terça-feira, outubro 15, 2013

Conflito entre as duas leis

Por Reinaldo Bui


Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. (Leia Romanos 7:14-23)

Quando o pecado entrou no mundo o homem literalmente passou a conhecer o bem e o mal. Isto significa que o pecado transforma as coisas boas que Deus fez em coisas mortais. Você pode pensar em qualquer área da nossa existência: descanso, dinheiro, sexo, autoridade, ira, comida, língua, olhos, caridade, criatividade, ciência, etc. Todos nós, sem exceção, temos este potencial para arruinar o que Deus criou com tanto amor. Potencial para arruinar a natureza (nosso consumismo está deteriorando o planeta), potencial para arruinar a vida do próximo (quando nos recusamos a acolher, compartilhar e amar como Cristo fez), potencial para arruinar relacionamentos (quando amar a si mesmo cada vez mais), potencial para arruinar nossa própria vida (seguindo os impulsos do seu coração), e por aí vamos...

Paulo era igualzinho a nós, só que ele reconhecia sua natureza carnal (Romanos 7.18-21): 

Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.

Este trecho não é uma permissão ou uma desculpa para pecar, como quem diz: “Não fui eu... foi o pecado!” Aqui Paulo mostra que esta é a experiência de quem tenta levar a vida pelo esforço próprio: só derrotas! Pior ainda é ver o que acontece (agora dentro da igreja) quando se tenta levar uma vida assim: máscaras e hipocrisia!

Muitas vezes queremos vender a imagem de que somos espirituais, que estamos vivendo bem com Deus, mas sabemos muito bem dos nossos pecados escondidos! Pode ser na intenção daquilo que falamos, olhamos, ou o que maquinamos na mente. Não se iluda: Deus conhece cada recôndito do nosso ser, sem exceção! Temos muitas máscaras na igreja, porque há muitos crentes vivendo apenas de aparências, tentando demonstrar espiritualidade através do cumprimento da lei. Jamais conseguirão, e mesmo assim insistem impor suas regrinhas àqueles a quem estão discipulando. Com isto, conseguirão apenas duas coisas: maldição e fracasso! Então Paulo registra o grito de derrota do legalista: 

Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? (v. 24)

Havia na Roma antiga uma punição bastante cruel para alguns assassinatos. O culpado deveria permanecer com o cadáver amarrado nas suas costas. Talvez o apóstolo Paulo esteja usando desta metáfora para se referir à nossa natureza morta, que precisamos carregar ainda nesta vida. Mas logo em seguida, ele brada o grito de vitória: 

Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário