Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.
Mateus 26.42
Vamos explanar um pouco mais a ideia fazer a vontade de Deus. Nossa vida, tudo o que somos e aonde chegamos é a soma ou a medida exata de nossas decisões. Com isto, quero dizer também que diariamente e constantemente, precisamos decidir se faremos a nossa vontade ou a vontade de Deus. No caso de Jesus, não precisaríamos nem comentar, mas como cristãos, temos muito que aprender com Ele.
Todos nós (sem exceção) passamos e passaremos por inúmeras dificuldades no decorrer de nossa vida. O próprio Senhor Jesus já alertara:
Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (João 16.33).
Porém, ao mesmo tempo Cristo manda que confiemos nEle e que não desanimemos diante dos tormentos. Deus, através da Sua Palavra (Romanos 5.3-5), nos exorta a sermos perseverantes nas adversidades:
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.
O que isto tem a ver com fazer a vontade de Deus? Tudo! Primeiro porque devemos saber que a própria tribulação em nossa vida é vontade de Deus! Segundo, porque quando perseveramos na tribulação já estamos fazendo a vontade de Deus. Terceiro, porque são nestas horas de dificuldade que precisamos decidir mais do que nunca se vamos confiar em Deus ou em nossa força. Vivemos numa sociedade que não suporta ou não admite o sofrimento. Só que as adversidades são o fogo que purifica o ouro! Então temos que entender que na escola divina evitar o sofrer é parar de crescer.
As tribulações que enfrentamos podem ser de ordem natural (acidentes, doenças, perseguições, desemprego, etc.) ou sobrenatural, como as provações (quando Deus utiliza as diversas situações da nossa vida para comprovar a nossa fé) e tentações (quando o diabo procura nos desviar ou abalar a nossa fé). Veja por exemplo, o caso de Jó: Deus o provou permitindo que o Diabo o atormentasse. Foi provado e tentado em sua provação. Ou com Jesus, que foi levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado por Satanás. Ou ainda o caso de Paulo: Deus utilizou um mensageiro de Satanás para causar-lhe algum tipo de sofrimento. Ainda assim, Deus não permite que sejamos tentados além da nossa capacidade. Ele mesmo nos dá livramento (I Co 10.13). Portanto, (1) no caso de tentações, se caímos, ocorre porque queremos e a culpa não é de ninguém, além de nós mesmos; e (2) no caso de provações, saiba que toda esta situação está debaixo da soberania de Deus. Temos a tendência de culpar o Diabo por tudo de mal que acontece em nossa vida, mas nem sempre é culpa do maligno. Os nossos sofrimentos podem ser permitidos por Deus por vários motivos, mas principalmente para que possamos conhecer e entender a Sua vontade.
Olhe para Jesus: Ele entendia e fazia a vontade de Deus. Passar pela cruz implicaria em dor e sofrimento. Experimentar a separação de Deus era o cálice que Ele não queria provar, mas mesmo assim Ele bebeu deste cálice. Penso que não temos a mínima noção do que significa estar separado de Deus, por isso levamos a vida na boa. Jesus sabia o que isto significava e suou gotas de sangue por essa causa!
Pedir que seja feita a Tua vontade (na minha vida, conforme vimos) não é brincadeira! Sejamos um pouco mais específicos aqui. Ore assim: "Senhor, mexa na minha vida como lhe aprouver! Quero fazer a Tua vontade." Se sua oração for sincera, Ele vai mexer. Aguente o tranco, mas não se preocupe: Ele estará com você!
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