Por Russell Shedd
Adorar e cultuar, juntamente com palavras como fé e amor, pertencentes aos mais profundos níveis da verdade cristã, não se enquadram facilmente dentro de definições nítidas. Mais susceptível à descrição e experiência do que às limitações de uma definição verbal, qualquer tentativa de definir adoração será falha. Assim fala um sábio desejoso de expressar com palavras o que seria realmente a adoração: “O transbordar de um coração grato, impulsionado pelo sentimento do favor divino”.
No contexto em que Jesus instrui a mulher de Samaria, acerca da verdadeira adoração, Ele declara que a água que Ele daria ao sedento, “seria nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.14). A fonte se abre no novo nascimento (Jo 3.5), jorra em adoração (4.14) e flui em rios de água viva em serviço obediente (7.37,39).
O salmista aproximou-se do cerne da adoração genuína quando disse: “Tu és o meu Senhor, outro bem não possuo, senão a ti somente” (16.2). Adoração, tal como a palavra inglesa, “worship” (worthship, “valor reconhecido”) exprime a riqueza que Deus representa para o adorador.
Quem se assenta num banco da igreja aparenta ser adorador, mas, muitas vezes não o é. Quantas refeições suculentas têm sido planejadas na hora solene do culto, ao contrário do que ocorreu com Maria, sentada “aos pés de Cristo” (Lc 10.39). Quantos negócios têm sido planejados, rascunhados e contratos fechados nas mentes daqueles que lotam os bancos da casa de Deus! Contudo, um ato de adoração reconhece a preciosidade de um encontro vital com Deus e tem para quem busca ao Senhor a vantagem incomparável de conquistar a pérola de grande valor (Mt 13.45). Fundamentalmente, adoração pode ser definida como “a resposta de celebração a tudo que Deus tem feito, está fazendo e promete fazer”.
Para o verdadeiro adorador, a pessoa de Deus é tão preciosa quanto um copo de água fresca, puríssima, num dia de calor. “O Senhor é a porção da minha herança e do meu cálice” (Sl. 16.5). Adorar implica em peneirar nossos valores. Comunhão com Deus é ou não nosso alvo? Ele, ou nossos interesses, oferecem a maior atração? Cultuar, portanto, é pôr em ordem bíblica as nossas prioridades. Procuramos conhecer a Deus, e vamos conhecendo-O cada vez melhor, de modo a exalta-lO: “ Louvarei ao Senhor em todo tempo; o seu louvor estará sempre nos meus lábios. Gloriar-se-á no Senhor a minha alma. Engrandecei ao Senhor comigo e todos à uma lhe exaltemos o nome” (Sl 34. 1–3).
Fonte: Igreja Batista Metropolitana
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