segunda-feira, março 10, 2008

Dr. Caird: Posse da Riqueza

It is not the fact that a person has riches that keeps them from heaven, but the fact that riches have them.

(Tradução) Não é o fato de pessoas terem riquezas que as mantêm longe do Céu, mas o fato de a riqueza tê-las.

-- Dr. Caird

sexta-feira, março 07, 2008

Promessas dos Milagres (?)


Um bom amigo me enviou um e-mail pedindo que eu avaliasse a canção Milagres, por André Valadão. Quando recebi seu e-mail, enviei o pedido para um colega, Lonardo Rabelo, criador das argumentações abaixo. Utilizei de minhas palavras para fazer o texto mais fluente e alumas poucas vezes para reforçar seu argumento.

Milagres
André Valadão
Posso crer que em minha vida
O milagre vai acontecer
Posso ver as promessas
Sendo liberadas sobre mim
Sendo liberadas sobre mim

Hoje o meu milagre vai chegar
Eu vou crer, não vou duvidar
O preço que foi pago ali na cruz
Me dá vitória nesta hora

Tua morte, tua cruz, teu sangue
Derramado no calvário
Está selado, foi consumado
Vivo, hoje livre do pecado
Vivo as promessas dos milagres
Algumas palavras se destacam na canção:
Milagres:
  • Posso crer que em minha vida o milagre vai acontecer
  • Hoje o meu milagre vai chegar
  • Vivo as promessas dos milagres
Promessas:
  • Posso ver as promessas sendo liberadas sobre mim
  • Vivo as promessas dos milagres
Crer:
  • Posso crer que em minha vida o milagre vai acontecer
  • Eu vou crer (que) hoje o meu milagre vai chegar


Essas são algumas das palavras mais utilizadas no "evangeliquês". Mesmo crer, que é uma importante palavra soteriológica, não foi utilizada para demonstrar esse intuito. Claro, isso não deve ser obrigação de nenhum compositor, mas no mínimo, o uso da palavra crer nesta canção está associada à uma expectativa incerta (milagre vai acontecer).

Ao ver tantas ocorrências de milagres e de promessas, perguntamos:

  • Que milagres são esses?
  • Que promessas são essas?
  • Ou melhor, que "promessas de milagres" são essas?



Pela conclusão da última estrofe, dá-se a entender que este(s) milagre(s) é(são) na verdade uma(s) promessa(s) de milagre(s).
Poderíamos especular que tal promessa é a libertação da escravidão do pecado...
Tua Morte, tua cruz, teu sangue
Derramado no calvário
Está selado, foi consumado
Vivo, hoje livre do pecado
No entanto, ele afirma que este milagre vai chegar. Dessa forma, não é coerente pensarmos assim. A pergunta fundamental para entendermos a questão: quais são as promessas que os milagres prometeram? (faz sentido?)
Outro ponto importante é a quem a música de fato retrata. Veja que ela é praticamente toda em referência ao homem, exceto pelos trechos Tua morte, e foi consumado, veja:
Posso crer, em minha vida, posso ver, liberadas sobre mim, o meu milagre, eu vou crer, eu não vou duvidar, me dá vitória, vivo livre do pecado, vivo as promessas dos milagres.
Note as palavras em destaque:

Posso crer que em minha vida
O milagre vai acontecer
Posso ver as promessas
Sendo liberadas sobre mim
Sendo liberadas sobre mim

Hoje o meu milagre vai chegar
Eu vou crer, não vou duvidar
O preço que foi pago ali na cruz
Me dá vitória nesta hora

Tua morte, tua cruz, teu sangue
Derramado no calvário
Está selado, foi consumado
Vivo, hoje livre do pecado
Vivo as promessas dos milagres


A canção está na categoria dos "louvores antropocêntricos", onde o homem é explicitamente aquilo que se está em pauta.

Para entendermos a essência da questão, precisamos ver o que a Palavra de Deus nos ensina sobre os Milagres e as Promessas. (No final do artigo as colocações do Dicionário da Bíblia Almeida - apêndice.)


A palavra de Deus nos ensina que os milagres operados por Jesus tinha um propósito claro, anunciar a chegada de Seu reino para mostrar, por meio de sinais e maravilhas, que Ele era o Filho de Deus, o Messias qua traria a salvação; Hb 2:4, Jo 4:48, Jo 6:30, Jo 9:32-33; 38 e outros.
Veja mais uma vez a canção e me ajude nas respostas:

  • Que milagre irá acontecer?
  • Por que o autor pode crer que em sua vida tal milagre acontecerá?
  • O que ele quer dizer como "posso ver" as promessas? O que significa ver as promessas?
  • Quais são as promessas que Deus disse que "liberaria" a nós?
  • Que milagre é este que está iminente [e eminente para o autor]?
  • Essa é difícil: qual a relação entre eu crer e o Senhor fazer um milagre? (note que nem todas as perguntas são para que o leitor perceba falhas no essência da canção.)
  • Quais são as promessas dos milagres?
Há milagres nos dias de hoje?
Indubitavelmente que sim. Creio que Deus ainda se manifesta através de milagres, pois seu desejo é que estejamos com Ele para sempre, além de notarmos isso empiricamente. Seus milagres ainda refletem o mesmo propósito de quando Jesus esteve entre nós como homem, de se fazer conhecido como Deus. Contudo esse não é o cerne do problema. Volto à pergunta: quais são as promessas que os milagres prometeram?


Conclusão:


A música contém verdade: os que creram na obra de Cristo podem anunciar Vivo, hoje livre do pecado, pelo que já foi realizado, e isto vem pela fé (Ef 2:8).
No entanto, o texto me parece muito confuso. Emprega termos que juntos não parecem fazer sentido (promessas dos milagres), e propagada um desejo do homem em experimentar de Seus milagres muito mais do que obedecer e esperar por Suas incontáveis bênçãos.
Sabemos que o André Valadão contribui para a propagação do Evangelho e louvamos sua vida por isso. Infelizmente, não cremos que essa canção tenha sido de seus melhores momentos.
Apêndice
1. Milagre
Fato ou acontecimento fora do comum, que Deus realiza para confirmar o seu poder, o seu amor e a sua mensagem. No AT estão registrados 67 milagres: {#Gn 5.21-24; 11.6-9; 19.1-11,24-25,26}, {#Êx 3.1-6; 4.1-5,6-8; 7.9-13; Êx 8$; Êx 9$; Êx 10$}, {#Êx 11$; Êx 12$; 13.20-22; 14.21-28; 15.25; 16.12-36; 17.6}, {#Lv 10.1-2; Nm 12.9-15; 16.24-35,46-50; 17.1-13}, {#Nm 20.7-13; 21.4-9; 22.28-30; Js 3$; Js 6$; 10.12-13}, {#Jz 6.36-40; 1Sm 5; 6.19-21; 12.16-18; 2Sm 6.6-8}, {#1Rs 13.1-6; 17.3-7,14,22; 18.1-40,41-45}, {#2Rs 1.1-18; 2.8,11,12-14,19-22; 3.16-20}, {#2Rs 4.1-7,32-37,38-41,42-44; 5.1-19,20-27}, {#2Rs 6.1-7,15-23; 7.1-20; 13.20-21; 19.35-36}, {#2Rs 20.7-11; 2Cr 7.1-3; 26.19-21}, {#Dn 3.19-30; 5.30; 6.1-28; Jn 1$}.
O NT mostra que Jesus realizou muitos milagres {#Mt 8.16-17; 12.15; Lc 7.18-23; Mt 14.34-36}. Os Evangelhos registram 36, alistados a seguir na ordem provável em que aconteceram: a água feita vinho {#Jo 2.1-12}; o filho de um funcionário público {#Jo 4.46-54}; uma pesca maravilhosa {#Lc 5.1-11}; o endemoninhado de Cafarnaum {#Lc 4.31-37}; a sogra de Pedro {#Lc 4.38-39}; o leproso {#Mc 1.40-45}; o paralítico descido pelo telhado {#Mc 2.1-12}; o paralítico de Betesda {#Jo 5.1-18}; o homem da mão aleijada {#Mt 12.9-14}; o empregado do oficial romano {#Lc 7.1-10}; o filho da viúva de Naim {#Lc 7.11-17}; Maria Madalena {#Lc 8.2}; o endemoninhado cego e mudo {#Mt 12.22-37}; a tempestade {#Mc 4.35-41}; os endemoninhados gadarenos {#Mc 5.1-20}; a filha de Jairo {#Mc 5.21-43}; a mulher que tinha hemorragia {#Mc 5.25-34}; os dois cegos {#Mt 9.27-31}; o mudo endemoninhado {#Mt 9.32-34}; a primeira multiplicação dos pães {#Mc 6.30-44}; Jesus anda sobre a água {#Mt 14.24-33}; a filha da siro-fenícia {#Mc 7.24-30}; o surdo-mudo {#Mc 7.31-37}; a segunda multiplicação dos pães {#Mc 8.1-10}; o cego de Betsaida {#Mc 8.22-26}; o menino epiléptico {#Mc 9.14-29}; a moeda na boca do peixe {#Mt 17.24-27}; o cego de nascença {#Jo 9.1-41}; a mulher encurvada {#Lc 13.10-17}; o hidrópico {#Lc 14.1-6}; a ressurreição de Lázaro {#Jo 11.1-44}; os dez leprosos {#Lc 17.11-19}; o cego Bartimeu {#Mc 10.46-52}; a figueira sem frutos {#Mt 21.18-22}; a orelha de Malco {#Lc 22.50-51}; outra pesca maravilhosa {#Jo 21.1-13}. Os apóstolos também fizeram milagres {#Mt 10.1-8; Lc 10.9; 9.6; 10.17-20}. Em Atos são mencionados 20 milagres: {#At 2.1-4; 3.1-8; 5.1-11,16,19; 6.8; 8.6-13}, {#At 9.3-8,13-18,32-35,36-41; 12.6-10; 13.8-12}, {#At 14.8-10; 16.16-18; 19.11}, v. {#2Co 12.12}, {#At 20.9-12; 28.1-6,7-9}.
2. Promessa
1) Ato de alguém obrigar-se a fazer ou dar alguma coisa {#/ RA Ne 5.13}; v. VOTO.
2) A afirmação do envio, no futuro, de um Salvador {#Gn 3.15; 12.2,7; At 13.22-23; Ef 3.6} e de bênçãos incontáveis {#Rm 9.4; 2Co 1.18-20; 2Pe 1.4}.

terça-feira, março 04, 2008

Contarei a outras gerações o que Deus tem feito por nós...

Neste último sábado, realizei, com a ajuda de muitas pessoas, um campeonato de basquetebol que chamamos de Streetball Legend. O campeonato foi muito legal, com bons times e atletas, cantina, uma mensagem do evangelho muito clara e "n" voluntários prontos para servir e demonstrar carinho e amor. Tudo isso foi reflexo de um Deus verdadeiro, pessoal, mas aconteceu algo que me fez perceber Sua presença de forma mais clara ainda.

Nos dias anteriores ao campeonato a previsão do tempo, em alguns websites, era de chuva. Sei que as previsões, conforme tenho notado, não são tão acuradas quanto se dizem, mas o fato de dizer que haveria chuva o dia inteiro, me dizia que em algum momento do dia, pelo menos, teríamos água do céu. Acordei às 5:20hs no dia do torneio. Meu entusiasmo pelo campeonato, somado à preocupação das condições climáticas não me deixavam na cama. Abri a janela e uma chuva muito leve se mostrava lá fora. Olhei para o céu e não vi espaços entre as nuvens. Tomei meu café-da-manhã e orei.

Às 6:30hs notei que surgiu um pequeno espaço entre as nunvens no céu. Sorri, mas em minutos a fina chuva retomou sua posição. Voltei a conversar com o Pai e disse: "Senhor, tu sabes que o evento que programamos para hoje tem como motivação principal a apresentação da salvação concedida pelo Seu Filho Jesus Cristo. No entanto, sei também que se o Senhor quer que haja chuva, é porque não há plano melhor."

Às 7:20hs, momento que deixei minha casa para ir ao local do campeonato começar a organizá-lo, a chuva havia parado. Ainda com muitas nuvens no céu, mantinha minha conversa com Deus o tempo todo. Às 8hs os voluntários do evento chegavam e traziam consigo a dúvida sobre o desenrolar do clima. Recebi telefonemas de alguns atletas que não sabiam se haveria o campeonato e para todos, eu disse confiantemente, que sim, nós faríamos o campeonato.

A mão de Deus estava claramente naquele local. Os jogos começaram às 10hs e a fase de classificação foi quase que inteiramente concluída antes da chuva cair. Enquanto choveu, tivemos nosso tempo de ouvir o testemunho de um ex-atleta profissional do basquetebol, Adilson Nascimento, e a exposição do evangelho por um missionário de Atletas em Ação. Logo depois, a quadra já estava seca e pronta para ser utilizada para mais jogos!

O clima estava muito gostoso no dia do campeonato. A fina chuva refrescava os jogadores e o sol que se mostrava às vezes, não permitia que a quadra se tornasse escorregadia com a água. Mesmo tendo eu pedido por um dia de sol, Deus soube fazer do tempo simplesmente o melhor.

Escrevi esta história aqui com o intuito de me ajudar a não esquecê-la. Contarei a outras gerações o que Deus tem feito por nós e me lembrarei: é Ele quem está no controle!!!

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

St. Antony: A batalha contra o próprio coração

Who sits in solitude and is quiet has escaped from three wars: hearing, speaking, seeing; yet against one thing shall he continually battle: that is, his own heart.

Quem senta em solitude e é tranquilo, já escapou de três guerras: ouvir, falar e ver. Ainda contra uma coisa ele continuará batalhando, seu próprio coração.
-- St. Antony

domingo, fevereiro 24, 2008

A Liderança Masculina do Lar

Deveria ser indubitável aos cristãos saber que homens e mulheres possuem diferentes papéis na igreja, no lar e na sociedade. No entanto, especialmente depois do "bum" feminista no terceiro quarto do século passado, muitos teólogos buscam uma pacificação contrária à bíblica com respeito à liderança do homem e submissão da mulher.

Hoje comecei a ler um novo livro: Homem e Mulher, seu papel bíblico no lar, na igreja e na sociedade, compilado por John Piper e Wayne Grudem, lançado no Brasil pela editora Fiel.


John Piper, no primeiro capítulo, escreve nove afirmações sobre o o que é ser um líder maduro. Quero deixá-las aqui para que os leitores invistam seu tempo no aperfeiçoamento de seu real papel como homem e mulher segundo à vontade de Deus.

A masculinidade madura...

1. ...se expressa não na exigência por ser servido, mas na força de servir e sacrificar-se pelo bem de uma mulher;

2. ...não assume o mesmo tipo de autoridade que Cristo tem sobre a mulher, mas defende tal autoridade;

3. ...não pressupõe superioridade, mas mobiliza as habilidades das outras pessoas;

4. ...não tem de iniciar toda ação, mas sente a responsabilidade de prover um padrão geral de iniciativas;

5. ...aceita a responsabilidade de dar a palavra final nos desacordos entre marido e mulher, mas não pressupõe usá-las em toda instância;

6. ...expressa sua liderança em relações sexuais românticas, ao comunicar uma aura de busca intensa e terna;

7. ...se expressa em família, ao tomar a iniciativa de disciplinar os filhos, numa ocasião em que ambos os pais estão presentes e foi quebrado um padrão familiar;

8. ...é sensível a expressões culturais de masculinidade, de modo a se relacionar com uma mulher não na forma agressiva ou pervertida, mas com a dignidade de um homem;

9. ...reconhece que o chamado para a liderança é um chamado ao arrependimento, à humildade e ao arriscar-se.

Tome tempo de pensar sobre cada um destes pontos. O padrão que Deus exige de todos é simplesmente o melhor para nós mesmos!

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Eu Não Preciso Ir à Igreja

Quantas vezes você já escutou pessoas dizerem: "eu tenho minha forma pessoal de comunhão com Deus, não preciso ir à igreja" ou "eu aprendo mais lendo minha bíblia em casa do que quando vou à igreja". Melhor do que questionar a veracidade empírica dessas pessoas é mostrar que a Palavra de Deus não dá espaço para tais atitudes.

Calvino utiliza a passagem de Romanos 1.11-12 como prova irrefutável de que os crentes são indesculpáveis de não irem comungar nas igrejas com seus irmãos:

(apóstolo Paulo disse:) Anseio vê-los, a fim de compartilhar com vocês algum dom espiritual, para fortalecê-los, isto é, para que eu e vocês sejamos mutuamente encorajados pela fé.

Para conseguirmos compartilhar algo, precisamos da presença da pessoa com a qual iremos compartilhar. Isso tem o propósito de fortalecimento e encorajamento. Certa vez Gerald I. Teague escreveu:

"If absence makes the heart grow fonder, how some folks must love the church!"

(trad.)"Se a ausência faz o coração crescer com mais afeto, imagine quanto algumas pessoas amam suas igrejas!"

Ninguém ganha em estar longe dos irmãos. São inúmeras as possibilidades de se estar no processo de afastamento do foco em Deus do que o contrário. Não deixe de congregar em uma igreja (sadia). Não será somente você quem ganhará algo com isso, mas todos aqueles que compartilharão seus dons espirituais contigo.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Princípios Éticos - Glorificar a Deus

Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus (1Co 10.31).



A glória de Deus deve ser um dos focos do filho dEle. Tudo o que fizermos deve ser para Ele. A Palavra de Deus nos exorta a estarmos com os olhos fitos na pessoa de Jesus Cristo (Hb 12.2), bem como fixar nosso pensamento nEle (Hb 3.1).

É fato que pessoas diariamente se preocupam com outras pessoas e exercem ações altruístas, mas qual são suas reais motivações? Os cristãos tem de ter a motivação da glória de Deus: "faço o que faço para glorificar meu Deus!"

O que desejo fazer,
contribui para a glória de Deus?

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

"Não Consigo me Perdoar" - A Perspectiva Bíblica

O que a Bíblia diz sobre perdoar a si mesmo?

Nada! O conceito de si perdoar não surgiu com base em uma saudável interpretação das Escrituras. Baseado na Coletânea de Aconselhamento Bíblico, cito abaixo as alternativas bíblicas ao problema apresentado:

1. A pessoa que diz "eu não consigo me perdoar" talvez esteja expressando uma falta de habilidade ou disposição para entender e aceitar o perdão concedido por Deus, ou seja, dizemos que não conseguimos nos perdoar porque, na verdade, duvidamos do perdão de Deus para conosco.

2. A pessoa que diz "eu não consigo me perdoar" talvez não consiga ver ou não esteja disposta a reconhecer a profundidade da sua depravação. A pessoa pensa: "eu ainda não consigo acreditar que fui capaz de fazer isso!"

3. A pessoa que diz "eu não consigo me perdoar" talvez esteja expressando o seu desapontamento por deixar de concretizar um desejo muito especial, em outras palavras, ela diz: "eu tive a oportunidade de conseguir algo que eu realmente queria, mas eu a joguei fora! Eu não consigo me perdoar."

4. A pessoa que diz "eu não consigo me perdoar" talvez esteja tentando estabelecer seu padrão pessoal de justiça, que equivale a dizer, "eu não tenho vivido à altura do meu padrão de perfeição ou das expectativas de outras pessoas".

5. A pessoa que diz "eu não consigo me perdoar" talvez tenha se assentado na cadeira de juiz e declarado o veredito a respeito de si mesma, ou seja, "concedo o perdão conforme meu veredito".

Conclusão

"Não consigo me perdoar" significa levar a sério o problema de culpa apresentado e mostra uma falha em conhecer a profundidade do perdão de Deus.

Para mais detalhes sobre este artigo, consultar a Coletânea de Aconselhamento Bíblico (tradução de artigos da Christian Couseling; Educational Foundation) volume 3.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

William Carey

Hoje completo 70 anos de idade; um marco da misericórdia e bondade divinas. Pensando em todos estes meus anos de vida, acho sinceramente que devo ser humilhado ao pó. Meus pecados são evidentes e inúmeráveis. Minha negligência na obra do Senhor tem sido grande. Não tenho promovido a causa de Jesus, nem mesmo tenho buscado Sua glória e honra como deveria. Mesmo diante de todas essas imperfeições, Deus tem me mantido aqui, ativo em Sua obra e confio que serei recebido diante dEle por meio da divina bondade e favor de Cristo.

-- William Carey, pai das missões na era moderna.
Escrito ao seu filho e registrado no livro Faithful Witness
(escrito por Timothy George).


A passagem acima foi retirada do livro Pastores em Perigo, por Jaime Kemp (ed. Sepal).

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Pastoreando o coração da criança - o que é uma boa educação?

Creio que somente precisarei de mais um dia para terminar de ler um excelente livro que comecei ontem pela tarde: "Pastoreando o Coração da Criança", por Tedd Trip (ed. Fiel). Achei o livro leitura obrigatório para qualquer pai, mesmo para aquele que ainda não creu no sacrifício de Jesus Cristo por ele na cruz também.


Ainda não tenho filhos, mas os desejo. Ouço amigos que ainda não têm filhos, e até mesmo pais com filhos na adolescência falarem: "é muito difícil criá-los segundo às Escrituras nos ensinam." Geralmente, o ponto mais discutido é sobre a educação acadêmico-escolar, sobre o medo de "soltar" o filho para ser educado sem a ética cristã. Transcrevo abaixo um parágrafo do livro:

E os objetivos acadêmicos? Geralmente, os pais enviam seus filhos à escola e os pressionam a obter boas notas. Boas notas são um objetivo bíblico? Que passagens sustentariam este objetivo? Então, os pais acrescentam aos objetivos não-bíblicos os incentivos não-bíblicos: "vou lhe dar um dólar a cada vez que você obter um 'A' em um teste escolar"; ou, talvez, digam: "Se estudar bastante, você poderá obter um bom emprego e ganhar muito dinheiro quando crescer". Um objetivo bíblico? Dificilmente! As Escrituras dizem o contrário: "Não se desgaste para ficar rico". Não estou negando de modo algum que aqueles que são fiéis serão ricamente recompensados. É claro que isso é verdade, mas não se pode trabalhar apenas tendo esse objetivo como recompensa. Ao contrário você deve enviá-los à escola sem nenhuma pressão por boas notas. Notas têm importância, se o seu filho aprender com isso a esforçar-se diligentemente para Deus.

Enquanto eu fazia meu primeiro e segundo grau, até mesmo minha graduação na universidade, acreditei que ser um bom aluno inexoravelmente resultaria em um bom emprego. Não foi assim comigo, tampouco com muitos bons alunos que pegaram o canudo na tão esperada colação de grau.

Hoje, mais do que somente olhar para meus amigos da universidade, vejo muitos que, como eu, estudaram em um excelente colégio particular que trabalham em lugares e tem cargos de pessoas que ainda batalham por seu diploma de segundo grau. Da mesma forma, vejo amigos que anos após anos ficavam de "exame final" ou "recuperação" e hoje são a massa fina das empresas que trabalham. Também vejo aqueles que levaram o curso na universidade com pouca seriedade (ou com muito gracejo) com ótimos empregos, especialmente por causa de Q.I. ("Quem Indica").

Empiricamente, percebi que o futuro empregatício de alguém não está totalmente dependente dos bons resultados acadêmicos. Note que isso não isenta o aluno de esforço para alcançar boas notas, mas com a correta motivação: Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens (Colossenses 3.23).

Em nossa cultura, um bom currículo acadêmico traz prestígio e um bom desenvolvimento psicossomático é importante para laços sociais, todavia, o que é fundamental? Como futuro pai, quero poder citar a passagem de 3 João 4 sem titubear: Não tenho alegria maior do que ouvir que meus filhos estão andando na verdade*.

Proporcione ao seu filho a quantidade suficiente de escolaridade, porém dê a ele o máximo da instrução que precisa para um relacionamento íntimo com Deus.

*João usa a palavra "filhos" como pupilos, discípulos; como alguém que dá crédito ao seu ensino.

terça-feira, janeiro 29, 2008

St Antony: a eterna batalha

Who sits in solitude and is quiet has escaped from three wars:
Hearing, speaking, seeing; yet against one thing shall he continually battle: that is, his own heart.


Aquele que se coloca em solitude e é sereno, já escapou de três guerras:
Ouvir, falar e ver, entretanto, contra uma coisa ele continuamente batalhará: contra seu próprio coração.


-- St. Antony

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Da Profissão à Vocação

Excelente texto, por Ricardo Barbosa de Souza (28/03/2005).

Alguns dias atrás, ouvi um pastor afirmar, até com certo orgulho, que atendia uma média de 30 pessoas por dia em seu gabinete pastoral. A princípio, aquela afirmação me deixou pasmo. Nunca tinha ouvido falar de alguém que tivesse conseguido tal façanha.

Considerando que este pastor trabalha ininterruptamente (sem parar para almoço, água, cafezinho, banheiro etc.), das 8 da manhã às 6 da tarde, ou seja, 10 horas por dia, ele disporia apenas de 20 minutos para cada pessoa, isso sem contar o tempo que se perde entre a saída de uma e a entrada de outra.

Vinte minutos para ouvir os dilemas da alma e do coração, aconselhar, orientar e orar com cada um. De duas uma: ou há certo exagero nos números, comum nas estatísticas dos pastores no Brasil, ou o significado da vocação pastoral foi completamente perdido.

Não pretendo, aqui, analisar este fato específico, e sim fazer algumas considerações em torno da figura do pastor no mundo moderno. As mudanças que têm ocorrido no mundo são profundas e rápidas e, inegavelmente, afetam tanto a igreja como o sacerdócio.

A Igreja moderna transformou-se num negócio, numa empresa, e o pastor num executivo que luta para se manter no mercado. Esta é, talvez, uma das mudanças mais significativas e sérias que estamos atravessando.

Somos agora executivos eclesiásticos, circulando com agendas eletrônicas, telefones celulares, secretárias, auxiliares e assistentes, para atender a um volume cada vez maior de reuniões, entrevistas, conferências, aconselhamentos, etc.

Ser uma pessoa ocupada tornou-se um símbolo de "status" e sucesso tanto no mundo secular como no religioso. Ter uma agenda repleta de compromissos é sinal de competência; afinal, ninguém considera um médico competente se a sala de espera do seu consultório se encontra absolutamente vazia, e ele, confortavelmente sentado em sua cadeira lendo uma boa revista.

Para alguém ser considerado competente, precisa estar com a agenda dos próximos meses completamente cheia. Este sim é um bom profissional.

Nesta busca por sucesso e "status" não temos mais tempo para construir amizades verdadeiras e profundas, nem tempo para caminhar com nossos amigos no caminho do discipulado. Não temos tempo para ouvir as histórias dos velhos, os dramas dos mais novos e as crises da alma humana. Dispomos apenas de 20 minutos!

Vivemos hoje um processo de profissionalização do sacerdócio, o qual vem deixando de ser uma vocação para tornar-se uma profissão, e isto faz uma diferença tremenda nos resultados.

Henri Nouwen, em seu livro Creative Ministry apresenta três perigos ou armadilhas que estes líderes profissionais enfrentam.

O primeiro é o perigo do concretismo.

Trata-se da tendência ou inclinação de ter como motivação principal os resultados objetivos e concretos decorrentes das ações do ministério.

Muitos líderes encontram-se frustrados porque os resultados que esperam nem sempre aparecem com a rapidez e a objetividade desejadas.

O profissionalismo nos induz a avaliar o ministério por resultados mensuráveis. No entanto, o ministro da reconciliação que atua na promoção do encontro do homem com Deus, com o próximo e consigo mesmo, não pode avaliar seu ministério por resultados mensuráveis estatisticamente.

O segundo é o perigo do poder.

O líder profissional encontra-se constantemente diante do perigo de criar pequenos reinos para si mesmo. O profissional necessita ser reconhecido, admirado, aclamado.

Precisa se sentir superior aos outros e preservar sua posição para mantê-los cativos e dependentes. Geralmente o líder profissional é cercado de admiradores e não de discípulos, de dependentes emocionais e não de amigos. O poder impede que as pontes de amizade e comunhão sejam estabelecidas. O líder profissional que cai na armadilha do poder acaba tornando-se um antiministro da reconciliação.

O terceiro é o perigo do orgulho.

O líder profissional reconhece que as mudanças precisam acontecer, empenha-se em converter as pessoas, mas é tentado a pensar que ele próprio não precisa de conversão. Em vez de reconhecer que é parte da comunidade que serve, veste a fantasia de "messias", de alguém intocável, sempre correto e justo.

A natureza da vocação é essencialmente relacional. Somos chamados para promover a reconciliação. Este chamado envolve mais do que a capacidade de executar projetos de natureza religiosa ou conversas de 20 minutos; envolve a arte de penetrar nos lugares secretos da alma humana e trazer para dentro deles a presença divina, conduzindo-a à experiência da oração e ao encontro com o Criador. Isto exige tempo. A profissionalização do ministério nos torna desumanos, mais preocupados conosco e com nosso sucesso do que com a vida e seus afetos.

Algum tempo atrás uma paroquiana abordou-me mais ou menos assim: "Sei que você é uma pessoa bastante ocupada, e que quase nunca tem tempo, mas gostaria de conversar um pouco".

Talvez devesse ficar contente com este "elogio", mas, se não tenho mais tempo para conversar com as pessoas, se estou tão absorvido com meus "negócios" que já não disponho de tempo para o pastoreio, se minha agenda anda tão cheia a ponto de não poder sentar e ouvir um pouco as conversas sobre a vida, que tipo de pastor eu sou? Precisamos resgatar a natureza da vocação da Igreja e do pastor. Afinal, não fomos chamados para o mercado, mas para a vida.

domingo, janeiro 27, 2008

As Ruas do Inferno...

The streets of hell are paved with good intentions.

As ruas do inferno são pavimentadas com boas intenções.

Mark Twain



sexta-feira, janeiro 25, 2008

When you are in the final days of your life, what will you want? ...Will you hug that college degree in the walnut frame? Will you ask to be carried to the garage so you can sit in your car? Will you find comfort in rereading your financial statement? Of course not. What will matter then will be people. If relationships will matter most then, shouldn't they matter most now?

Quando você está nos últimos dias de sua vida, o que você vai querer? ...Vai abraçar aquele diploma da faculdade na moldura feita com nozes? Vai pedir para ser carregado até a garagem para sentar em seu carro? Vai achar conforto ao reler sua declaração financeira? Claro que não. O que importará, serão as pessoas. Se relacionamentos serão mais importantes no leito de morte, não deveriam ser o mais importante agora?

Max Lucado


Pessoas sadias sabem que relacionamentos (humanos) são importantíssimos para "n" coisas. No entanto, pessoas sadias também sabem que relacionamentos profundos não são fáceis de serem preservados. A natureza pecaminosa do homo sapiens faz dele "duro de roer". As palavras acima dão "pano para a manga" para diferentes assuntos, mas recorda-me especialmente de uma passagem:


Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor (Efésios 4.2)

terça-feira, janeiro 22, 2008

Martinho Lutero - Justificação

Sobre a justificação do homem, há escritos ininterruptos desde o tempo dos apóstolos. Tal doutrina ainda causa divisão entre aqueles que são filhos de Deus, bem como entre aqueles que dizem serem.

Um dos maiores marcos da separação entre pessoas que levantam a bandeira cristã, foi com Martinho Lutero (Martin Luther ou Luder em alemão). Certa vez, em seu prefácio aos escritos em latim de 1545, ele escreveu:

Noite e dia eu ponderei até que vi a conexão entre a justiça de Deus e a afirmação de que o justo viverá pela fé. Então eu compreendi que a justiça de Deus era aquela pela qual, pela raça e pura misericórdia, Deus nos justifica através da fé. Com base nisto eu senti estar renascido e ter passado através de portas abertas para dentro do paraíso. Toda Escritura teve um novo significado e, se antes, a justiça me enchia de ódio, agora ela se tornou para mim inexpremivelmente doce em um maior amor. Esta passagem de Paulo se tornou para mim um portão para o céu... ("Martinho Lutero: o reformador monumental," Glimpses, Christian History Institute.)

Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo viverá pela fé" (Romanos 1.17).