terça-feira, março 27, 2012

Testemunho de conversão do Mestre-Maçom Charles Finney

Por Charles Finney 
Recebido por email

Quando fui convertido a Cristo, eu pertencia à Loja Maçônica em Adams, Nova Iorque.

Durante as lutas da convicção do pecado pelas quais passei, eu não me lembro se a questão sobre a Maçonaria já havia ocorrido em minha mente.

Novas Visões das Práticas da Loja

Logo depois da minha conversão, entretanto, fui certa noite a uma sessão em minha Loja.

Eles, obviamente, estavam cientes de que eu me havia tornado um cristão, e os Mestres me convidaram para abrir os trabalhos da Loja com uma oração.

Eu fiz isso, e derramei o meu coração diante do Senhor, pedindo bênçãos sobre a Loja.

Observei que isso criou considerável alvoroço.

A noite passou, e no fechamento dos trabalhos da Loja me pediram para rezar novamente.

Assim procedi, e me retirei muito deprimido em espírito.

Logo descobri que eu era completamente convertido da Maçonaria para Cristo, e que eu não tinha mais simpatia com qualquer das deliberações da Loja.

Seus juramentos pareciam-me monstruosos, profanos e bárbaros.

Naquela época eu não sabia o quanto tinha sido sujeito a muitas das pretensões da Maçonaria.

Após reflexão e análise, entretanto, sob uma luta severa e fervorosa em oração, achei que não poderia permanecer com eles de modo consistente.

Minha nova vida estava instintiva e irresistivelmente resguardada de qualquer simpatia com aquilo que eu já considerava como as improdutivas obras das trevas.

Afastando-me da Membresia
Sem consultar ninguém, eu finalmente fui à Loja e pedi meu desligamento.

Minha mentalidade havia sido formada.

Retirar-me deles é um dever - esperava, se possível, com seu consentimento; sem esse consentimento, se eu precisasse.

Sobre isso não me manifestei, mas de alguma maneira tornou-se conhecido que eu havia me desligado.

Assim, eles planejaram um ágape e enviaram-me um convite, pedindo para que eu fizesse um discurso nessa ocasião.

Calmamente eu me recusei a fazê-lo, informando à comissão que eu não poderia, de maneira tranquila e em qualquer hipótese, fazer algo que pudesse mostrar a minha aprovação àquela instituição, ou simpatia para com ela;

No entanto, durante certo período de tempo e nos anos seguintes eu permaneci em silêncio, e não disse nada contra a Maçonaria, embora eu já tivesse opinião formada sobre a questão que diz respeito aos meus juramentos maçônicos, considerando-os como absolutamente nulos e sem efeito.

A partir desse momento, entretanto, nunca mais me permiti ser reconhecido como maçom, por onde quer que eu andasse.

Iniciando um Testemunho Público
Passaram-se poucos anos antes da publicação das revelações sobre a Maçonaria, pelo capitão William Morgan.

Quando esse livro foi publicado, eu lhe perguntei se ele era uma autêntica revelação sobre a Maçonaria.

Argumentei que ele ia muito além do que eu sabia sobre a Maçonaria e que, até onde eu podia lembrar, consistia numa fiel revelação dos três primeiros graus, tal qual eu mesmo os havia obtido.

Eu reconheci com sinceridade que o que havia sido publicado fora uma autêntico relato sobre a instituição, bem como uma autêntica exposição de seus juramentos, princípios e procedimentos.

Após eu ter considerado essa revelação mais profundamente, eu fui convencido de modo mais perfeito de que eu não tinha o direito de aderir àquela instituição, nem ao menos na aparência, e que eu estava vinculado, sempre que viesse a ocasião, a manifestar livremente minha opinião em relação a ela, e de renunciar aos terríveis juramentos que eu havia feito.

"É possível acreditar em Deus usando a razão", afirma William Lane Craig

Na Revista Veja

William Lane Craig
Quando o escritor britânico Christopher Hitchens, um dos maiores defensores do ateísmo, travou um longo debate nos Estados Unidos, em abril de 2009, com o filósofo e teólogo William Lane Craig sobre a existência de Deus, seus colegas ateus ficaram tensos. Momentos antes de subir ao palco, Hitchens — que morreu em dezembro de 2011. aos 62 anos — falou a jornalistas sobre a expectativa de enfrentar Craig.

"Se você acha que a religião é um conto de fadas, não acredite. Mas se o cristianismo é a verdade — como penso que é — temos que acreditar nele independente das consequências. É o que as pessoas racionais fazem, elas acreditam na verdade. A  via contrária é o pragmatismo. 'Isso Funciona? Não importa se é verdade, quero saber se funciona'" -- William Lane Craig

"Posso dizer que meus colegas ateus o levam bem a sério", disse. "Ele é considerado um adversário muito duro, rigoroso, culto e formidável", continuou. "Normalmente as pessoas não me dizem 'boa sorte' ou 'não nos decepcione' antes de um debate — mas hoje, é o tipo de coisa que estão me dizendo". Difícil saber se houve um vencedor do debate. O certo é que Craig se destaca pela elegância com que apresenta seus argumentos, mesmo quando submetido ao fogo cerrado.

O teólogo evangélico é considerado um dos maiores defensores da doutrina cristã na atualidade. Craig, que vive em Atlanta (EUA) com a esposa, sustenta que a existência de Deus e a ressurreição de Jesus, por exemplo, não são apenas questões de fé, mas passíveis de prova lógica e racional. Em seu currículo de debates estão o famoso químico e autor britânico Peter Atkins e o neurocientista americano Sam Harris (veja lista com vídeos legendados de Craig). Basta uma rápida procura no Youtube para encontrar uma vastidão de debates travados entre Craig e diversos estudiosos. Richard Dawkins, um dos maiores críticos do teísmo, ainda se recusa a discutir com Craig sobre a existência de Deus.

segunda-feira, março 19, 2012

Capelania Evangélica Hospitalar: mais um Alvo da Crescente Cristofobia

Por Thomas Tronco

Os três primeiros séculos da era cristã foram marcados por incontáveis morticínios de cristãos, principalmente nas arenas romanas, mortos por animais ferozes, por fogo e por instrumentos de tortura. No quarto século, as perseguições cessaram, mas não o ódio ao cristianismo. Sempre que surge oportunidade, o mundo aponta suas armas para a igreja, para as Escrituras e para tudo que esteja ligado ao Deus-homem que morreu na cruz para remissão de pecados.
 
A “bola da vez” é a Associação de Capelania Evangélica Hospitalar (ACEH). Esse ministério teve início em 1983 e é presidido pela capelã Eleny Vassão de Paula Aitken, atuando em mais de 130 hospitais espalhados por vários Estados brasileiros e até fora do Brasil, 13 países ao todo. Os hospitais que contam com esse ministério são mais bem conceituados por terem a visão do cuidado integral ao paciente, seus familiares e profissionais da saúde. Diante dos leitos, o trabalho desses capelães é a dar ouvidos, confortar e encorajar, ajudando o enfermo a lutar pela vida com esperança em Deus e na medicina. Também é oferecido aconselhamento espiritual e apoio emocional, tanto ao paciente e seus familiares, como aos profissionais da saúde (www.capelania.com). Resumindo, é um trabalho que envolve atividade missionária, misericórdia genuína e amor incondicional.

Apesar disso, essa associação tem recebido ataques que nada mais são que uma demonstração cristofóbica e inconstitucional do pior tipo. Por meio de mentiras e de intenções bastante questionáveis e egoístas, os nobres e desprendidos capelães têm sido difamados e afrontados, não porque ataquem as escolhas dos pacientes, mas por amá-los, evidenciando que tipo de amor Cristo ensinou aos seus discípulos.

Para ser sincero, ataques como esse me levam a pensar se devemos mesmo manter a demonstração de amor pelas pessoas que nos perseguem. Contudo, esse pensamento logo cede lugar a outro: o de que Cristo nos advertiu de tal perseguição e ódio por parte do mundo e, mesmo assim, nos ordenou amar. Logo em seguida, lembro-me que essa atividade amorosa, com prejuízo próprio, é uma tradição cristã. O historiador Eusébio de Cesareia (263-340) conta de uma praga avassaladora que ocorreu em Alexandria, cuja virulência e propagação é descrita como “acima de toda a esperança”, a qual acometeu mais pagãos que cristãos. Diante disso, ele conta qual foi a ação da igreja cristã:

“De fato, a maior parte de nossos irmãos, pelo exercício do grande amor e da afeição fraternal, não se poupando, mas ligando-se uns aos outros, estavam constantemente supervisionando os doentes, ministrando em suas necessidades sem temor e sem parar e, curando-os em Cristo, partiam mui docemente com eles. Ainda que contraíssem dos outros a doença, tomando-a dos vizinhos, voluntariamente, por sucção, extraíam suas dores. Muitos, também que haviam curado e fortalecido a outros, morreram, transferindo a morte deles para si próprios e exemplificando de fato aquela expressão corrente que antes só parecia uma forma de polidez: eles estavam de fato, em sua morte, como os ‘marginalizados de todos’. Os melhores de nossos irmãos, de fato, partiram desta vida dessa maneira, alguns de fato presbíteros, alguns diáconos e, do povo, os que eram extremamente elogiáveis. De modo que essa própria forma de morte, com a piedade e a fé ardente que a acompanhava, parecia só um pouco inferior ao próprio martírio. Eles pegavam os corpos dos santos com as mãos nuas e sobre o peito, limpavam-lhes os olhos e, fechando-lhes os lábios, carregavam-nos sobre os ombros e compunham-lhes os membros, abraçavam-nos, seguravam-nos e preparavam-nos decentemente lavando-os e vestindo-os e em breve eles mesmos participavam da recepção dos mesmos ofícios. Aqueles que sobreviviam sempre seguiam os que iam adiante deles. Entre os pagãos era exatamente inverso. Eles repeliam os que começavam a adoecer e evitavam os amigos mais chegados. Eles os lançavam às ruas meio mortos ou jogavam-nos, quando mortos, sem sepultamento, evitando toda comunicação e participação na morte, coisa impossível de evitar com todas as precauções e cuidados” (Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica, VII:XXII, Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 269).

Desse modo, como crentes em Cristo, nossa tarefa é continuar a amar quem nos odeia (Mt 5.44; Lc 6.35) e brilhar ao mundo a luz de Cristo (Mt 5.16). No tocante à capelania evangélica, nossa tarefa é continuar amando aqueles que sofrem sem esperança e clamar a Deus que abençoe nossos nobres irmãos capelães e defenda a Associação de Capelania Evangélica Hospitalar. Esses irmãos se afadigam e são difamados na posição de representantes da igreja de Cristo. Nada mais justo e próprio que sejamos seu suporte e fonte de consolo e encorajamento. Afinal, somos um só corpo, um corpo que luta junto, sofre junto e junto chegará ao céu para habitar para sempre ao lado do nosso supremo Capelão.

* Ajude assinando a petição pública em favor da ACEH (clique aqui).

domingo, março 18, 2012

Leo Tolstoy: mudar o mundo, mudar a si mesmo

Everyone thinks of changing the world, but no one thinks of changing himself.

(Tradução) Todo mundo pensa em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo.

-- Leo Tolstoy

Charles Spurgeon: A maioria dos frequentadores de igreja são...

I believe a very large majority of church-goers are merely unthinking, slumbering worshipers of an unknown God.

(Tradução) Eu acredito que uma grande maioria dos frequentadores de igreja são meramente superficiais, adoradores adormecidos de um Deus desconhecido.

-- Charles H. Spurgeon

sexta-feira, março 16, 2012

Os Perigos da Irrealidade do Computador

 Por John Piper

Há apoio bíblico para as resoluções pessoais? Algo bem próximo disso é o conceito de fazer e cumprir votos. “Fazei votos e pagai-os ao senhor, vosso Deus” (Salmos 76.11). Como todas as demais coisas valiosas, podemos abusar disso e torná-la uma negociação presunçosa com o Todo-Poderoso. Mas não deve ser assim.

Podemos examinar nosso próprio coração, reconhecer a fraqueza da carne e dizer ao Senhor: “Sei que, entregue a mim mesmo, farei uma bagunça de minha vida. Não creio que tenho, em mim mesmo, a capacidade de cumprir as promessas e votos que faço ao Senhor. Agradeço-Te pela promessa bíblica de que Tu encherás meu coração de temor, para que eu não Te abandone (Jeremias 32.40), e de que Tu realizarás em mim o que é agradável diante de Ti (Hebreus 13.21). Creio que um dos instrumentos mais simples que estabelecestes para guardar-me de pecar é o fazer votos. Por favor, mostra-me quando isso é conveniente e dá-me graça para eu cumprir o que prometo”.

Em seguida, apresento cinco perigos do computador e cinco resoluções (ou votos) que todos devemos fazer.

1. Perigo: a armadilha da curiosidade constante

O computador pessoal oferece intermináveis possibilidades de descobertas. Até o ambiente básico de um sistema operacional pode consumir horas, dias e semanas de digitação e investigação curiosa. Sistema de cores, protetores de tela, atalhos, ícones, configurações, gerenciamento de arquivos, calculadora, relógio, calendário. Além disso, existem os inúmeros softwares que consomem semanas de nosso tempo, enquanto nos seduzem a examinar sua complexidade. Tudo isso é bastante enganador, dando-nos a ilusão de poder e eficiência, mas deixando-nos com o sentimento de vazio e nervosismo, ao final do dia.

Resolução: limitarei estritamente meu tempo de experiência no computador e me dedicarei mais à verdade do que à técnica.

2. Perigo: o mundo vazio da (ir)realidade virtual

Quão triste é ver pessoas inteligentes e criativas desperdiçando horas e dias de sua vida criando cidades, exércitos e aventuras que não têm nenhuma conexão com a realidade. Temos uma vida para viver. Todos os nossos poderes nos foram dados pelo Deus real, a fim de serem usados no mundo real, que nos leva ao céu real ou ao inferno real.

Resolução: gastarei minha energia construtiva e criativa não na irrealidade da “realidade virtual”, e sim na realidade do mundo real.

3. Perigo: relações “pessoais” com meu computador

Diferentemente de qualquer outra invenção, o computador pessoal é quase semelhante a uma pessoa. Você joga contra ele. Há programas que conversarão com você sobre a sua personalidade. O computador falará com você; sempre estará à sua disposição. É mais esperto do que seu cachorro. O grande perigo é que nos sentimos realmente à vontade com essa “pessoa” eletrônica e administrável e, pouco a pouco, nos afastamos dos relacionamentos imprevisíveis, frustrantes e, às vezes, dolorosos com pessoas humanas.

Resolução: não substituirei o risco dos relacionamentos pessoais pela segurança eletrônica e impessoal.

quarta-feira, março 14, 2012

Ataque ao evangelho nas capelanias evangélicas

Por Eleny Vassão 

Eleny Vassão
A ACEH – Associação de Capelania Evangélica Hospitalar, na pessoa da Capelã Evangélica Eleny Vassão de Paula Aitken,  através das Capelanias Evangélicas do Centro de Referência (CRT-AIDS) e Treinamento em DST-AIDS e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo,  estão sendo atacadas com acusações difamatórias por militantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais  e Travestis).

O ataque é feito  através dos artigos e comentários na Internet: “A HOMOFOBIA (INSTITUCIONAL) NOSSA DE CADA DIA”, de autoria do  Sr. Claudio Celso Monteiro Jr. e de outro, de autoria do Sr. Ricardo Aguieiras, intitulado “FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO INVADE HOSPITAIS BRASILEIROS”.  O último atinge também a Igreja Presbiteriana do Brasil e é feito a partir de um trecho do livro “A Missão da Igreja Frente a AIDS”, de autoria de Eleny, publicado há quase 20 anos pela Editora Cultura Cristã.  As denúncias contemplam  também acusações de “homofobia”, atendimento espiritual de maneira invasiva e sérias falhas em questões de biossegurança.

O texto é ratificado através de acusações verbais levadas às Diretorias destes Hospitais pela Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual da Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania da cidade de São Paulo.

Cabe à Igreja Evangélica e à Sociedade Brasileira se manifestar, tanto em defesa deste ministério nos hospitais com uma história de 30 anos de atuação em mais de 200 hospitais brasileiros e em 13 outros países, como também em defesa  da liberdade de pensamento e expressão, da verdade e da apresentação do Evangelho em nosso país.   Dentro de poucos dias toda a Igreja Brasileira experimentará esta perseguição e violação aos Direitos de liberdade de pensamento, crença e expressão, se não reagir com agilidade e firmeza à agressão e ousadia destes grupos. “Para o triunfo do mal só é preciso que os homens de bem não façam nada” (Edmund Burke).  

O Artigo 5º da Constituição, em seu caput, afirma que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade. A mesma Constituição afirma que é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.  A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948,  expressa em seu Artigo 18 que todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião.  O Artigo 19 diz que toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. Veja, no link abaixo, com que ousadia eles se organizam e lutam por aquilo que chamam de “seus direitos”,  enquanto limitam o direito dos outros.

Veja no link o relatório: http://migre.me/8fVgP              

Escreva para: elenyvassao@gmail.com; mariaclara@crt.saude.sp.gov.br;

“...agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra...”   Atos 4:29

quarta-feira, março 07, 2012

Quatro Razões Básicas para a Rejeição da Doutrina da Perda da Salvação

Por Marcos Granconato  
 
O ensino bíblico que afirma que o crente não perde a salvação é chamado tecnicamente de doutrina da perseverança dos santos. Trata-se de um dos temas principais defendidos pelo Calvinismo. Essa doutrina teve como maior oponente dentro do Protestantismo o sistema idealizado pelo teólogo holandês Jacó Armínio (1560-1609). Entre outras coisas, o Arminianismo nega a fórmula “uma vez salvo, salvo para sempre”. Ainda que esse modelo tenha sido condenado pelo Sínodo de Dort (1618-1619), muitas igrejas evangélicas modernas o adotam, sendo possível encontrar seus expoentes entre batistas, assembleianos (principalmente) e presbiterianos (surpreendentemente).
Há pelo menos quatro razões básicas para rejeitar a doutrina da perda da salvação:

1. A salvação abrange uma seqüência de ações de Deus que começa na eternidade passada e se conclui com a glorificação perene no futuro (Rm 8.29-30)
Considerando a soberania e o poder de Deus, essa seqüência não pode ser frustrada ou interrompida. De fato, na referência acima vê-se que a corrente da salvação mostra seu elo inicial quando Deus conhece de antemão e predestina aqueles a quem decide alcançar. Em seguida, ele chama e justifica essas pessoas, glorificando-as finalmente. Evidentemente, não há como quebrar esse processo, estando a salvação garantida, inclusive, pelo selo do Espírito (Ef 1.13-14). Ademais, é absurdo conceber o Deus da Bíblia como um ser incapaz, que predestina alguém para salvar, chama-o e o justifica, mas no fim não consegue glorificá-lo.

2. A salvação implica “novo nascimento”
Jesus ensinou que o homem salvo é aquele que nasceu de novo pela fé nele, podendo agora ver o Reino celeste (Jo 3.3). Sabe-se também que quem nasce de novo se torna filho de Deus (Jo 1.12-13; 1Jo 5.1). Evidentemente, para perder essas bênçãos, o crente teria que “desnascer”. E mais: se quisesse recuperá-las teria de nascer de novo de novo. Ora, essas possibilidades não existem nas Escrituras. Nascer de novo ou ser regenerado, tornando-se filho de Deus, é experiência única e, infalivelmente, resulta na salvação do crente (Gl 3.26-29).

3. A salvação não pode ser atribuída a pessoas que professaram temporariamente a fé
Várias passagens bíblicas falam de pessoas que, participando da comunhão dos crentes, testemunharam e até experimentaram bênçãos maravilhosas, caindo, em seguida, na apostasia (Hb 6.4-6). Não é correto, porém, dizer que essas pessoas perderam a salvação. Na verdade, elas nunca foram salvas (1Jo 2.19). Isso é evidente porque aprendemos na Parábola do Semeador que a prova da fé salvadora é a perseverança (Mt 13.1-23). Quem não persevera nunca foi de fato salvo (1Ts 5.23-24; Hb 10.39; 1Pe 5.10; 1Jo 5.4-5).

4. A salvação não pode ser anulada pelo pecado individual do crente
Em 1Coríntios 5.1-5, Paulo fala de um crente que tinha envolvimento sexual com a mulher do próprio pai. Era um pecado tão grave que ele diz não ser comum nem mesmo entre os pagãos (v.1), devendo esse homem ser “entregue a Satanás” (v. 5), o que significa ser expulso da igreja (v.13). Isso, porém, não fez com que ele perdesse a salvação. Na verdade, Paulo diz que a disciplina poderia trazer a destruição do corpo, mas que o espírito daquele homem seria salvo (v.5). Ademais, em 1João 2.1, aprendemos que se algum crente pecar, isso não gera sua condenação eterna, mas sim sua defesa, feita por um “Advogado junto ao Pai: Jesus Cristo, o justo”.

Essas são apenas algumas razões pelas quais devemos rejeitar a doutrina da perda da salvação. Outros textos que falam da segurança do crente são João 10.28-29; Romanos 8.33-34; 1Coríntios 3.15 e Hebreus 7.25

sábado, março 03, 2012

Será que realmente precisamos de ajuda?

Por T. Zambelli

Quinzenalmente eu me encontro com um grupo de amigos para conversar. Atualmente baseamos nosso bate papo no livro Instrumentos nas mãos do Redentor, por Paul Tripp (Nutra Publicações). O capítulo três leva exatamente o título deste post: "Será que realmente precisamos de ajuda?"

Ao invés de você simplesmente responder sim ou não à pergunta, deixe-me, por favor, levá-lo a pensar. Você já notou que nos seis dias de criação, Deus somente conversou com o homem e a mulher? Soa bastante óbvio pensar nisso, né? No entanto, acredito que esta obviedade conduz muitos leitores a menosprezarem ou não observarem corretamente uma clara característica do ser humano: a comunicação. Posso, inclusive, ser mais específico, porque o homem e a mulher foram as únicas "coisas" que Deus criou e então com "o que" discursou. Deus fez os fundamentos, as plantas, os peixes, as avez e os outros animais, mas com nenhum deles Ele falou. Esmiuçando ainda mais, percebo que, mesmo tendo os insetos, peixes, aves e vários outros animais a destreza de se comunicar, Deus escolheu dar ao ser humano, a habilidade de com Ele também se comunicar. As palavras do texto bíblico nos mostra a qualidade desta conversa: Deus os abençoou, e lhes disse: "Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra". Disse Deus: "Eis que lhes dou todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês. E dou todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em si fôlego de vida: a todos os grandes animais da terra, a todas as aves do céu e a todas as criaturas que se movem rente ao chão". E assim foi. (Gn 1.28-30 NVI)

O que isso tudo tem a ver com eu e você precisarmos ou não de ajuda? Esta próxima pergunta nos ajuda com a resposta: 

Saberiam os primeiros seres humanos o que fazer se Deus não os dissesse? 

Leia a passagem bíblica mais uma vez e perceba que até mesmo o que era alimento foi apontado por Deus. Será que o homem e a mulher já sabiam disso?

Muitos acreditam precisar de ajuda porque reconhecem serem falhos, pecadores e dependentes de Deus. Apesar de ser verdade que todo homem e mulher são falhos, pecadores e dependentes de Deus, esta não é a justificativa correta para dizermos que precisamos ou não de ajuda. Antes mesmo do homem decidir pelo pecado, ele já carecia da ajuda de Deus. Ele precisava tomar decisões que envolvia o certo e o errado. Mas como o homem e a mulher saberiam se não houvesse alguém que lhes dissesse?
"Se não tivesse havido a Queda e nunca tivéssemos pecado, ainda assim precisaríamos de ajuda porque somos humanos." -- Paul Tripp, p.70.

quinta-feira, março 01, 2012

Sexo no casamento

Por Joel Beeke

Intimidade no Casamento

 Dr. R. C. Sproul ensinou uma série e escreveu um livro sobre o casamento. Nesses recursos, Dr. Sproul passa por algumas das coisas mais difíceis que os casais lidam todo dia: falta de comunicação, sexo, papeis, divórcio, raiva, e mais. Ele compartilha o que a Bíblia diz sobre cada um, assim como as lições que aprendeu com o seu próprio casamento de quarenta anos.*

A visão puritana do sexo no casamento

 Existem muitas caricaturas e desentendimentos quando se trata de como os Cristãos através dos tempos viram o sexo no casamento. No livro do Dr. Joel R. Beeke,  Vivendo para a Glória de Deus: Uma introdução à fé reformada, ele dedica um capítulo para o casamento, no qual ele discute a visão puritana:

O amor conjugal deve ser sexual, logo ambos os parceiros conjugais podem se dar inteiramente para o outro com alegria e exuberância em um relacinamento saudável marcado por fidelidade. Reformadores como Martinho Lutero, Ulrich Zwinglio, e João Calvino estabeleceram este aspecto do casamento ao abandonar as atitudes medievais Católicas Romanas de que o casamento era inferior ao celibato, que todo contato sexual entre parceiros conjugais era um mal necessário para propagar a raça humana, e que um ato procriador que envolvia paixão era inerentemente pecado.

Essa visão negativa estava enraizada na igreja antiga e baseada nos escritos dos notáveis Tertuliano, Ambrósio e Jerônimo. Todos acreditavam que, mesmo dentro do casamento, relação sexual necessariamente envolvia pecado.45 Essa atitude voltada para a intimidade no casamento, que dominou a igreja por mais de dez séculos, inevitavelmente levou à glorificação da virgindade e do celibato. Por volta do século XV, clérigos foram proibidos de casar.46 Duas classes de cristãos surgiram: o “religioso” (ou seja, o clero espiritual), que incluía monges e freiras que prometeram abster-se de toda atividade sexual, e o “profano” (ou seja, leigos seculares), que, proibidos de se levantarem para os níveis nobres de virgindade e celibato, foram concedidos o direito de casar.

Pregadores puritanos ensinaram que a visão Católica Romana era anti-bíblica, até satânica. Eles citavam Paulo, que disse que a proibição do casamento é doutrina de demônios (1 Tm. 4.1-3). Até as definições puritanas de casamento implicavam o ato conjugal. Por exemplo, Perkins define casamento como “o conjunto legal de duas pessoas casadas; isto é, um homem e uma mulher em uma só carne.”47 Em contraste com Desidério Erasmo, que ensinou que o casamento ideal se abstinha da relação sexual, Cotton disse em um sermão de casamento que aqueles que requiseram abstinência no casamento seguem os ditados de uma mente cega e não aqueles do Espírito Santo, que diz que não é bom que o homem esteja sozinho.48

Os puritanos viam o sexo dentro do casamento como um dom de deus e como essencial e agradável parte do casamento. Gouge diz que maridos e esposas devem coabitar “com boa vontade e com alegria, de bom grado, prontamente e alegremente.”49 “Erra,” adiciona Perkins, “quem sustenta que a união secreta do homem com a mulher não pode ser sem pecado a menos que seja feito para a procriação de filhos.”50

Perkins continua a dizer que o sexo no casamento é uma “dívida devida” ou “benevolência devida” (1 Co 7.3) que o casal deve ao outro. Isso deve ser mostrado, ele diz, “com uma singular e inteira afeição de um para o outro” de três maneiras: “Primeiro, pelo correto e legal uso dos seus corpos ou do leito matrimonial.” Tal intimidade física por “uso santo” deve ser “uma santa e imaculada ação (Hb 13.4) … santificada pela palavra e oração (1 Tm 4.3-4). “Os frutos de honra a Deus, sexo agradável no casamento são a benção dos filhos, a preservação do corpo na limpeza ou inocência”, e o reflexo do casamento como um tipo da relação Cristo-igreja. Segundo, casais casados devem “valorizar um ao outro” intimamente (Ef 5.29) ao invés de ter sexo de um jeito impessoal como um adúltero com uma prostituta. Terceiro, um casal deve ser íntimos “por um tipo santo de alegria e se confortarem cada um com [o] outro em uma declaração mútua dos signos e sinais do amor e bondade (Pv 5.18-19; Ct 1.1; Gn 26.8; Is 62.7).” Nesse contexto, Perkins particularmente menciona beijar. 51

Outros puritanos enfatizaram o lado romântico do casamento quando comparam o amor do marido ao amor de Deus por Ele mesmo. Thomas Hooker escreve, “O homem cujo coração está cativo à mulher que ama, sonha com ela toda noite, tem ela em seu olhar e apreensão quando acorda, medita nela quando senta à mesa, anda com ela quando viaja e conversa com ela em cada lugar onde vai.”52 Ele acrescenta: “Ela se reclina no peito dele, cujo coração confia nela; e isso leva todos a confessarem a torrente de afeição dele, como um rio impetuoso, corre a toda força, transbordante.”53

A ênfase no romance dentro do casamento (e não em relações extraconjugais, como era de costume na Idade Média)54 tem sido muitas vezes atribuída aos puritanos. Herbert W. Richardson escreve que “o crescimento do casamento romântico e sua validação pelos puritanos representa uma grande inovação dentro da tradição Cristã.”55 E C. S. Lewis diz, “A conversão do amor cortês para o amor monogâmico romântico foi em grande parte o trabalho de… poetas puritanos.”56

Os puritanos tomaram a tarefa matrimonial do sexo tão seriamente que a não ampliação da “devida benevolência” pelos parceiros entre si podia ser território para a disciplina da igreja. Existe pelo menos em um caso registrado no qual um marido foi excomungado por “negligenciar sua esposa”, por não ter relações sexuais com ela por um longo período de tempo.

Introdução de  Nathan W. Bingham

* Você pode ver a série TheIntimateMarriage (O casamento íntimo) online de graça. Você pode comprar o livro TheIntimateMarriage na lojavirtual do site Ligonier

45 J. I. Packer, A Quest for Godliness: The Puritan Vision of the Christian Life (Wheaton, Ill.: Crossway, 1994), 261.

46 Leland Ryken, Worldly Saints: The Puritans As They Really Were (Grand Rapids: Zondervan, 1986), 40.

47 Perkins, “Christian Oeconomy,” in The Work of William Perkins, 419.

48 Ryken, Worldly Saints, 42.

49 Quoted in Ryken, Worldly Saints, 44.

50 Perkins, “Christian Oeconomy,” 423.

51 Ibid., 423–427.

52 Thomas Hooker, The Application of Redemption (London: Peter Cole, 1659), 137.

53 Thomas Hooker, A Comment Upon Christ’s Last Prayer (London: Peter Cole, 1656), 187. I am indebted to Packer, A Quest for Godliness, 265, for the last two quotations.

54 William Haller, The Rise of Puritanism (New York: Harper, 1957), 122.

55 Herbert W. Richardson, Nun, Witch, Playmate: The Americanization of Sex (New York: Harper & Row, 1971), 69.

56 C. S. Lewis, “Donne and Love Poetry in the Seventeenth Century,” in Seventeenth Century Studies Presentedto Sir Herbert Grierson (Oxford: Oxford University Press, 1938), 75

Traduzido por Pedro Vilela | iPródigo.com | Original aqui