Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça. (Leia Romanos 5.12-20)
Nossa situação diante do Senhor nunca foi das mais favoráveis. Ante a débil hipótese de alguém se achar merecedor de alguma benção vinda da parte de Deus, cabe aqui uma rápida retrospectiva, pois é sempre bom lembrarmos quem nós somos: fracos, ímpios, pecadores, incapazes de agradar a Deus ou buscá-lo por nós mesmos. Porém, mesmo assim, Deus nos amou “de tal maneira” (não me pergunte como) que deu Seu Filho único para morrer em nosso lugar. É somente através do sangue de Cristo que Deus nos vê como justificados. Não que nos tornamos santos, justos, puros e perfeitos da noite para o dia, mas somos tidos como justos aos Seus olhos.
É somente graças ao Pai que estamos seguros e escaparemos da Sua ira por causa de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos reconciliação. E quem recebe a glória? O Pai! Se você fosse merecedor, a glória seria sua; mas quando reconhecemos que é Deus quem nos dá tudo de graça, toda a glória cabe somente a Deus, pelo sacrifício único de Seu filho na cruz.
Neste trecho de sua carta, a partir do v. 12 até o 19, Paulo faz a comparação entre o estrago que o pecado de Adão causou e a eficácia da morte de Cristo. Pense e responda: quanto o pecado de um só arruinou? E o que tem mais peso e mais valor, o pecado de Adão ou a morte de Cristo? Para nosso alívio e esperança, a morte (expiação) de Jesus pode alcançar tantos quantos foram estragados pelo pecado. Por isso ele escreve nos vv. 20 e 21:
"... onde abundou o pecado, superabundou a graça." (v. 20)
Paulo está dizendo que ninguém pode pecar mais do que Deus pode perdoar. Talvez esta ideia cause estranheza para muitos, mas se hoje você comete um “pecadinho”, Deus responde com graça (perdão). Pode ser que amanhã você cometa um “pecadão”. Deus responderá proporcionalmente com a mesma graça. Se você ainda não concorda com esta ideia, lembre-se só de uma coisa: para Deus não existe “pecadinho” e “pecadão”! Pecado é pecado e se cremos que Cristo pagou o preço de TODOS os nossos pecados, nenhum ficou de fora.
A garantia da nossa salvação não está atrelada às nossas obras, ou ao que podemos produzir, mas à graça de Deus em nossa vida, que recebemos em Jesus. Se estivermos seguros no relacionamento com o Pai, ainda que venhamos a pecar ou que nos afastemos de Deus (como aquele filho pródigo), nosso Pai “está na varanda da casa esperando: filho, volte para mim” (cf. Lc 15.11-32).
Talvez alguns estejam esperando uma “segunda bênção”, um sinal do céu ou qualquer coisa parecida. Esqueça isto. Apenas volte-se para Deus e confie na Sua graça. Deus nos deu de graça também o seu Espírito para nos ajudar, e uma vez que aprendemos a andar no Espírito, seu fruto começará a aparecer em nossa vida. Ora, o Fruto do Espírito não é língua estranha ou revelações sobrenaturais, mas é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra estas coisas não há lei (Gl 5.22).
Apenas peça com sinceridade: “Pai, ensina-me a amar. Eu desejo ver o fruto do Espírito transbordando em minha vida!”
Saiba que Ele também. Ou você acha que Deus recusará um pedido deste? Talvez você esteja passando por alguma dificuldade, algum conflito, lutando contra algum pecado. Ou talvez ainda, esteja vivendo um momento, um relacionamento incerto com Deus, achando que se fizer alguma coisa terrível qualquer dia, Ele vai te deserdar. Mas Deus não nos abandona. Pode ter certeza: Ele não tem prazer nenhum de ver seus filhos comendo as alfarrobas com os porcos.
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