sexta-feira, maio 04, 2007

O tempo é marcado e marca

Ontem resolvi olhar em minha agenda do ano passado. Logo no início dela anotei uma frase e resolvi compartilhar com os leitores deste blog:

Time has no division to mark its passage, there is never a thunder-storm or blare of trumpets to announce the begining of a new month or year. Even when a new century begins it is only we mortals who ring bells and fire off pistols.

O tempo não tem divisões para marcar sua passagem, nunca há uma tempestade ou o clangor de trompetes para anunciar o início de um novo mês ou ano. Mesmo quando um novo século começa somos apenas nós mortais que tocamos o sino e disparamos fogos.
Thomas Mann (Novelista)

Apesar de não concordar totalmente com Thomas Mann, pois acredito que a marcação do tempo é intrínsico à sua existência, esta frase me recorda as infelizes festas que ocorrem na celebração da chegada de novos anos. Não somente, o gasto desenfreado de dinheiro de muitas pessoas totalmente conservadas às imposições humanas de datas comemorativas: dia das mães, dos pais, das crianças, dos namorados, e muitas outras, como também acontece na "virada do ano".

Reconheço também que por detrás de cada uma dessas datas deve haver uma história que incentiva, comove e ajuda pessoas a manterem largos passos na caminhada da vida. Em minha agenda diz que ontem, dia 03 de maio é o dia do sertanejo, do parlamento, do solo, do Pau-brasil e dia mundial da liberdade da imprensa. É possível que muitas pessoas foram congratuladas e agradecidas ontem por causa da lembrança dessas datas em nosso calendário. Minha tristeza se encontra na forma em que as pessoas comumente comemoram essas datas, seja com bebedeiras ou alimentando o famigerado desejo do "DEVER" em dar presentes. Ai se nós valorizássemos o tempo de vida e entregássemos este inestimável valor aos outros muito mais do que presentes em caixas...

Uma forma de "fuga" de tal modus vivendi e que ainda não consegui colocar na vida de minha família é a reestruturação do calendário comemorativo. No dia 14 de fevereiro deste ano enviei flores para minha esposa onde ela trabalha. Essa data marca o Valentine's day (dia dos namorados nos EUA). Talvez eu pudesse escolher uma outra data, qualquer uma, e lhe enviar flores com um cartão que diria: "feliz dia dos namorados", mesmo não sendo aquele dia 12 de junho. Fazer o que todo mundo faz, principalmente na mesma ocasião, não torna a atitude especial. Se quero entregar uma maçã para minha professora, por que esperar até o dia em que muitos entregarão? Que reação terá o seu pai ao receber um presente de dia dos pais em uma data nada a ver com o segundo domingo de agosto? Que tal adiantar a compra e entrega do presente de seu filho em função dos altos preços de brinquedos no dia das crianças? Fugir das datas convencionadas pelo homem e ainda assim manter o bom hábito de nos lembrar de fatos e pessoas, torna ocasiões mais especiais.

Mais do que tudo isso, incentivo cada um de nós a entregar nosso tempo como a forma mais preciosa de presentear alguém. Asseguro-lhe que você entenderá mais ainda com o que eu quis dizer sobre a marcação do tempo.

Use seu tempo para marcar
(com a marca de um tempo)
a vida de alguém.

Sei que não estamos no final/início do ano, mas se eu não escrevesse a frase de Thomas Mann aqui, ela se perderia como outros pensamentos que ainda não reencontrei em mim. Um feliz dia (ou mês, ano, década...) novo para você!

Aproveitem ao máximo todas as oportunidades.

Colossenses 4.5b
(contexto: propagação do evangelho)

Um comentário:

  1. Primeira vez no seu blog Zambelli,
    gostei mesmo!! Vou tentar sempre acompanhar.
    abraço,
    Tulio

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