quinta-feira, outubro 14, 2010

Ofício do Profeta no Antigo Testamento

Os profetas do Antigo Testamento desempenhavam algumas funções básicas:
  • Servir de intercessor entre Deus e a humanidade: Ele é profeta, e orará em seu favor, para que você não morra. Mas se não a devolver, esteja certo de que você e todos os seus morrerão (Gn 20.7);
  • Servir de porta-voz do Senhor: Ouçam as minhas palavras: Quando entre vocês há um profeta do SENHOR, a ele me revelo em visões, em sonhos falo com ele. Não é assim, porém, com meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Com ele falo face a face, claramente, e não por enigmas; e ele vê a forma do SENHOR. Por que não temeram criticar meu servo Moisés? (Nm 12.6-8);
  • Aconselhar ou direcionar: Nesta cidade mora um homem de Deus que é muito respeitado. Tudo o que ele diz acontece. Vamos falar com ele. Talvez ele nos aponte o caminho a seguir. Saul disse a seu servo: Se formos, o que lhe poderemos dar? A comida de nossos sacos de viagem acabou. Não temos nenhum presente para levar ao homem de Deus. O que temos para oferecer? O servo lhe respondeu: Tenho três gramas de prata. Darei isto ao homem de Deus para que ele nos aponte o caminho a seguir. (Antigamente em Israel, quando alguém ia consultar a Deus, dizia: "Vamos ao vidente, pois o profeta de hoje era chamado vidente.) (1Sm 9.6-9);
  • Falar de coisas futuras: Mas talvez vocês perguntem a si mesmos: Como saberemos se uma mensagem não vem do SENHOR? Se o que o profeta proclamar em nome do SENHOR não acontecer nem se cumprir, essa mensagem não vem do SENHOR. Aquele profeta falou com presunção. Não tenham medo dele. (Dt 18.21,22; Veja também 2Sm 7.4-16).

Na época do surgimento profético canônico, o ministério profético passou a ser associado a dois propósitos:
  • Profecia: fala do ministério e da mensagem dirigidas basicamente à audiência contemporânea do profeta;
  • Previsão: sem negligenciar o presente, anseia pelo desenrolar dos eventos futuros, independentes de quais sejam eles, quer ameaças de julgamento quer promessas de salvação e bênçãos.
De qualquer modo, o verdadeiro profeta de Deus era reconhecido como tal porque tinha uma posição independente, sem qualquer ligação com os poderes político e religioso – na verdade, em oposição a esses poderes políticos, se isso fosse necessário – e ele proclamava a palavra do Senhor com autoridade, convicção e precisão em sua previsão.

As mensagens os profetas canônicos estavam invariavelmente alinhadas com a Torá. E este era o fundamento da autoridade deles e fonte de reflexão teológica deles. Os temas de seus escritos, portanto, são temas da Torá; e, na realidade, embora os profetas tenham isso além da essência da revelação mosaica, eles jamais a contradisseram. Ao contrário, eles estruturaram sobre ela, desenvolvendo as ideias teológicas com maturidade crescente e percepções elaboradas, conforme o Espírito as direcionava.

Fonte: MERRILL, Eugene H. Teologia do Antigo Testamento. Shedd Publicações, pp.473-474

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