12- Fé Sem Obras
Por Reinaldo BuiDe que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia, e um de vocês lhe disser: Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até ficar satisfeito, sem, porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, estará morta. Mas alguém dirá: Você tem fé, eu tenho obras. Mostra-me sua fé sem obras e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras. Você crê que existe um só Deus? Muito bem, até mesmo os demônios crêem - e tremem (Tg 2.14-19).
Como administrar um possível erro ou discordância dentro da Bíblia? Se cada escritor da Bíblia desse sua própria ideia, então a credibilidade das Escrituras estaria comprometida. Lutero lutou contra este trecho da carta (chegando a chamá-la de epístola de palha), pois a igreja católica defendia por esta passagem a ideia de salvação pelas obras. Aparentemente há um choque com o que Paulo escreve em Romanos 3.28, onde argumenta que a justificação é exclusivamente por fé. Digo aparentemente, pois quando entendemos a mensagem de Tiago compreendemos que está em plena harmonia com a de Paulo. Precisamos entender que o assunto central deste capítulo não é obras, mas fé, com ou sem obras, e isto fica claro quando lemos os versículos 1, 5, 14, 17, 19, 20 e 22 deste capítulo. Tiago não está questionando outra coisa, se não, tipos de fé. Precisamos lembrar que os apóstolos estavam familiarizados com (e pregavam!) a doutrina da salvação pela fé. O que é ela? É a confiança de que podemos nos chegar a Deus somente por ação divina, ou seja, Cristo pagou nossos pecados, e por crer na suficiência da Sua obra, somos declarados justos. Paulo deixa isto muito bem claro em Romanos 5.1. O que Tiago questiona em sua carta é: se a fé que você declara ter não traz implicações na sua vida (v. 14), tem ela poder para salvar? Ele chama esta fé de “morta” (v. 17 e 26), inoperante (v. 20) e chega a comparar ao mesmo tipo de fé dos demônios (v. 19). Ele não está questionando a salvação pela fé, mas sim a fé estática, sem obras, diferente da fé genuína que vai muito além de ser de conversa, declaração, etc. Tiago questiona não a fé em si, mas uma fé específica, e afirma que se não há manifestações na vida, esta já é uma evidência de uma falsa fé.
A genuína fé leva primeiramente a aceitação por Deus do homem como justo, para depois ir sendo aperfeiçoado dia a dia. Não fomos salvos pelas obras, mas fomos salvos para andarmos nas obras que Deus preparou de antemão para nós. Da mesma forma, de nada adiantará vivermos mergulhados em boas obras (caridade), se não cremos que é Deus quem nos justifica independentemente das obras. Esta idéia está em pleno acordo com o que Paulo escreve em Efésios 2.8-10:
Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.
Estou cada vez mais convencido de que estamos aqui (neste mundo) para fazer diferença na vida de outras pessoas. Por isso, precisamos trabalhar enquanto é dia! Lembre-se:
1. Seu testemunho é importantíssimo;
2. Suas ações podem falar mais alto do que imagina.
Veja o texto anterior:
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