consequências. Deste modo, nada se compara a seu poder destrutivo, é mundana, satânica, afeta todo o ser e a todos os seres por todo o tempo. Um comentário negativo sobre alguma pessoa pode destruí-la e também toda sua geração! Um escritor chamado Morgan Blake escreveu o seguinte sobre este assunto:

“Sou mais mortal do que um ruidoso projétil de morteiro. Venço sem matar. Levo lares ao choro, quebro corações e destruo vidas. Viajo nas asas do vento. Nenhuma inocência é forte o suficiente para intimidar-me, nenhuma pureza é pura o suficiente para atemorizar-me. Não tenho consideração pela verdade, nem tenho respeito pela justiça, nem sou bondoso com os indefesos. Minhas vítimas são numerosas como as areias do mar e comumente são inocentes. Eu nunca esqueço e raramente perdôo. Meu nome é fofoca.”

Queridos, não podemos ficar indiferentes diante deste veneno mortífero que potencialmente carregamos dentro de nós. Somos capazes de dominar toda espécie de animais ferozes, mas não conseguimos refrear a nossa língua? É aqui que precisamos parar de tentar agir com nossas próprias forças (que força?) e entregar nossos corpos (incluindo a língua) como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Uma fé verdadeira e consciente apresenta também este tipo de testemunho: era fofoqueira, passou a falar só do bem que pode ser falado; era ofensivo, mas se tornou dócil e terno; era murmurador e passou a dar graças a todas as coisas.

Veja o devocional anterior:

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