sexta-feira, agosto 13, 2010

As Parábolas do Mestre: Ainda Não Acabou! (Lc 17.7-10)

Ainda Não Acabou!
Por Reinaldo Bui

Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa? E que, antes, não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois, comerás tu e beberás? Porventura, terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado? Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer (Lucas 17.7-10).

(Obs.: cada devocional do tema "As Parábolas do Mestre" foi feita pensando no projetista da Missão Juvep. Este, devocional foi feito pensando especificamente no último dia do Projeto Missionário que aconteceu em Mauriti-CE, no período de julho de 2010.)

Último dia de projeto. Há um sentimento misto de alívio por termos terminado uma tarefa, alegria porque vamos voltar para casa e tristeza por estarmos partindo, e dissolvendo este grupo que viveu junto por 23 dias e que nunca mais se juntará novamente (não o mesmo grupo).

Nós da Juvep gostaríamos de parabenizá-los pela dedicação e agradecê-los por consagrar uma pequena parte de suas vidas na tarefa de evangelização, semeando as sementes do reino nesta cidade e aqui deixando implantada mais uma igreja (um agrupamento de pessoas salvas por Deus), que será o testemunho vivo para todo este povo de que Jesus Cristo é o Senhor!

Mas antes que alguém se ensoberbeça, crie em si uma falsa expectativa de suficiência laboral e espere com isso ser recebido com os louros dos louvores eternos, aqui vão duas recomendações: baixe a bola e caia na real.

A parábola dos servos inúteis, como é conhecida, é um balde de água fria na ebulição dos nossos sentimentos e há quatro lições fundamentais que podemos tirar desta parábola. Em primeiro lugar, Jesus estabelece os papeis corretos: nos mostra quem é o senhor (não somos nós) e mostra quem somos: apenas servos. Um servo não tem vontade própria, ele faz apenas o que é obrigação sua. Por toda a Bíblia vemos esta relação (senhor-servo) e a vemos intensificada e aplicada na pessoa de Jesus. Ele é o nosso referencial, exemplo de servo e a ele devemos seguir (Filipenses 2.5-11). Quem é senhor na sua vida? Em segundo, Jesus estabelece prioridades: note que no parágrafo E que, antes, não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois, comerás tu e beberás, Ele está ensinando claramente que as necessidades do Senhor devem ser supridas primeiro, depois as nossas. Outras duas características de um servo são: não descansa enquanto sua tarefa diária não for concluída e sua única preocupação deve ser agradar seu Senhor. Terceiro, a tarefa não acabou. Embora possa haver este sentimento, nós (equipe do projeto missionário) sabemos que a partir de agora começaremos planejar e trabalhar para que o próximo projeto aconteça. O pastor que assumiu a recém nascida igreja terá muita dor de cabeça para administrar e cada um de vocês deverá continuar em sua própria cidade esta mesma tarefa de evangelizar e fazer discípulos. Esta tarefa só acabará quando Jesus te chamar ou voltar. Portanto, mãos à Obra (com O maiúsculo).

Por último, não pense que você merece algum mérito por ter feito apenas o que era sua obrigação. Há algum tempo, vi uma tirinha num jornal em que um rapaz com a cabeça raspada e todo pintado chega em casa comemorando e compartilha alegremente com o pai: “Passei no vestibular! Passei no vestibular.” O pai olha indiferente e diz: “Não fez mais do que a obrigação.” Então, depois do rapaz sair cabisbaixo e decepcionado, o pai olha de canto e, depois de um tempo, começa a pular de alegria. Esta anedota ilustra bem os sentimentos envolvidos neste processo que estamos vivendo. Não há dúvida alguma que nosso Pai se alegra com nosso trabalho e dedicação à sua Obra. Porém, nós devemos nos conscientizar de que esta é, nada mais nada menos, que nossa obrigação. O não passar no vestibular porque não estudou e desperdiçou tempo e dinheiro com bobagens geraria outro tipo de comentário e também de sentimento. Se fazer “apenas” tudo o que nos foi ordenado deve gerar em nós um sentimento de inutilidade, imagine se não o fizermos?

Queridos, que esta não seja uma palavra de desânimo e pesar em vossos corações, mas um alerta para o resto de suas vidas:

A OBRA AINDA NÃO ACABOU!

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