Por Reinaldo Bui
Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os doze o interrogaram a respeito das parábolas. Não entendeis esta parábola e como compreendereis todas as parábolas? (Leia Marcos 4.10-13)
Lembre-se que antes de começar a parábola do semeador, Jesus estava diante de uma multidão e precisou entrar num barco para falar a seus ouvintes. Mais tarde, ao terminar seu doutrinamento, Ele ficou só com seus discípulos, que o interrogaram a respeito das parábolas (detalhe revelado no evangelho de Marcos, verso 10 do capítulo 4). Foi então que Jesus os questionou:
Não entendeis esta parábola e como compreendereis todas as parábolas? (Marcos 4.13)
E, neste contexto, Ele revelou o motivo de falar em parábolas:
Por isso, lhes falo por parábolas; porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem. De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.
Ao citar Isaías, automaticamente seus discípulos se lembrariam que houve uma época em que o coração do povo estava tão endurecido que Deus deu àquele profeta a missão nada animadora de pregar, pregar, pregar, pregar... e não ver resultado algum. O próprio Senhor endureceria de vez o solo daquelas almas para que elas não se convertessem! Ai! é a exclamação que mais se repete nesta passagem (Isaías 5 e 6). Você acha que isso ainda acontece hoje em dia? Certamente que sim. Ao mesmo tempo, no entanto, Jesus também aliviou o coração de seus discípulos:
Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido. Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque vêem; e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram (Mateus 13.11,16,17).
Em meio a isto tudo, Jesus solta outro enigma (Mt 13.12):
Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
O que ele quis dizer com isto? Em primeiro lugar, lembre-se que o teor, o cerne, o significado de todas estas parábolas é a mensagem do evangelho. Além disso, note que dentro deste contexto Jesus exorta repetidamente: Ouça! Preste atenção! Atendei ao que ouvis! Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! Felizes os que ouvem!... O que isto lhe sugere?
Agora, imagine que um amigo seu está desempregado e, para suprir suas necessidades, você se compromete a entregar-lhe uma cesta básica mensalmente. Alguns meses depois, você constata que seu amigo não está fazendo um bom uso deste alimento, antes o ignora, desperdiça e estraga. O que você faz? Continua a doação ou procura alguém que realmente necessite e faça bom uso dela? É disto que Jesus está falando. À medida que abrimos o nosso coração, recebemos e utilizamos bem estas sementes que são a sua Palavra, Deus terá o prazer em nos revelar cada vez mais os mistérios do seu reino – que, na sequência, é comparado a várias situações, e não coisas. Para concluir, Jesus finalmente pergunta:
Entendestes todas estas coisas? Responderam-lhe: Sim! Então, lhes disse: Por isso, todo escriba versado no reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas.
Medite...
Você tem aberto seu coração diariamente para a Palavra? Tem um coração disposto a ouvir? O que você tem feito com o já que tem recebido, com o que Deus lhe tem revelado? O que você tem guardado em seu depósito?
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