Igreja Batista Cidade Universitária
Nesta mensagem, vamos considerar uma prioridade de Jesus, que pode ser estabelecida como tal pelo fato de que o Senhor a repete reiteradas vezes dentro do mesmo texto. O contexto é o seguinte. O Senhor Jesus já vinha fazendo alguns milagres. Numa determinada situação, Ele expulsa um demônio. A liderança judaica poderia olhar para aquilo e facilmente reconhecer esses fatos como evidência de ação divina, do poder de Deus. Entretanto, preferem, de forma dolosa e mal intencionada, insinuar que, quando Jesus expulsou demônios, Ele o fez pelo poder de Satanás.
Nesse contexto, o Senhor começa a contar algumas parábolas à multidão que está à sua volta. Ele está quase inacessível aos seus familiares, e a sua mãe e os irmãos vêm até Ele. Eles não conseguem chegar até Jesus, então mandam um recado: “Fala para Ele que sua mãe e seus irmãos estão aqui”. O texto não revela exatamente qual era a intenção deles. Porém, se considerarmos um texto paralelo, em João 7.5, é possível que principalmente seus irmãos estivessem imbuídos da idéia de que Ele tinha perdido o rumo e que Ele não era quem dizia ser. Então o Senhor Jesus faz o seguinte comentário, conforme Mc 3.34: Então olhou para os que estavam assentados ao seu redor e disse: “Aqui estão a minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Ou seja, Ele não foi tão receptivo à abordagem de seus familiares. Na verdade, Sua resposta sugere que houvesse, por parte dos familiares, uma atitude de rejeição ou de condenação a Jesus pelo que Ele estava fazendo.
Na sequência, em Marcos 4, vamos encontrar o Senhor Jesus usando quatro vezes uma mesma expressão, uma mesma exortação. Em Mc 4.3,9, Ele diz: 3 Ouçam! O semeador saiu a semear. [...] 9 A seguir Jesus acrescentou: “Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!” No versículo 23, Ele diz novamente: “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça!” E, no versículo 24, Ele continua: Considerem atentamente o que vocês estão ouvindo...
Poderíamos passar batido por esse texto, sem dar grande atenção ao que vemos aqui. No entanto, eu quero destacar algumas coisas. A primeira delas é que essa expressão, “Ouçam!”, era uma expressão que, para um judeu, despertava a atenção imediatamente. O principal texto dentro do judaísmo é Deuteronômio 6.4, que diz: “Ouça, o Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Ele começa dizendo “Ouça!”. Eles sabiam, então, que quando se dizia “ouça”, se tratava de alguma coisa que merecia ser considerada com cuidado. Agora, pense no seguinte: durante todo o ensino de Jesus, Ele usou sete vezes a expressão “ouça”. Essas sete vezes em que Ele disse “ouça” estão localizadas em três eventos diferentes, sendo que quatro delas estão nesse evento que vamos estudar agora. Duas estão num outro evento e uma delas está sozinha num terceiro evento, mas que tem a ver com esse texto que vamos estudar.
Você se lembra das vezes que falou para o seu filho ou sua filha, ou que você ouviu de seu pai ou de sua mãe: “Preste atenção, ouça!” Provavelmente, você dizia: “Já sei, mãe! Já sei, pai!” Agora, pense bem: quando Deus chega para você e diz: “Preste atenção no que Eu estou lhe dizendo!”, isso se reveste de uma prioridade absoluta. Quando eu olho para o conteúdo da mensagem que vem a seguir, eu não consigo tomar consciência do que o Senhor diz sem ser visitado por um profundo temor. Quando terminar de ler esta mensagem, você vai perceber que Deus falou sobre o que iria acontecer (ou já está acontecendo) com a sua vida espiritual. Eu entendo que, quando Jesus chama a nossa atenção, usando por quatro vezes a exortação “Ouça!”, Ele está dizendo: “Estou lhe apresentando a principal coluna que sustenta o modo como vou me relacionar com você.”
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