domingo, outubro 13, 2013

A prática da lei do amor

Por Reinaldo Bui


Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; ...Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. (Leia Romanos 7:7 a 14)

Em Mateus 5, 6, 7, no sermão do monte, Jesus estava colocando em contraste a Lei do AT com sua “Lei do Amor”. Se lêssemos seus ensinamentos com os óculos culturais do judeu do século primeiro, perceberíamos que Jesus choca ao quebrar vários paradigmas da antiga religião. Um fato marcante deste sermão foi ouvir Jesus se colocar em igual autoridade com a Torah: 

Ouvistes o que foi dito... eu porém vos digo... (Mt 5.21-44)

Outro foi ter ouvido do próprio Jesus o ensino de que pecado não é só a ação isolada. É mais do que isto: pecado começa com a intenção oculta no coração. A lei estabelecia limites ao homem: não adulterarás! Jesus, porém, nos diz que só de alimentar um pensamento, já pulou a cerca! Por outro lado, Sua Lei do amor nos ensina a amar a outra pessoa a ponto de nem pensar nisto! Se amarmos o próximo (neste caso alguém do sexo oposto) como um irmão/irmã em Cristo, não alimentaremos uma fantasia adúltera somente para satisfazer a carne. Sequer suportaremos tal ideia. 

Mais um exemplo prático: havia no AT a lei do dízimo para o povo judeu (muito mal interpretada hoje em dia, por sinal). De modo geral, o judeu oferecia a décima parte da sua produção como oferta dedicada a Deus (na verdade, se considerarmos todas as ofertas exigidas pela lei ao povo judeu, somava cerca de 23%). Já a lei do amor nos leva a repartir de bom grado o que temos com quem tem necessidade. Isto é muito mais que 10%. Amor não tem porcentagem. Imagine que um irmão esteja desempregado e sua família passando muita necessidade. O que você diz? 

– Já cumpri minha obrigação com o dízimo... Vamos orar pelo irmão. 

Isto é amor? Será que é isto que Deus espera de nós? 10%? Veja o que Tiago adverte em sua epístola:

Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: "Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se", sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? (Tg 2.15,16)

A Lei de Cristo não é porcentagem, é amor. O princípio que deve reger nossas ofertas é a liberdade de dar com alegria, com amor. A “lei” de Cristo vai muito além da lei de Moisés, porque não é LEI, no sentido estrito da palavra, mas é o fruto do Espírito crescendo dentro de nós, agindo através de nós.

A lei de Moisés nunca funcionou para consertar o homem e nem serve para a nos aperfeiçoar porque a lei não santifica ninguém, ela evidencia o pecado! (Como vemos em Romanos 7.7-14.)

Além do mais, temos que entender que esta lei foi dada para o judeu (o povo debaixo da Antiga Aliança), e não para o gentio. Nós, crentes da Nova Aliança, estamos completamente livres desta lei, pois (repito) Deus não a deu para o cristão, mas sim para o judeu. Há ainda aqueles que dividem a lei em cerimonial, dietética, moral, civil, e escolhem: isto nós temos que cumprir, aquilo não! Isto também é um absurdo, pois a lei é singular. Não existe nem no AT, e nem no NT qualquer evidência que Deus tenha ordenado à Igreja: cumpra só esta parte ou só aquela. 

Não se preocupe com a lei de Moisés. Apenas creia em Jesus e ame o próximo como Cristo te amou!

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