Por Joelson dos Santos
"Pela fé Moisés, logo ao nascer, foi escondido por seus pais durante três meses, porque viram que o menino era formoso; e não temeram o decreto do rei." Hb 11:23
Tenho uma atração especial quando o assunto é filhos. Não que eu seja um expert no assunto, muito longe disso, mas quando alguém fala ou prega sobre isto minha atenção é atraída facilmente. É muito fácil para mim reviver sentimentos, histórias e experiências à medida em que o assunto é tratado.
Um dos mais comentados exemplos de fé é justamente o de um pai, Abraão, que sendo obediente a ordem de Deus, foi sacrificar seu único filho Isaque "porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou." Hb 11:19.
Às vezes penso que nossa cultura está tão distante deste conceito de sacrifício que faz com que tenhamos dificuldade de compreender a profundidade e os diversos aspectos que envolveram este momento da vida de Abraão.
Entretanto, nossa cultura atual conhece muito bem o conceito de medo. Somos bombardeados diariamente com notícias e informações que alimentam, estimulam e induzem nosso medo. E quando se trata de filhos, parece que tudo isso se potencializa - os medos se somam e trazem angústia.
Me lembro claramente do dia em que minha filha, ainda pequena, chegou da escola com uma bela marca de mordida na bochecha. É difícil precisar quantos dias eu demorei para deixar de sentir aquele sentimento amargo com aquilo que havia acontecido. Mas as coisas que vemos hoje nas escolas vão além de "simples mordidas." Todos ouvimos, espantados, a notícia de que um rapaz foi assassinado em uma festa na UNICAMP. Hoje, o simples fato de seu filho não atender o celular já é suficiente para que a “luzinha do medo” comece a piscar.
Quando Moisés nasceu, existia um decreto de Faraó para que todos os meninos que nascessem do povo hebreu fossem mortos (jogados no rio - Êx 1:22). O texto de Hebreus 11:23 nos diz que, pela fé, seus pais Anrão e Joquebede (Êx 6:20) o esconderam por 3 meses. Mas o que mais me chama a atenção neste texto é: "e não temeram o decreto do rei". Como, assim, não tiveram medo do decreto? Como eles conseguiram não temer algo que decretava a morte de seu filho? Nota-se, neste momento, que meu nome não estaria na lista dos heróis da fé...
Fiquei vários dias pensando nesta frase "e não temeram o decreto do rei". Encontrei tantos "decretos" e “reis” que meu coração de pai teme: uma política de segurança pública falha e corrupta; exigências cada vez maiores para o ingresso no mercado de trabalho; a proibição do castigo físico em crianças que se tornarão adultos problemáticos com os quais meus filhos e netos terão que conviver, o “simples” assédio de pessoas do mundo com más intenções… E a lista parece não ter fim.
Hebreus 11 possui um trecho de 7 versículos para falar sobre as grandes maravilhas que Moisés realizou por meio da fé. Mas o primeiro versículo deste trecho, justamente o texto base desta reflexão, trata do início de tudo: a fé de seus pais. Através dela sua vida foi salva e ele pôde ser usado grandemente nas mãos de Deus. Seus pais não temeram nenhuma outra coisa, a não ser o SENHOR.
Provérbios 14:26 nos diz que "No temor do SENHOR, tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para os seus filhos."
Minha oração é que nosso coração não tema outra coisa senão o SENHOR. Seja como pai, seja como mãe, seja como filho ou filha, marido ou esposa, ou qualquer outro papel que venhamos a ter. Que Deus nos abençoe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário