domingo, abril 15, 2012

Movimento Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino - Inventamos a roda?

Por Marcos (Sal da Terra)

Recentemente ouvi e vi propostas que partiram da plenária do Primeiro Congresso Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino, cujo objetivo maior foi dar início ao Movimento Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino, que por sua vez visa a plantação em 10 mil igrejas em 10 anos, algo espetacular, mas que será utópico sem a milagrosa intervenção divina (eu creio que Deus pode intervir e que este milagre possa ocorrer).

Porém, apesar de ser plenamente favorável a ampla evangelização desta região (estou engajado nesta luta a mais de 15 anos), não creio na viabilidade do MNESN (Movimento Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino) no formato que me expuseram, por que ele se propõe em ser o gestor do processo e não um dos facilitadores, ignorando a importância histórica das denominações e agências missionárias que estão radicadas nesta região, ignorando a diversidade doutrinária das denominações que têm atuado aqui e ignorando as estratégias exitosas em andamento.

Também, ao meu ver, a análise dos irmãos que propõem a instalação do "Movimento" tem uma postura altiva descabida, por desconsiderar todo esforço e abnegação dos que passaram ou daqueles que por aqui ainda têm trabalhado pela expansão do evangelho. Por isso, continuo entendendo que não há nada de novo na "seara sertaneja" e que ninguém pode chegar dizendo "eu inventei a roda" ou "agora vai", como se nenhum esforço tivesse sido feito, ou como se nada estivesse em andamento de maneira bem sucedida. Eu posso, como exemplo, citar um lista considerável de pessoas e instituições que têm histórias belíssimas no labor missionário sertanejo, homens e mulheres de Deus que, inclusive, foram ignorados como palestrantes no congresso supra citado.

Também não creio na possibilidade de êxito do "Movimento" por mais três questões básicas: A diversidade cultural dentro da própria região sertaneja, a extensão territorial da área a ser evangelizada (sertão é uma grande nação dentro da Nação Brasileira) e o fato de se desconsiderar a complexidade doutrinária e de estratégias daqueles que estão plena em atividade, posto que existem várias denominações na peleja, nesta nesta região.

Outro fato que saliento é ausência absoluta de planejamento das ações do MNEST, cujo balizamento estatístico até agora apresentado para o fabuloso alvo de 2,7 igrejas por dia nos próximos 10 anos, restringe-se a altura das estátuas de do Padre Cícero Romão e do capuchinho Frei Damião em cidades sertanejas interioranas... muito pouco para quem almeja tanto.

Diante do que ora exponho, gostaria de esclarecer que, embora meu nome esteja ligado ao Ministério Sal da Terra, meus posicionamentos não são colegiados a esta entidade, mesmo que eu conte com a consideração de todos a ponto de tomar a liberdade de declarar-me publicamente por este canal.

Também, esclareço que anseio por correções naquilo que considero ineficaz à evangelização do sertão nordestino conforme propõe o "Movimento", pondo-me a inteira disposição da sua liderança no aprofundamento da discussão.

Fonte: Sal da Terra

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