quarta-feira, maio 06, 2009

Muitas Vozes: o Caso do Futebol

Gosto de jogar futebol. Às vezes jogo com um pessoal amigo durante uma hora e meia mais ou menos. Não sou bom jogador, mas me divirto por duas razões em especial: a presença dos amigos e o prazer da atividade física coletiva (não gosto de correr sozinho por exemplo).

Estudei futebol de campo e de salão durante meu tempo na faculdade. O desuso do conhecimento nos leva a esquecermos várias coisas sobre o tema, ou para aqueles que gostam de pensar "no formato da psicologia", de ter dificuldades em trazer à lembrança as informações e conhecimentos antes adquiridos.

Na minha infância joguei muito futebol e naquela época era um bom jogador (dos 7 aos 11 anos). Não continuei com o futebol porque fiquei fascinado com outro esporte que pratico até hoje, o basquetebol. Acho que o resquício da minha prática com o futebol daquela época permanece, mas como eu disse, do bom jogador de 11 anos.

É claro que em campo, entre estes amigos, eu sou o pior. Tento adaptar as qualidades que tenho do basquete para o futebol e isso muitas vezes surpreende os "peladeiros". Ainda assim percebo, e não somente neste contexto, que a pessoa que fala mais alto e mais vezes ganha o padrão do jogo correto: "passe curto", "bola no chão", "adianta", "cada um no seu", "não saia pelo meio"... Se você fizer algo que não seja o ideal definido por tal pessoa, você se torna passível de menosprezo por todos aqueles que já adquiriram o padrão daquele que fala muito e alto (que não necessariamente está errado).

Como eu disse, tenho muito prazer em jogar bola entre os amigos, mas devo ser um dos que mais recebe "puxões de orelha" por não executar continuamente "o padrão". Aliás, brasileiro que é brasileiro não joga bola no padrão. Acho que sou mais do tipo "quem não arrisca não petisca". Gosto de arriscar algumas bolas para dar mais chance de gol ou saída rápida. Faço isso com raciocínio. Claro, nem sempre funciona, mas também não necessariamente acaba com um gol do adversário. Fico triste quando, depois de tanto ouvir o que devo fazer, as pessoas que disseram para eu não fazer tal coisa fazem o mesmo. Pior é que não recebo sugestões (às vezes chega ao meu ouvido como ordem) de uma pessoa somente, mas de todo o time. Acabo de receber a bola e sou o último jogador da minha defesa. Assim que recebi a bola percebo que um jogador do meu time disparou em direção à área do adversário. Rapidamente noto que dificilmente acertarei um passe perfeito, mas existe a chance de funcionar... Enquanto pensava, diferentes frases ecoam em minha cabeça, mas não fui eu quem as criei. Cada jogador do meu time gritando ou dizendo: "meio", "sobe com ela" (ela = bola), "segura", "deixa" (goleiro atrás de mim), etc.

Talvez porque eu seja um amante do esporte, eu tenha satisfação em fazer analogias da vida com o desporto. Poderia tirar muitos exemplos de um simples jogo de futebol, mas preferi pensar nas diversas opiniões que são dadas a mim e outros jogadores que preferem não falar alto nem muito. Em outras palavras, as caóticas vozes que chegam ao meu ouvido dizendo o que tenho de fazer, colocando-me à avaliação de reter o que é bom.

Uma possível solução para o meu caso é dar crédito a um jogador experiente e inteligente e ouvir a sua voz. Na vida "n" opiniões serão dadas, mas precisaremos escolher qual seguiremos se é que seguiremos. Ainda assim, uma voz não pode ser desprezada, a voz de Deus. Agora, então, meu filho, ouça-me; não se desvie das minhas palavras (Pv 5.7 - veja também 7.24).

No caso do futebol, alguns estão enganados na melhor sugestão do que se fazer. Outros, sugerem determinada ação porque teme que você perca a bola, mas creio que a maioria sugere precidimentos válidos, porém diferentes. No caso da vida as dicas dadas também segue um semelhante padrão. Alguns não dão a melhor sugestão porque temem a competição. Alguns nada sugerem e outros, dizem opções ilegítimas. Ainda assim, creio que a maioria das vezes as sugestões são válidas, com resultados semelhantes, mas procedimentos diferentes. É preciso discernir bem que sugestão acatar, mas antes, entender que é necessário escutar a Deus, uma voz calma, serena e tranquila.

Dar ouvidos a Deus é ler Sua palavra e orar. Acho que Deus nunca deixou de falar audivelmente, mas estes são casos raríssimos. Sua palavra é perfeita e requer que nós nos atentemos a ela da forma que assim é devida. Preste atenção nas vozes. Discirna-as e fique com o que é bom, mas não use estes mesmos filtros para a voz de Deus. Pois o SENHOR é quem dá sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e o discernimento (Pv 2.6).

Um comentário:

  1. Zambelli,

    Acho que você está meio depre... no futebol que você joga tem um camarada que leva mais puxão de orelha do que todos os outro agrupados... Fica tranquilo que sua "iniquidade" ainda não chegou aos céus... (heheh).

    Grande abraço!

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