quinta-feira, março 03, 2011

Colocando a Confissão de Fé em Prática

Por Milton Junior
Milton C. J. Junior é capixaba, bacharelou-se em teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano “Rev. José Manoel da Conceição”, em São Paulo, e atualmente pastoreia a Igreja Presbiteriana do Brasil em Praia do Canto – Vitória – ES. É casado com Poliana V. V. Coutinho.

O divórcio entre a profissão de fé e a prática é algo, infelizmente, muito comum no meio evangélico. Professamos que a Bíblia é a Palavra de Deus, que ela é infalível e inerrante, que a temos como única regra de fé e prática, mas, na prática, não são poucas as vezes que deixamos de ouvir a voz de Deus pela Escritura para dar ouvidos a outras vozes.

O divórcio entre a profissão de fé e a prática é algo, infelizmente, muito comum no meio evangélico. Professamos que a Bíblia é a Palavra de Deus, que ela é infalível e inerrante, que a temos como única regra de fé e prática, mas, na prática, não são poucas as vezes que deixamos de ouvir a voz de Deus pela Escritura para dar ouvidos a outras vozes.

Não é de hoje que o homem tenta entender os motivos do seu comportamento, sentimento e atitudes. A literatura secular é abundante e no decorrer da história podemos notar várias propostas sempre conflitantes umas com as outras. Como exemplo temos: Freud e sua proposta de que os problemas de comportamento são causados porque os instintos (Id) são barrados por imposição social (superego); Skinner e sua afirmação de que a causa dos problemas é um condicionamento deficiente e errado, ou seja, o meio determina o que a pessoa é; e ainda Carls Rogers e seu entendimento de que os problemas são causados porque o homem teve sua potencialidade impedida, já que para ele o homem é auto-suficiente.

O problema de cada uma dessas propostas é o pressuposto humanista e a afirmação de que o homem tem tudo, nele mesmo, para entender e resolver seus problemas. Muito tempo antes de qualquer uma dessas propostas, a Escritura já ensinava que a causa dos problemas do homem é a sua rebelião contra Deus (Rm 1 – 3). O primeiro dos cinco pontos do Calvinismo afirma que o homem é totalmente depravado. Isso quer dizer que a queda afetou a vontade, o coração, a mente e o corpo do homem.

Só pode haver um entendimento correto sobre a vontade, o comportamento e as atitudes a partir das Escrituras. Só há solução para esses problemas colocando em prática o que o Senhor nos ensina pela Palavra. Qualquer tentativa de solução para os problemas do homem que não leve em conta a Escritura é mero paliativo. Será então que não há nada fora das Escrituras que seja necessário à solução dos problemas de comportamento humano? Concordo com MacArthur que afirma: “Útil, talvez. Necessário, não. Se são necessários, estão na Escritura. Doutro modo, Deus nos haveria deixado em falta do que precisamos; e isso seria inimaginável. A sabedoria humana ocasionalmente coincide com a verdade. Até um relógio parado está certo duas vezes por dia. Mas isso é um desempenho pobre, se comparado à Escritura que é verdadeira em todas as suas declarações e suficiente para a vida e o crescimento da igreja” (MacArthur, Nossa suficiência em Cristo, p. 102).

O apóstolo Pedro nos dá base para pensar desta forma quando escreve: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude (2Pe 1.3). O autor da epístola aos Hebreus fornece apoio a esse entendimento. No capítulo 4 versículo 12 ele afirma: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.”

Coloquemos, portanto, em prática a nossa profissão de fé. Que a Palavra bendita do Senhor seja de fato nossa regra de fé e prática e que, ao invés de ouvir as muitas vozes que têm proposto soluções humanas para os problemas, continuemos a crer que “a lei do Senhor é perfeita e restaura a alma” (Sl 19.7a).

Nenhum comentário:

Postar um comentário