Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? (Leia Romanos 6.1-11)
Vamos recapitular as bases da fé cristã para que ninguém tenha dúvidas sobre aquilo que afirmamos crer. Todos somos pecadores, sem exceção (Rm 3.10-12) e o nosso pecado nos condena! Na cruz, Jesus Cristo pagou o preço de TODOS os pecados de TODA humanidade (Cl 2.14; 1Jo 2.2), e nossa salvação está atrelada somente à fé na grandeza e suficiência da Sua obra (Jo 3.16-18). Esta salvação é totalmente gratuita independente de algo que possamos fazer (Ef 2.8-9) e a garantia da nossa salvação é uma questão de confiança naquilo que Deus proveu para nós, e não na força da nossa carne (2Tm 2.13; Rm 5.10,11). Aquele que não pensa assim e crê que depende de sua conduta perfeita para manter-se salvo ainda não entendeu o que é salvação pela graça ou não tem noção do que é pecado e é extremamente arrogante e pretensioso por pensar ter alcançado um estado de impecabilidade absoluta.
Daí, seguimos que se o primeiro inimigo da graça é achar que se não andarmos de modo correto perderemos nossa salvação, o segundo inimigo é confundir a liberdade que temos em Cristo com licenciosidade ou até libertinagem. Voltemos àquela questão: “Já que Deus me perdoará tanto quanto eu pecar... Então posso pecar à vontade?”
Saiba que não é de se estranhar que se faça tal pergunta, pois este é o caminho natural do pensamento humano. É a inclinação da carne também. O Dr. Martin Lloyd Jones disse certa vez que quando se faz esta pergunta é sinal de que a pessoa está no caminho certo para compreender a grandeza do verdadeiro Evangelho.
Depois de tratar sobre nossa segurança em Cristo e prevendo que naturalmente seus leitores racionalizariam, Paulo inicia o capítulo 6 de Romanos adiantando-se a fazer esta pergunta: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?" Qual seria a resposta óbvia a esta pergunta? Diga sinceramente (se você de fato é cristão, sabendo que todos os seus pecados estão perdoados): você realmente deseja agir assim? Se você quiser saber a resposta que o apóstolo Paulo nos dá para este disparate, leia os vv. 2-11.
É interessante notar que Paulo toca rapidamente num assunto extremamente importante: o batismo. Devemos ter sempre em mente que quando fomos salvos, fomos batizados em Jesus. O batismo do qual Paulo se refere (3 e 4) não é o batismo nas águas, mas sim o batismo com o Espírito Santo. Mais a frente, no capítulo 8 de Romanos, ele escreve que: ...se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele (Rm 8.9). Parece contraditório com a doutrina que algumas denominações pregam: batismo nas águas para salvação e batismo no Espírito como "segunda bênção". Apesar desta ideia ser um absurdo, mostra que muita confusão é feita sobre o ensino de batismos.
O batismo que é realizado na água é um símbolo (como uma aliança de casamento) e tem a seguinte função: testemunho público de identificação com a mensagem do Evangelho. Este batismo não salva. Muitas pessoas são batizadas (nas águas) sem terem compreendido claramente o Evangelho. Por outro lado, acontecem casos de pessoas salvas sem terem sido batizadas nas águas (Lc 23.42,43). Uma vez que cremos em Cristo, temos o Espírito Santo habitando em nós. E uma vez que temos o Espírito, devemos também andar no Espírito e não satisfazendo as vontades da carne.
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