Por Reinaldo Bui
Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu (Leia Mateus 25.14-30).
Se entendermos os talentos como talentos de ouro, então os valores que o senhor confiou aos administradores são extremamente elevados, na ordem de milhões de reais. Porém, uma vez que o Senhor usa apenas o termo "talentos" não devemos fazer muitas suposições, talvez apenas a de que o dono dos talentos, o homem que viaja para um país distante, é um homem rico. Ele está confiando a sua riqueza a três homens que se tornam guardiões do seu dinheiro. Um recebe cinco talentos, outro recebe dois talentos e um terceiro mordomo recebe um talento apenas. A cada um é dado uma quantidade significativa de dinheiro, e o que é mais importante, segundo a sua própria capacidade. Supomos que estes mordomos, encarregados do cuidado do dinheiro, devem conhecer muito bem a personalidade e o caráter do seu Senhor. Este espera que seus empregados o conheçam bem o suficiente para se aplicarem diligentemente neste cuidado e seguindo claramente suas instruções. Os dois primeiros compreendem o espírito das instruções e do caráter do seu Senhor. Ambos usam os recursos para negociar e obtêm lucro. Cada um deles dobra o montante confiado em suas mãos. O terceiro deixou-se paralisar pelo medo e a desconfiança de seu Senhor (pelo menos foi esta a desculpa que ele usou). Ele enterra o dinheiro e retorna o valor original. Os dois primeiros são elogiados, e convidados a entrar na alegria do seu Senhor. O mordomo medroso é repreendido e punido.
A primeira vez que ouvi um estudo sobre esta parábola, o professor interpretou talentos como se fossem dons. Foi uma interpretação bastante literal, como se Deus desse cinco dons para uma pessoa, três para outra e um para mais outra. Disse, então, que deveríamos utilizar todos os nossos dons, (tanto quanto o recebemos) para devolvermos em dobro para Deus. Depois, estudando um pouco mais, pensei que estes talentos pudessem ser aplicados não somente aos dons, mas a qualquer outra coisa com que Deus nos agracia, como talentos artísticos e profissionais, inteligência, recursos materiais, etc.
Sem dúvida, creio que prestaremos conta de tudo o que fizermos com (como aplicamos) estes “talentos” confiados a nós individualmente. Podemos aplicá-los na expansão da obra de Deus ou, simplesmente, aplicarmos em nós mesmos, “enterrando-os” neste mundo. Creio que este princípio é válido!
Deus ainda confiou a nós uma porção da sua Palavra, segundo a capacidade de cada um. Para quê? Para passarmos adiante, espalharmos as sementes do Evangelho pelo mundo. Vejo neste termo “a cada um segundo a sua própria capacidade” a chave para interpretarmos esta parábola. Embora os homens façam uma pecaminosa distinção das pessoas que são mais ou menos capacitadas intelectualmente (também fazem com as mais bonitas, com as mais ricas, etc.), Deus não faz esta distinção. Seu julgamento não será na base de quem é mais ou menos capacitado, mesmo porque foi Ele quem nos fez assim, mas julgará segundo o aproveitamento daquilo que nos foi confiado, segundo a capacidade de cada um.
Independente de quanto Deus lhe abençoou e independente de quão capaz você é, se você utilizar seus “talentos” para aplicar apenas a este mundo (literalmente enterrar aqui) usando o argumento que “Deus colhe onde não semeou...”, saiba que esta desculpa não vai colar!
Medite...
Temos recebido inúmeros talentos das mãos de Deus. Uns menos e outros mais. A Palavra de Deus deve ser anunciada a toda criatura, sendo que é uma responsabilidade exclusivamente nossa. Então a pergunta é: o que temos feito com a porção que já nos foi confiada? Temos aplicado à nossa vida? Temos passado adiante aquilo que já aprendemos?
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