Por Reinaldo Bui
Atentai noutra parábola. Havia um homem, dono de casa, que plantou uma vinha. Cercou-a de uma sebe, construiu nela um lagar, edificou-lhe uma torre e arrendou-a a uns lavradores. Depois, se ausentou do país (Leia Mateus 21.33-41).
Na parábola anterior, Jesus ensina que apesar da liderança religiosa alegar que aceitava a supremacia de Deus, eles efetivamente não fizeram jus à Sua mensagem, mostrando-se desobedientes à Palavra. Externamente, eram piedosos e orgulhavam-se de sua posição e de serem ‘povo de Deus,’ mas Jesus, que os conhecia como ninguém, ‘põe o dedo na ferida’ e mostra que é lá no fundo de seus corações que eles pecavam miseravelmente. A presente parábola (da vinha) pode ser vista como que Jesus derramando sal naquela ferida. Talvez fosse o caso de eles não compreenderem o óbvio, por isso é que Jesus apresenta uma ilustração muito mais clara da mensagem que Ele quis transmitir. Obviamente, isso enfureceu ainda mais os sacerdotes, mas também forneceu aos que estavam presentes a oportunidade de ouvir Jesus explicar, completamente, as implicações da desobediência do povo judeu ao longo dos tempos.
Os agentes enviados representavam os profetas que Deus enviou ao seu povo Israel e, em seguida, foram rejeitados e mortos pelas mesmas pessoas que afirmavam serem de Deus e obediente a Ele. Nesta parábola, Jesus não estava apenas mostrando como eles agiam, mas também imprimindo em suas mentes a seguinte questão: “Como vocês podem reivindicar obediência como povo de Deus e ainda rejeitar Seus mensageiros?” Nós não sabemos quantos funcionários o proprietário enviou, mas isso não é importante. O objetivo é mostrar o repetido apelo de Deus através de Seus profetas para um povo de coração endurecido.
A situação se torna ainda mais crítica quando o fazendeiro manda seu próprio filho, na esperança que eles o respeitassem. Porém, os inquilinos veem a oportunidade de matar o filho, pois acreditavam que, se assim fizessem, receberiam a vinha como herança. A lei dizia que, se não houvesse herdeiros, a propriedade passaria para aqueles que a possuíssem. Este detalhe equivalia à conspiração da liderança judaica pelo assassinato que eles cometeriam (profeticamente falando), pois Jesus está predizendo sua crucificação. Os inquilinos provavelmente pensaram ter vencido a luta pela propriedade, mas não: o proprietário ainda está vivo. Por fim, Jesus lhes pergunta: O que o proprietário fará àqueles lavradores? Com isto, Ele força os líderes religiosos e sacerdotes a declararem o seu próprio destino, ou seja, a condenação por sua flagrante desobediência. Depois de contar esta parábola, Jesus declarou àquela liderança: Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos (v. 43).
Dois mil anos se passaram e aqui estamos nós. Temo que a igreja tenha se tornado uma instituição semelhante àquela combatida por Cristo, conforme escrito acima: apesar da liderança religiosa alegar que aceitava a mensagem de Deus, eles efetivamente não fizeram jus a esta mensagem mostrando-se desobedientes à Palavra. Hoje temos a Escritura completamente revelada em nossas mãos; hoje conseguimos enxergar que esta passagem deixa claro que Jesus seria rejeitado pelos seus até ser, enfim, covardemente condenado, mas que ressuscitou ao terceiro dia e hoje está vivo ao lado do Pai.
Além disto, somos sabedores que a volta de Cristo é iminente. A voz de dezenas de profetas e milhões de testemunhas nos faz lembrar constantemente disto. Embora a Igreja não viesse substituir Israel, vejo um paralelo bastante curioso aqui. Somos responsáveis não apenas pelo cuidado com esta Igreja como um todo (o corpo de Cristo), mas também por velar por nossa vida cristã, particularmente.
Medite...
Que posição Jesus ocupa hoje em relação à Igreja? E na sua vida? Temos ouvido Suas orientações com respeito às diversas áreas da nossa existência? Como será quando o Senhor requerer de você aquilo que Ele confiou em suas mãos?