Por Reinaldo Bui
Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos. Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó (Mateus 21.42-44).
O Novo testamento inicia com Deus fora do Templo, local de sua habitação na antiga aliança. Lucas relata que naquele tempo (na ocasião do nascimento de Jesus) eram sumos sacerdotes Anás e Caifás. Isto já indica uma irregularidade, pois como o próprio título recomenda, sumo sacerdote indica uma unidade e não uma dupla. A politicagem religiosa havia se instituído de forma dominante e autoritária em Israel. Com isto, Deus levara o seu sumo sacerdote para o deserto: João Batista. Pense bem. Ele vinha de uma linhagem de sacerdotes (Zacarias, seu pai, e Isabel, sua mãe, eram descendentes de Arão). Tinha uma alimentação diferenciada bem como se vestia de forma também diferenciada, como era próprio do sumo sacerdote. Além disso, João era a voz do que clamava no deserto. Quem estava clamando no deserto era Deus e não João Batista. Este era o porta voz de Deus, função que cabe a um sumo sacerdote. Daí, concluímos que, pelo fato de os líderes religiosos terem transformado a Casa de Deus em um covil de ladrões, o Senhor se mudara para o deserto, levando consigo seu porta voz, juntamente com todos os excluídos da religião farisaica.
O papel de João Batista foi anunciar a vinda daquele cuja sandália ele não era digno de desatar, daquele que vinha para limpar seu eirado, purificar com seu fogo, batizar com seu Espírito. Este é aquele que não exclui a cana quebrada e nem o pavio que fumega. Este é Jesus de Nazaré, o Filho do Deus altíssimo.
O Messias de Israel trouxe salvação para todos aqueles que desejassem, para aqueles que não tinham mais esperança, pois eram profundamente atormentados com o fardo condenatório que os mestres da Lei impunham sobre seus ombros. Jesus veio quebrar a velha e rígida interpretação maléfica das Escrituras para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. Jesus quebrou todos os paradigmas impostos pela velha religião e com isto comprou briga com os donos deste sistema. Este fato é notório quando lemos em Mateus (vs. 45-46):
Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas parábolas, entenderam que era a respeito deles que Jesus falava; e, conquanto buscassem prendê-lo, temeram as multidões, porque estas o consideravam como profeta.
Jesus estava citando Isaías 61, confirmando a profecia que Ele viria para evangelizar (trazer boas notícias) a todos os necessitados. Ele é o Profeta prometido no Antigo Testamento. Sua Palavra cura, restaura e salva, mas também traz a condenação a todos aqueles que não creem, opondo-se a Deus. Jesus é a Pedra, a Rocha de salvação, a mesma Pedra que os construtores rejeitaram. Por causa da incredulidade gerada pela religiosidade dos judeus, o reino de Deus seria tirado do cuidado de suas mãos e entregue a um povo que lhe produziria os respectivos frutos.
Somos advertidos a não cairmos no mesmo erro dos fariseus (cuidado com o fermento...). Infelizmente, vemos que o Novo Testamento termina relatando Jesus fora da Igreja, local de sua habitação nesta Nova Aliança. Por isso, em Apocalipse 3.20 Jesus diz à sua amada (e não a incrédulos):
Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.
Medite...
O que temos feito (como Igreja) que tem deixado Deus tão desgostoso? Qual seria o fermento dos fariseus em nossa vida? Será que Sua Igreja tem mergulhado em intenso ativismo e hipocrisia que tem deixado de cumprir o papel a nós designado?
Nenhum comentário:
Postar um comentário