Por Reinaldo Bui
Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado. (Romanos 7.8)
Imagine que eu enchesse a cozinha de casa com todos os tipos de doces, bolos, biscoitos, sorvetes e te desse a liberdade para comer o que quisesse e à vontade (sem medo de engordar, isso é só um exercício de imaginação). Você poderia comer de tudo... menos aquela trufa que está em cima do armário. Adivinha em qual doce você não pararia de pensar, e mais desejaria querer comer? Ou imagine que eu te levasse à minha biblioteca particular e dissesse: pode ler qualquer livro ou revista... menos aquele livrinho azul sobre a minha mesa. Ativaria sua curiosidade ou não?
Foi assim com o primeiro casal no Éden, e é assim com a gente hoje. Esta é a natureza humana e este é o efeito da lei no homem: A lei não nos ajuda e nem tem poder para nos controlar. Pelo contrário, ela desperta o pecado, inflama nossos desejos e acaba levando para a morte. Isto pode levar alguns a questionar se o problema, então, não está na lei. Note que em Romanos 7.7, Paulo se antecipa nesta dúvida:
Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás.
De modo nenhum, ele responde. A lei é santa, perfeita, boa, pura (Salmos 19.7), é extremamente valiosa, nos mostra o caráter de Deus, ...mas mostra também a nossa natureza.
Alguns de nós lembramos o que acontecia quando um exame de DNA (para comprovar paternidade) era aberto no programa do Ratinho. A pancadaria comia solta. Mas por quê? Será que o problema está no exame? Não, pois ele é 99,99% confiável. O problema está na natureza humana. A lei é como aquele exame: apenas mostra o nosso pecado. A cura nós encontramos em Jesus, apenas pela fé: seja para salvação, seja para santificação.
A lei também deve funcionar como um espelho para nós, onde nos enxergamos. Um espelho para nossa alma, que diz exatamente quem nós somos. Algumas pessoas se olham no espelho e realmente pensam que são bonitas. Algumas de fato são (segundo um padrão de estética humano e tirano). Mas a verdade é que somos hoje não mais a imagem e semelhança de Deus, mas sim a imagem e semelhança do homem caído. A verdade é que estamos todos num processo de envelhecimento irreversível e irremediável, caminhando para a morte. Ao olhar para a lei, deveríamos não nos enxergar puros, lindos e perfeitos; mas corrompidos e condenados, a caminho da morte. A lei não salva, nos condena. Mas...
... o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado (Romanos 8.3)
Portanto, ao invés de impor a lei, devemos ajudar com amor. Esta é a contraproposta de Jesus: o amor. Quando se impõe a lei, ativa-se a tentação. A propósito, qual seria a solução para todos aqueles conflitos que exames de DNA disparavam no programa do Ratinho? Resposta: o Amor – que cobre multidão de pecados (1Pe 4.8).
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