Por Reinaldo Bui
Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. (Leia Romanos 3.19-20)
Imagine se houvesse uma lista de regrinhas para maridos relacionarem-se com suas esposas:
0001. Diga bom dia / 0002. Beije sua esposa / 0003. Diga que a ama / 0004. Ajude-a com o café / 0005. Converse com ela 15 minutos todos os dias / 0006. ... / 3764. Elogie a comida que ela faz / 3765. Leve uma lembrancinha no aniversário de casamento (de preferência no dia exato) / 3766. Repare no cabelo dela (corte, pintura, escova, chapinha, etc.) / 3767. ...
Será que alguma esposa gostaria de ter um tipo de relacionamento assim? Ou algum marido? Nem Deus deseja isto de nós! Alguns ensinam que nosso relacionamento com Deus deve ser mantido através do cumprimento da lei. Porém, a base do nosso relacionamento com Deus deve ser a base que deve permear todo relacionamento saudável: o amor. Simplesmente ame. O amor é diferente, não se baseia na observação cega da lei, mas se utiliza do caráter de Deus, de Seu padrão de amor, para agir conforme Ele agiria. Inclusive o resumo da lei é ame a Deus e ame ao próximo.
Podemos dividir o capítulo 7 de Romanos em 3 porções principais: O princípio do legalismo (vv.1 a 6), a prática do legalismo (vv.7 a 13) e o perigo do legalismo (..14 a 25). Porém, antes de analisarmos mais de perto estes textos, precisamos considerar que a lei nunca foi dada para os gentios. Paulo estava escrevendo para uma igreja formada tanto por gentios quanto por judeus que se converteram. Para estes, o apóstolo explica como é que eles foram libertos da lei.
Além disto, precisamos também compreender o porquê de Deus dar a lei. Entre vários motivos, quero destacar pelo menos cinco mais importantes: (1) para reger uma nação (Dt 4.7-8); (2) para demonstrar o Seu caráter santo (Lv 19.2; 20.7,26); (3) para mostrar o Seu “padrão de exigência” (Dt 6); (4) a lei foi dada para nos condenar (Dt 27.26; Tg 1.10). Preciso parar aqui para enfatizar isto: a lei nunca foi dada para salvar alguém (Rm 3.19-20). E antes de apresentar o último motivo, precisamos lembrar também que não estamos mais debaixo da Antiga Aliança da Lei. Esta é passada e foi substituída por uma Nova e superior Aliança, a aliança da Graça (Hb 8.6-13).
Então, por fim, a nós, povo da Nova Aliança, foi revelado o principal papel da lei. Uma vez que ela aponta nossa pecaminosidade e incapacidade, tem o papel fundamental de levar-nos a Cristo, conforme descrito com clareza em Gálatas 3.24: De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.
Este é (ou foi) o papel da lei: servir de aio para nos levar a Cristo. Aio era uma espécie de tutor, encarregado da educação doméstica das crianças. Ao atingir a maturidade, ela estava livre do seu tutor. Assim deve acontecer com cada crente em Cristo Jesus:
Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio." (Gl 3.25)
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