quinta-feira, julho 22, 2010

As Parábolas do Mestre: o Pai Amoroso (Lc 15.11-32)

O Pai Amoroso
Por Reinaldo Bui

“O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos” (Leia Lucas 15.11-32 )

O filho pródigo percebeu que não tinha direito de reivindicar nada para retornar à casa de seu pai, nem tinha nada para oferecer, exceto uma vida de serviço pelo arrependimento de seus atos anteriores. Com isso ele estava preparado para cair aos pés de seu pai na esperança de obter perdão e misericórdia. É exatamente isto que a conversão representa: o fim de uma vida de escravidão do pecado, através da confissão ao Pai, e da fé em Jesus Cristo, dispondo-se a se tornar um escravo da justiça.

O filho pródigo estava satisfeito por voltar para casa como um escravo, mas para sua surpresa e alegria os privilégios de ser filho foram restaurados por seu pai. Ele passou de um estado de miséria para completa restauração. Isso é o que a graça de Deus faz por um pecador arrependido. Não só estamos perdoados, mas recebemos um espírito de adoção como Seus filhos, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. O pai então ordenou aos servos para levarem a melhor roupa (significando dignidade e honra, a prova de sua aceitação de volta para a família), um anel para a mão do filho (autoridade e filiação) e sandálias para seus pés (um sinal de que ele era livre, pois escravos não usavam sapatos).

Este pai amoroso ainda manda matar um novilho gordo e realizar uma festa. O sangue de um inocente foi derramado para expiação dos pecados, visto que naquele tempo bezerros cevados eram guardados para ocasiões especiais como o Dia da Expiação. Podemos imaginar a indignação dos fariseus a esta altura da narrativa, pois se o rapaz tivesse sido tratado em conformidade com a Lei deveria haver um funeral, e não uma festa ( veja Dt 21.18-21). Mas...

O SENHOR é misericordioso e compassivo; longânimo e bastante benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades. Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece dos que o temem (Salmo 103:10-13).

Jesus retrata o pai à espera de seu filho talvez diariamente, buscando-o pelo caminho distante ou esperando por sua volta. No momento em que o avistou, ainda longe, este pai compassivo se condói com o estado lastimável do filho. Naquela época não era o costume dos homens correr, mas aqui o pai corre para abraçar o seu filho. Por que um homem de posição quebraria o convencionalismo por um jovem rebelde que havia pecado contra ele? A resposta óbvia é porque ele o amava incondicionalmente, estava ansioso para compartilhar com ele seu amor e restaurar o relacionamento outrora perdido. Quando o pai alcançou seu filho, não só o acolheu em seu abraço, como também o cumprimentou com um beijo afetuoso. Ele está tão cheio de alegria pelo retorno de seu filho que não se dá conta da imundície que o filho se encontra, não o permite terminar a sua confissão, nem tampouco passa um sermão nele. Em vez disso, o perdoa incondicionalmente e o aceita de volta à comunhão.

A figura do pai correndo para seu filho, cumprimentando-o com um beijo e ordenando a celebração de uma festa de boas vindas é um retrato de como nosso Pai Celeste se sente em relação aos pecadores que se arrependem. Deus nos ama muito e espera pacientemente nosso arrependimento para que Ele possa nos mostrar Sua grande misericórdia.

O apóstolo Pedro representou bem esta ideia em sua carta (2 Pedro 3:9):
Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.

Medite...
Não importa o que você tenha feito no passado; o quanto você se sinta culpado; o quanto você se julgue indigno. Nosso Pai estará sempre de braços abertos a nos esperar. Você crê nisto?

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