segunda-feira, janeiro 21, 2008

Montaigne: Viver para os outros e para si mesmo

He who does not live in some degree for others, hardly lives for himself.

(Tradução) Aquele que não vive em algum grau para com os outros dificilmente vive para consigo mesmo.

-- Montaigne

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Henry D. Thoreau - Investimento que Nunca Falha

Goodness is the only investment that never fails.

(Tradução)
Bondade é o único investimento que nunca falha.

-- Henry David Thoreau

...mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.
Gálatas 5.21,22

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Árvore de Natal ou de Jessé?

Era dezembro de 1989. Thiago, um menino de 8 anos, esperava ansiosamente pelo Papai Noel (Pai Natal em Portugal - curiosidade). Ele tinha uma grande expectativa de receber sua primeira bicicleta. O Natal sempre representou um momento muito singular, muito aguardado por ele. Quando ele nem sabia escrever, sua mãe já lhe ajudava com as cartinhas que deveriam ser colocadas ao pé da formosa e iluminada árvore de Natal. Era possível pedir qualquer coisa para o suposto benevolente vovô. Ele, às vezes, falhava por não dar tudo o que Thiago queria, mas o primeiro videogame foi dado por ele. O primeiro Ferrorama também. A primeira bola de futebol... Cada ano "o primeiro" era dado pelo "bom velhinho" que viajava em seu trenó e conseguia entrar em qualquer casa, mesmo naquelas que não tinham chaminés.

O Papai Noel tem provavelmente o papel principal no dia 25 de dezembro na maioria dos lares brasileiros com crianças. Entretanto, creio que a árvore de Natal nos lares seja tão importante para os adolescentes, jovens e adultos quanto o "bom velhinho" para as crianças, tomando a primeira posição quando não restringimos a disputa por idades.


Árvore de Jessé (figura: Raiz de Jessé, por Ansgar Holmberg) é como eu chamo minha árvore de Natal. Ela é bem pequenina e proporcional ao tamanho de nosso lugarzinho gostoso, onde eu e minha amada moramos. Talvez muitos de vocês saibam que eu não sou favorável à utilização de árvores para representar e adornar meu Natal. Tomo os devidos cuidados para que não me esquecer da verdadeira razão da celebração do dia 25 de dezembro, data que eu não creio ter sido o nascimento de Jesus de Nazaré, mas não me importo em dividir com milhões de pessoas a referência escolhida para tal celebração possivelmente criada em 273 A.D. e depois autorizada por Constantino em 336 A.D..

De onde eu tirei a idéia de árvore de Jessé? Não fui eu quem criei. Um grande professor meu certa vez me mostrou uma passagem que me ajudou a não descartar a árvore do dia 25 de dezembro, mas fazê-la de referência com o verdadeiro personagem desta data.

Um ramo surgirá do tronco de Jessé,
e das suas raízes brotará um renovo.
O Espírito do SENHOR repousará sobre ele,
o Espírito que dá sabedoria e entendimento,
o Espírito que traz conselho e poder,
o Espírito que dá conhecimento e temor do SENHOR.
E ele se inspirará no temor do SENHOR.
Não julgará pela aparência, nem decidirá com base no que ouviu.

Isaías 11.1-3 (NVI)

O nome de Jessé é muito conhecido em Israel. Foi ele o pai do rei mais respeitado de todos os tempos desta nação, o rei Davi. Nós brasileiros não temos o costume de nos atentarmos para genealogias, a não ser quando queremos buscar cidadanias de outras nações. O nome de Jessé é relembrado na genealogia apresentada por Mateus (cap.1) e Lucas (cap.3). Mas é Jessé o personagem principal do Natal?

Não! O ramo que surge do tronco de Jessé (ou o rebento do toco de Jessé - Ferreira de Almeida), é o personagem principal, o próprio Deus, Jesus de Nazaré. Seu nascimento foi o cumprimento de muitas profecias veterotestamentárias, inclusive da passagem supracitada. Daí o nome de minha árvore.

Eu não sei qual o motivo pelo qual você e sua família celebram o Natal. O foco do meu Natal é Jesus Cristo. Não há presente melhor do que tê-lO como Salvador. Aliás, paz, alegria, felicidade e muitos outros desejos que são oferecidos para todos nesta época do ano, nada seriam sem Ele.

Por isso meu desejo é que o seu dia 25 de dezembro, o nosso Natal, seja celebrado com a árvore que representa o único verdadeiro motivo de haver celebração. Que nossos símbolos natalinos sejam para nos lembrar de Jesus Cristo.


Feliz Natal!

domingo, dezembro 23, 2007

Princípios Éticos - Licitude e Edificação

"Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas nem tudo edifica. (1Coríntios 10.23)

Mais uma vez a questão traz à tona a licitude, porém há algo mais. Além de eu, como cristão, assumir o compromisso de não somente pensar se é lícito fazer algo ou não, tenho de pensar se edificará. Serei eu edificado com o resultado da ação escolhida? Será o próximo edificado? Haverá edificação?

O que eu quero fazer é lícito e edifica?

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Formação Espiritual (Hb 4.12-16)

Durante esta semana estive em um dos meus módulos do Mestrado no Seminário Bíblico Palavra da Vida. Ao final da semana utilizamos o texto de Hebreus 4.12-16 para basear nossos argumentos à formação espiritual.

12 Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração.
13 Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas.
14 Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que profess
amos,
15 pois não temos um sumo sacerdote que
não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.
16 Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade.

Hebreus 4.12-16 (NVI)

O Alvo da Vida Cristã
Aproximar-nos do Trono da Graça com Fé (v.16)
Objetivo: recebermos misericórdia e encontrarmos graça nos momentos de necessidade.

Como?
- devemos nos apegar à fé que dizemos ter (cf. Hb 10.23; 1Pe 3.15b);
- Cristo deve ser o exemplo mor de alguém que passou por todo tipo de tentação, porém sem pecar. Ademais, Ele está ao lado de nosso alvo, o trono de Deus, a plena graça em Pessoa (Hb 12.2).

O Processo de Crescimento Espiritual
Através do exemplo de Cristo, devemos persistir na firmeza de professarmos nossa fé (v.14)
Objetivo: lembrar-nos sempre de que haverá dificuldade, mas nEle há resolução.

Como?
- a Palavra de Deus julga pensamentos e intenções, indica e avalia as condições de nosso coração: ela expõe o que se passa na intimidade do homem;
- o conhecimento da onisciência de Deus deve mantê-lo afastado de tropeçar, visto que Deus disciplina aqueles que ele aceita como filho.

A Dinâmica Humana e Divina na Formação Espiritual
A verdadeira ajuda somente vem de Deus (v.14)
Objetivo: entender as iniciativas e projetos divinos para os problemas humanos.

O que é esta dinâmica?
Deus, como Criador da própria história, deu ao homem a capacidade de refletir e seguir pelo caminho de sua escolha. Desde a queda de Sua criatura, Deus intervém de forma contínua no desenrolar da história tomando iniciativas para que a livre vontade do homem não afogue seu próprio futuro.

- Jesus Cristo já entrou nos céus (v.14): isso nos mostra que o próprio Pai já tomou a iniciativa de enviar Seu filho para curar a alma do homem. O fato de Jesus estar agora no céu, não significa que Ele está inerte. Pelo contrário, ele intercede por nós (Rm 8.34; 1Jo 2.1) e nos prepara um lugar (Jo 14);
- Prestar contas a Deus: Jesus é nosso advogado e por isso não precisaremos rever o filme de nossa vida diante do Pai. Entretanto, saber que Jesus intercederá por todos os genuínos cristãos naquele Dia, deveria manter todos eles com uma certa vergonha de pecar contra Deus, por causa da graça de Jesus (temor a Deus - Pv 1.7);
- Jesus é simpático por nós, ou seja, Ele se compadece, participa no sofrimento de outrem, comunga sentimentos. Ele sabe exatamente como nos sentimos e intercede por nós (como dito acima).

Obstáculos à Formação Espiritual
As sugestões abaixo são para evitarmos os obstáculos.

Apresentar-se
Apresentar-se a Deus (v.13 - prestar contas)
- Sugere que quedas serão inevitáveis durante nossa caminhada ao trono da graça, mas a consciência da presença do Senhor deve nos manter longe do pecado.

Apegar-se

Apegar-se com toda firmeza à fé que professamos (v.14)
- Firmeza: sugere dificuldades de nível elevado. Este é um alerta para nos deixar preparados;
- A frase também sugere passividade à hipocrisia, caso aquilo que professamos não seja de fato a fé que nos apegamos.

Aproximar-se
Aproximar-se do trono da graça (v.16)
- Somos passíveis de estar longe do trono da graça;
- Devemos cotidianamente caminhar em direção ao trono dEle.

Não é suficiente ver o coração sem correr até a cruz.
- David Merkh

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Reconvocados à Comunhão (Ap 3.20)

Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo - Apocalipse 3.20 (NVI)

Já ouvi diversas vezes a passagem supra sendo utilizada no evangelismo. Existem diversos folhetos evangelísticos que a utilizam. No entanto este não é o uso correto da passagem segundo uma hermenêutica literal. Serei objetivo:

1- O contexto indica que Laodicéia era a igreja destinatária. Isso sugere que os leitores são cristãos;

2- Quem bate na porta é Jesus Cristo, a segunda Pessoa da Trindade. Não é Jesus que habita nos cristãos, mas o Espírito Santo, a terceira Pessoa da Trindade.

3- Jesus quer entrar por aquela porta para cear com os indivíduos da igreja, ou seja, restabelecer a comunhão (koinonia)
que outrara tivera com eles.

4- O contexto diz que Deus repreende e disciplina aqueles que Ele ama
(v.19). À luz de Hebreus 12.6 sabemos que aqueles que Deus disciplina são os que Ele tem como filho.

É meu desejo entender holisticamente a Palavra de Deus, apesar de minhas limitações. Contudo, que todas as dificuldades sejam superadas por Ele em mim. Que este também seja o genuíno desejo de Cristãos que têm as Escrituras como alicerce da abundante vida.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Jonathan Edwards: Avivamento

Jonathan Edwards nos revela que a verdadeira crise da igreja não é o secularismo externo, porém o tédio dentro das quatro paredes. Quando a igreja se torna fria em relação a Cristo, à verdade, à salvação, às verdades sobrenaturais e às esperanças futuras, corremos perigos. O mal que aflige a igreja contemporânea é a frieza, não a impotência (pg. 136).

...essa "frieza" parecia ser um período em que as realidades de Deus e Seu evangelho ficavam tão apagadas, a descrença e o amor pelas coisas do mundo tão fortes, que o coração da igreja se perdia em busca dos luxos e trivialidades de uma mente secularizada (...) mas a frieza não é demonstrada somente pelo pecado, sendo vista também no formalismo da religião (pg. 135).

O avivamento nos ajuda a cumprir o grande objetivo da criação: glorificar a Deus ao ter prazer nEle como a grande fonte e objetivo final de todas as coisas (...). Edwards nos lembra de que o avivamento vem para destruir o mal da frieza espiritual, que seguidamente anda de mãos dadas com a ênfase excessiva no ser humano e em suas conquistas. Além disso, ele produz uma maneira de ver todas as coisas que está centrada em Deus (pg. 138).

Mark Shaw, Lições de Mestre (SP: Mundo Cristão, 2004).

Miles Stanford: Decepção


Ficar decepcionado consigo mesmo, significa ter acreditado em si mesmo.


--Miles Stanford

domingo, dezembro 09, 2007

Leon Tolstoi: O Ideal Cristão Mudou...

O ideal cristão mudou e inverteu tudo, de forma que, como é dito no evangelho: "aquilo que tem muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus". O ideal já não é a grandeza de um faraó ou de um imperador romano, nem a beleza de um grego ou a riqueza da Fenícia, mas a humildade, a pureza, a compaixão e o amor. O herói não é o rico, mas o Lázaro; não a Maria Madalena em seus dias de beleza, mas no dia de seu arrependimento; não os que adquirem riquezas, mas as que as abandonam; não as que moram em palácios, mas os que vivem em catacumbas e cabanas; não os que dominam sobre os outros, mas os que não admitem nenhuma autoridade além da de Deus.

-- Leon Tolstoi, What is Art [O que é Arte]

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Marcas da Vida

A man leaves all kinds of footprints when he walks through life. Some you can see... Others are invisible, like the prints he leaves across other people's lives.

Um homem deixa todos os tipos de pegadas quando anda pela vida afora. Algumas você pode ver... Outras são invisíveis, como as marcas que ele deixa na vida de outras pessoas.

-- Margaret Lee Runbeck



Quando eu leio a frase acima, à priori não penso nas coisas boas que Deus fez através de mim. A história a seguir reflete muito bem o que me vem à mente quando leio a frase de Margaret.

Era uma vez um menino mau. Certo dia seu pai lhe deu um pacote de pregos para ajudá-lo em lhe mostrar como era sua atitude com seus amigos. Disse-lhe para cravar um prego na madeira da cerca todas as vezes que perdesse a paciência e discutisse com algum deles.

No primeiro dia ele pregou 37 pregos, mas com o passar do tempo ele diminuia a quantidade de pregos cravados na cerca significativamente. Notável e notoriamente ele começara a se controlar e a cada dia utilizava menos pregos.

Finalmente chegou o dia no qual o rapaz não cravou prego algum na madeira da cerca. Ele foi até seu pai e contou a alegre notícia. O pai então lhe deu uma nova tarefa. Disse-lhe para retirar da cerca um prego por dia que não perdesse a paciência e discutisse com seus amigos.

Muito tempo se passou quando a cerca estava totalmente sem pregos. O menino, entusiasmado, correu em direção ao pai e contou que a cerca estava totalmente vazia de pregos.

"Meu filho, você se comportou bem, mas veja quantos buracos de prego há na cerca. Ela não será como antes. Quando você magoa alguém, deixa marcas. Sempre deixará uma ferida..."
----------

Apesar do triste fim, creio que esta "estória" seja uma ótima representação da verdade cotidiana. Todavia, também creio que tais buracos possam ser restaurados, exclusivamente pela tão esquecida GRAÇA!

sábado, dezembro 01, 2007

O Verbo se Fez Carne...

"The Word became flesh," John said... He was touchable, approachable, reachable. And, what's more, he was ordinary. If he were here today you probably wouldn't notice him as he walked through a shopping mall. He wouldn't turn heads by the clothes he wore or the jewelry he flashed. "Just call me Jesus," you can almost hear him say.
"O verbo se fez carne," falou João... Ele era tocável, acessível, alcançável. E, mais ainda, ele era medíocre. Se ele estivesse hoje aqui, você provavelmente não o notaria caminhando pelo shopping; ninguém olharia para ele por causa das roupas e reluzentes jóias. "Chame-me de Jesus", você quase o ouve dizer.
-- Max Lucado

sexta-feira, novembro 30, 2007

Leão e Sonya Tolstói: Uma boa idéia?

Tenho lido Maravilhosa Graça de Phillip Yancey (Ed. Vida). Abaixo transcrevo uma pequena parte do livro que hoje me chamou muito a atenção.

Leão Tolstói achou que iniciara bem seu casamento permitindo que a noiva adolescente lesse seus diários, que registravam com sensacionais detalhes todas as suas brincadeiras sexuais. Ele não queria guardar segredos para Sonya - queria iniciar um casamento com a ficha limpa, perdoado. Em vez disso, a confissão de Tolstói semeou as sementes de um casamento que seria sustentado com vides de ódio, e não de amor.

"Quando ele me beija, estou sempre pensando: 'eu não sou a primeira mulher que ele amou'", escreveu Sonya Tolstói em seu diário. Alguns impulsos adolescentes do marido ela conseguia perdoar, mas não o caso de Axinya, uma mulher camponesa que continuou trabalhando na propriedade de Tolstói.

"Um dia desses eu me mato por ciúmes", Sonya escreveu depois de ver o filho de três anos de idade da camponesa, a imagem exata de seu marido. "Se eu pudesse matá-lo (Tolstói) e criar uma pessoa nova exatamente como ele é agora, eu o faria alegremente."

Outra anotação no diário datada de 14 de janeiro de 1909: "Ele gosta daquela prostituta camponesa com o forte corpo de fêmea e pernas queimadas de sol, ela o atrai tão poderosamente agora como fazia durante todos aqueles anos passados..." Sonya escreveu essas palavras quando Axinya era uma encarquilhada velha de oitenta anos.

Foi a idéia de Leão Tolstói boa ou ruim? Comente.

Pensei muito em Paulo...

Ontem e hoje foram dias que eu pensei muito sobre a vida do apóstolo Paulo. Ele, como Saulo (seu nome antes da conversão), foi um tremendo assassino (Fp 3.6; 1Tm 1.13). Sua lista de pecados dava inveja a muitos que gastam tempo tramando seus planos maléficos. Ele mesmo diz em sua carta a Timóteo, Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior (1Tm 1.15).

Sei que há conseqüências de minhas escolhas pelo pecado que perduram até hoje e que geraram péssimos resultados para minha vida. Alguns poderiam dizer: "é que você ainda não se perdoou". A Bíblia não ensina o perdão próprio. O perdão é sempre vertical ou horizontal destinado à outra(s) pessoa(s), mas isso é conversa para outro dia. A pergunta é: como viver diante de águas passadas que constantemente voltam?

Depois da conversão de Saulo, seu foco era tão convergido na vida de Cristo Jesus, que nem traços de sua antiga ímpia vida percebo. Isso não significa que não acho que sua vida pré Cristo não o potencializou a ser quem foi. Não tenho dúvidas que a experiência que ele teve antes do recebimento do passaporte celeste foi significante para se tornar a pessoa que as Escrituras nos revela. Contudo, será que ele não tinha momentos que o levava para baixo, em função do seu passado como escravo do pecado?

Meu triste pecado, por meu Salvador,
Foi pago de modo cabal;
Valeu-me o Senhor, ó mercê sem igual!
Sou feliz! Graças dou a Jesus!
SPAFFORD, Horatio G. Sou feliz. Cantor Cristão, hino 398. Juerp: Rio de Janeiro 1995

Respondendo à pergunta acima, eu creio que sim, que Paulo tinhas seus momentos "baixos" com Deus. Ele nos diz em Romanos: não entendo o que faço, pois não faço o que desejo, mas o que odeio (7.15). Ele disse "faço" e não "fazia". Ainda assim, ele se mostra, nas Escrituras, alguém incentivado pelo passado, enquanto "perdeu tempo", enquanto vivia sem o único e verdadeiro Deus.

Encontro, também em suas letras, uma solução para viver como Paulo, incentivado à louvar a Deus através de seu terrível passado, sem comunhão com Ele:
1. Busque a Deus - procurem as coisas que são do alto (Cl 3.1);
2. Pense nEle - Mantenham o pensamento nas coisas do alto (Cl 3.2);
3. Abandone o pecado - abandonem todas estas coisas... (Cl 3.7);
4. Viva o novo homem (ressurreto) - revistam-se (Cl 3.3,12);
5. Medite nas Escrituras - Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo (Cl 3.16);

Espero que a vida de Paulo ainda influencie muitas pessoas.

Tornem-se meus imitadores,
como eu o sou de Cristo

(Palavras do apóstolo Paulo, 1Co 11.1 - NVI)

quinta-feira, novembro 29, 2007

Carta Natalina aos Meus Vizinhos

Hoje de manhã me senti impelido para escrever uma carta e então distribuí-la em meu bairro. Não pude deixar de desejar um genuíno feliz Natal para meus vizinhos. Espero que esta possa ser um incentivo para muitos cristãos poderem proclamar sobre a verdadeira razão da existência do Natal nesta época.



Olá vizinhos do Res. Burato,

Meu nome é Thiago Zambelli e sou morador do bairro, assim como vocês. Moro na rua Alberto G. Pimentel. Estou aqui desde o começo do ano, e devo confessar que gosto muito deste lugar. Essa breve carta é na verdade, para dizer “Feliz Natal”, mas gosto de colocar um pano de fundo...

O Natal é o feriado mais esperado do ano e empiricamente, todos nós sabemos disso. Shoppings montam suas árvores dois meses antes da data, comerciais surgem na televisão muito tempo antes do dia 25/Dez, que na verdade, não tem nada a ver com árvore e tampouco com presentes do Papai Noel.
Não sou favorável à utilização da árvore de natal, mas não corro absolutamente contra a cultura dominante. Em casa, temos uma pequena árvore que gosto de chamar de árvore de Jessé.

Um ramo surgirá do tronco de Jessé,
e das suas raízes brotará um renovo.
O Espírito do SENHOR repousará sobre ele,
o Espírito que dá sabedoria e entendimento,
o Espírito que traz conselho e poder,
o Espírito que dá conhecimento e temor do SENHOR.
E ele se inspirará no temor do SENHOR.
Não julgará pela aparência, nem decidirá com base no que ouviu.

Isaías 11.1-3 (NVI)

A Bíblia é o livro base da fundamentação do Natal. Sabemos que no Natal é comemorado o dia do nascimento de Jesus Cristo, mas na prática, são poucos os lares que o fazem.

A passagem de Isaías traz um nome muito conhecido por Israel: Jessé. Infelizmente nós brasileiros não damos muita bola para genealogias. Este homem foi o pai do rei mais respeitado da nação de Israel, Davi. Há muita informação sobre este grande rei e alguns concordarão... A informação mais preciosa é que ele seria o pai (antecedente) daquele descrito como o renovo (broto, galho novo) da passagem bíblica acima: Jesus Cristo.

Na árvore genealógica de Jessé, pai do rei Davi, está o Rei dos reis, Senhor dos senhores (1Tm 6.15), para quem nosso Natal deveria ser celebrado. No contexto bíblico, os presentes foram dados a Jesus e se deveríamos trocar presentes, como sugere o time de fãs do Papai Noel, deveria ser para lembrarmos que o Salvador nasceu, e por causa dEle temos livre acesso ao céus.

Meu desejo e felicitação é que todos nós voltemos nossos corações à essência do Natal. Nessa data tão esperada no mundo todo, a razão pela qual deveríamos nos alegrar se tornou secundária, às vezes nem mesmo isso, tudo como uma fajuta desculpa para comermos castanhas e gordos perus. Por isso tudo...

Feliz Natal!

segunda-feira, novembro 12, 2007

Madre Teresa e as Obras de Amor

Be faithful in the little practices of love which will build in you the life of holiness and make you Christlike.


Tradução:
Seja fiel nas pequenas práticas de amor, que irá construir em você uma vida de santidade e fazê-lo como Cristo - Madre Teresa de Calcutá.
Desconheço as pessoas que a já falecida e mundialmente querida Madre Teresa destinou a frase acima. Apesar de gostar da essência da frase, eu não concordo com ela.

Conforme a ordem da frase dela, eu entendo que a demonstração de amor [através das obras] é pré-requisito para que eu seja mais santo. A palavra de Deus nos ensina que há um pré-requisito para a santidade: a posse pessoal do Espírito Santo que somente tem quem aceitou o sacrifício expiatório de Jesus Cristo na cruz.

Então lhe perguntaram: "O que precisamos fazer para realizar as obras que Deus requer?" Jesus respondeu: "A obra de Deus é esta: crer naquele que ele enviou" - João 6.28-29

A essência da frase que eu gosto, é justamente o incentivo à prática do amor. A conclusão da prática, conforme a madre, é um equívoco, segundo a Bíblia. O apóstolo Paulo escreveu o seguinte para crentes...

Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus - 2Co 7.1

Note bem as palavras de Paulo à igreja de Corinto. Apesar de não ser um versículo de explanação exaustiva, de que forma é possível, segundo o apóstolo, aperfeiçoar a santidade?

Tudo o que eu escrevi não nega que ao praticar o amor, o santo [o crente nEle] se torna mais santo, ou seja, desenvolve positivamente sua santidade. A questão é o pré-requisito para haver santidade. Santidade é algo inerente ao santo e nem todos são santos. Os filhos de Deus são os que se apropriam deste título [por causa da graça de Deus somente].

Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo, mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação - Cl 1.22

É preciso que pratiquemos o amor. Deus é amor e quer que toda Sua criação o pratique. Entretanto, mais do que praticar o amor, Seu desejo é que a prática do amor seja em função do nosso desejo em ser como Jesus Cristo, o amor em pessoa.

Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor - Hb 12.14