quinta-feira, maio 10, 2012

Homem, você é um grande culpado por sua mulher não conseguir lhe ajudar!

Por T. Zambelli

Opção em áudio


Não foram poucas as vezes que eu escutei de homens sobre o desejo deles terem um manual de instrução para entenderem melhor as suas mulheres: “elas têm um humor muito variável"; "elas choram demais"; "elas são ilógicas!” Aqueles que dizem isso são jovens, adultos e até anciãos. Para eles, tais frases possivelmente serviriam de títulos ou subtítulos para uma enciclopédia que ensinaria o gênero masculino a entender a complexidade do gênero feminino.

Tenho conversado com vários homens casados com cerca de 30 anos de idade e todos reconhecem serem bem diferentes de suas mulheres. Porém, fico admirado quando a maioria, apesar de reconhecer a diferença, não compreender o porquê das esposas não os tratarem conforme suas expectativas.

As Escrituras nos mostra com muita clareza que homem e mulher, ambos, foram criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1). Nenhum deles é melhor ou pior do que o outro, superior ou inferior. Na verdade, cada um deles, de acordo com a Palavra, foi criado funcionalmente diferente, ou seja, cada um totalmente capaz para exercer a função para o qual foi criado.

Nas mãos de Deus tudo tem um propósito (Ec 3). Quando o homem foi criado, Deus tinha um propósito para sua existência. A Bíblia diz: “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo” (Gn 2.15). Quando a mulher foi criada, Deus também tinha um propósito: “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda” (Gn 2.18). Note que a chegada da mulher neste mundo foi, em primeira instância, para suprir uma necessidade que o homem apresentava. Ela era a solução para a solidão do homem! Ao concluir este trecho, Deus, através de Moisés, discursa sobre a força do laço que é formado pelo casamento: “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne (Gn 2.24).” Antes do pecado, homem e mulher, unidos como um, não sentiam vergonha. Eles viviam em plena harmonia consigo e com Deus (Gn 2.25). Tanto o homem quanto a mulher, antes de pecarem, viviam segundo o propósito pelo qual cada um foi formado e não tinham vergonha de nada.

Mas algum tempo depois deles terem sido criados, o pecado veia à tona. Desde então o pecado é a barreira cuja altura tornou nosso natural em algo desagradável a Deus (Rm 1). A harmonia que existia entre o primeiro homem e a primeira mulher, somente será plenamente possível quando estivermos cheios do próprio Deus.

Assim, por si só, nem o homem e nem a mulher, serão capazes de cumprir com o propósito pelo qual foram criados. O homem nunca conseguirá ser um pleno representante do domínio divino na terra e a mulher nunca suprirá a solidão do homem. 

Para piorar, noto que muitos homens não contribuem para que suas esposas exerçam com excelência o papel que lhe é devido no relacionamento conjugal. Não deveria ser necessário dizer, mas os homens, em especial, esquecem-se que suas mulheres não são oniscientes. Grande parte dos homens se comunica minimamente com suas esposas e as deixa à mercê para adivinharem quais são as necessidades de seus maridos. A falta de comunicação somada à tendência egocêntrica, conduz os homens a acreditarem que suas mulheres são plenamente culpadas por não corresponderem às necessidades deles.

Como as esposas saberão ou conseguirão auxiliar seus maridos se eles não se mostrarem (se revelarem, compartilharem suas vidas) para elas?

Tenho notado uma frustração masculina que tem origem no próprio homem, mas que na grande parte dos casos eles nem percebem que foram eles mesmos os causadores do problema. Quando eles deixam de se comunicar com suas esposas, e existem vários motivos para isso (medo, vergonha, mentira, etc), eles as privam de agir da forma como o Criador quer e espera delas (então, some aos motivos o pecado do egoísmo).

Note que a ausência ou pouca comunicação do homem no relacionamento conjugal gera problemas para ambas as partes do que a Bíblia chamou de "uma só carne". (1) A mulher fica privada de contribuir eficientemente em auxiliar o homem. Enfatizo que o próprio Deus foi chamado de auxiliador (Sl 33.20; 70.5; 115.9). (2) O homem não desfruta da bênção de ter ao seu lado uma mulher mais capaz de lhe auxiliar. Lembre-se, ela foi criada funcionalmente hábil para isso.

Homens, e eu me incluo aqui, tomem o cuidado para não privarem as esposas de cumprirem com o papel que faz parte de sua essência. A pedra que as torna menos eficientes em cumprir com seu papel, é a mesma pedra que os afasta de desfrutar dos benefícios que especialmente as mulheres podem dar.

Um de meus mestres deixou bem claro a importância do "tempo de sofá" para o casal. Não procrastine uma boa conversa com sua esposa. Fale, escute (dialoguem) e lembrem-se sempre que Deus está presente e quer fazer parte da alegria e soluções dos problemas que surgem. O manual que muitos homens almejam possivelmente seria desnecessário se eles compartilhassem suas vidas com suas esposas.

"Quem encontra uma esposa encontra algo excelente
recebeu uma bênção do SENHOR."
(Pv 18.22 NVI)


Inspirado no primeiro capítulo do livro Maridos, de Lou Priolo (Ed. Nutra)

Nenhum comentário:

Postar um comentário