Por Reinaldo Bui
Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim (Leia II Coríntios 12.7-10)
Todos nós temos necessidades e desejamos que elas sejam supridas.
Algumas destas necessidades são essenciais para a nossa vida, outras nem tanto. Muitas vezes damos mais atenção para estas e não nos preocupamos tanto com aquelas, a menos que estejamos passando por uma profunda crise, a ponto de não termos, sequer, o que comer. Acredito que (no momento) não é este o nosso caso. Mesmo assim, esperamos que Deus satisfaça TODAS as nossas necessidades. Mas será que Ele realmente está comprometido em atendê-las? TODAS? Pense um pouco.
Em Mateus 6.33 Jesus ensina que devemos buscar em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Note que Deus não está assinando um cheque em branco aqui. Se analisarmos o contexto desta passagem, Jesus vem discursando sobre não ser como os gentios, cuja vida está centrada nas inquietações cotidianas, ou seja, ganhar dinheiro para suprir suas necessidades. Ah, é imprescindível, também, que gozemos de boa saúde para poder trabalhar e viver bem... Não se preocupe! Deus sabe. Ou cremos que Ele é onisciente ou não.
Conforme vimos, quando alguém em nosso meio padece de alguma doença física, levantamos clamores a todo pulmão, mas quando algum irmão passa por alguma “crise espiritual” damos pouca ou nenhuma importância... Devemos, sim, estar muito mais atentos a estas coisas, sem nos preocupar com aquelas!
Mas o que tem acontecido em nosso meio hoje em dia, que nos leva a preocuparmos tanto com as coisas deste mundo (entenda, as coisas que dizem respeito à nossa existência na terra)?
Em outro lugar Jesus alerta: Neste mundo passareis por aflições... Com aflições devemos subentender doenças, acidentes, desemprego, e diversas outras situações que denominamos de “mal”. Nós, seres humanos, gostamos de ter controle sobre todas as situações de nossa vida e acabamos “utilizando” Deus para que, através de nossas orações, Ele possa cuidar destas aflições – que são as áreas que não temos controle. Quando o mal subitamente acontece em nossas vidas imediatamente começamos a racionalizar para encontrar um culpado. Ora, quem pode ser senão o diabo, o inimigo de nossas almas? Então, travamos uma luta em oração, uma verdadeira batalha épica espiritual, para que Deus mande as hostes celestiais combaterem contra as malignas, e aguardamos “ansiosamente” o grande vencedor desta guerra: se Deus, meu conforto e bem estar estarão garantidos; mas se o diabo ganhar...
Será que é assim que acontece? Parece ser este o pensamento vigente para alguns cristãos, mas não estou bem certo que esta seja a realidade no mundo espiritual.
Primeiramente, não se trata de encontrarmos um “culpado” por tudo aquilo que acontece com a gente, e que chamamos de mal. Há sim, fatores que fogem ao nosso controle e que podem ser usados por Deus para o nosso aperfeiçoamento. A isto a Bíblia chama de provação. Além disso, Deus pode utilizar circunstancias naturais (doenças, acidentes) ou até mesmo um “mensageiro de Satanás” para provar ou depurar a nossa fé (Tiago 1.2-4). Assim aconteceu com Jó, assim aconteceu com Paulo. Ambos passaram por provações, oraram e Deus ouviu suas orações; mas os resultados foram bem diferentes: para Jó, depois de ensiná-lo tudo o quanto queria, Deus restituiu-lhe em dobro os seus bens. Mas para Paulo, após este ter insistido em oração (note que o apóstolo pediu três vezes) a resposta final foi: "A minha graça te basta!"
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