Por Alex Chediak
A faculdade representa um campo minado
de tentação para o estudante cristão. É, frequentemente, a primeira vez
que um jovem criado num lar piedoso está sob a influência direta e
contínua tanto de professores com pautas seculares quanto de colegas com
ambições imorais. Influências de caráter profano podem ser facilmente
percebidas, mesmo em muitos colégios cristãos, onde a liberdade que a
mamãe e o papai dão resulta em algumas experiências com o pecado, talvez
manifestando seu estado de não convertido.
Mas a faculdade também representa uma
incrível oportunidade para um crescimento espiritual e intelectual sem
igual. Como pode um cristão prosperar na faculdade, em vez de flertar
com o pecado ou rejeitar sua fé?
1. Primeiro, por não negociar a moral cristã (Ef 5:3-11):
Amizades com alunos não-cristãos ou
marginalmente cristãos precisam excluir a prática de atividades que
claramente desagradam a Deus ou contaminam sua consciência.
2. Em segundo lugar, por amar a Deus com sua mente:
Procurando ser o melhor aluno que você
pode ser, conforme a proporção do dom que te foi confiado, cultivando
frutuosamente seus talentos dados por Deus nas habilidades que preparam
você para a vocação com a qual você vai servir o Senhor depois de se
formar. Nesse meio tempo, ser um estudante é uma vocação, e o trabalho
de um aluno é intrinsecamente bom e um dom de Deus. Aplique-se nesta
época de preparação.
3. Em terceiro lugar, buscando crescer em santidade:
Buscando crescer em santidade dentro de
uma comunidade que te desafia a vigorosamente matar o pecado (Rm
6:12-14;. Hb 12:1-2), repudiar a infantilidade, e “esperar grandes
coisas de Deus e tentar grandes coisas para Deus”(William Carey). Em
suma, a faculdade deve ser uma rampa de lançamento para tudo o que
acompanha a idade adulta de um cristão responsável.
Cristãos nas universidades seculares às
vezes questionam a respeito de qual a extensão do que eles podem
aprender de professores não-cristãos. Desejando não se conformar ao
padrão deste mundo (Rm 12:2a), eles podem minimizar o valor dos
acadêmicos, dando maior prioridade a relacionamentos cristãos e
organizações de comunhão existentes no campus. Mas se Daniel e José são
alguma indicação, é possível (e recomendável) se sobressair até mesmo em
ambientes hostis (Dn 1:20; Gn 39:2). Porque a graça comum de Deus é
distribuída a todos, professores não-cristãos têm uma riqueza de
experiência em suas respectivas disciplinas. Preste atenção às suas
aulas e assiduamente conclua suas tarefas. Aprenda com eles, mesmo
enquanto você examina suas bases filosóficas. Na verdade, na medida em
que você se destaca nas aulas deles, você vai ganhar não só o respeito
deles, mas o respeito dos outros em seu campo de estudo.
Como um calouro de faculdade, eu tive
aula de filosofia com um ateu. Depois de ficar com nota oito em meu
primeiro exame, eu fui conversar com o professor. Eu lhe perguntei como
eu poderia fazer melhor. Ele me ensinou a sintetizar perspectivas
filosóficas e a expressar uma opinião oposta antes de oferecer uma
refutação, de forma sucinta e imparcial. Seu conselho me fez um melhor
pensador, debatedor e escritor até este dia.
Colegas não-cristãos também te permitem a
oportunidade de praticar a tolerância cristã verdadeira. A tolerância
sentimental dos nossos dias sugere que a harmonia relacional exige que a
verdade seja relativa: “o que é verdade para mim não precisa ser
verdade para você – só assim podemos nos dar bem”. Mas a tolerância
bíblica envolve tratar os outros com caridade e respeito, mesmo quando
acreditamos que eles estão errados. A verdade permanece objetiva,
absoluta, e externa a nós. Nós podemos compartilhar as refeições,
praticar esportes e estudar com os não-cristãos, honrando-os e sendo
abençoados pela imago Dei neles, enquanto (conforme a
oportunidade permitir) vigorosamente refutamos crenças não-cristãs (do
materialismo à espiritualidade amorfa) e agradavelmente apresentamos
argumentos para a fé cristã.
A competição acadêmica da faculdade
coloca em exposição a parábola dos talentos (Mt 25:14-30), que pode ser
uma fonte de ansiedade indevida para muitos. Alguns aparentemente têm
cinco talentos, outros têm dois, outros têm um. Joe só tira dez em
cálculo e física, fazendo pouco esforço, enquanto Jason se esforça ao
máximo para conseguir nove. Injusto? Não, pois ninguém tem nada que não
tenha recebido (1Co 4:7), e todos os talentos que recebemos são para
serem proveitosamente cultivados para o serviço de Deus e do próximo.
Além disso, os nossos diferentes níveis de dons nos ajudam a discernir
nossa vocação. Ir mal em engenharia pode ser o meio usado por Deus para
levá-lo a uma carreira frutífera em contabilidade e negócios.
Trabalhamos coram Deo, não para o homem (Cl 3:23; 1Co 10:31),
então estamos livres para nos regozijarmos que Deus dá dons aos outros
de maneiras diferentes e, por vezes, maiores do que Ele nos deu. Amar é
parar de olhar para cima com inveja ou olhar para baixo orgulhosamente.
Além disso, aprender com os melhores alunos e ajudar os que têm mais
dificuldades é tanto uma maneira de honrá-los quanto um meio de melhorar
a sua própria competência.
4. Por fim, lute arduamente para obter uma visão piedosa de recreação:
Alguma recreação é essencial. Mas, para
evitar seu abuso, ela deve ser intencional, limitada, e restauradora. A
atitude que levamos para uma recreação deve ser a gratidão de alguém
que depende de Deus – um reconhecimento de que podemos descansar de
nosso trabalho, porque somente Deus é infinito (Sl 121:4-8). Em repouso
nós humildemente abraçamos a nossa finitude. Mas, igualmente importante:
o significado que damos ao lazer deve incluir a gratidão pela dádiva de
Deus do trabalho – até mesmo o trabalho preparatório da faculdade.
Amigo, que sua experiência de faculdade possa realmente lançá-lo em uma idade adulta completamente cercada e dominada por Deus.
Fonte: Ligonier Ministries
Tradução: Arielle Pedrosa
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