quinta-feira, agosto 29, 2013

Um casamento que glorifica a Deus

Por Ivis Fernandes

Existem certas coisas neste mundo que não podem ser vistas, mas que podem ser ilustradas ou demonstradas de alguma forma:
  • Eletricidade : você não pode vê-la, mas experimente colocar o dedo na tomada e perceberá que ela realmente existe;
  • Oxigênio : tente prender a respiração por apenas cinco minutos e verá não só que o oxigênio existe, mas que você precisa dele para viver;
  • Gravidade : jogue uma agulha de cima de um prédio e ela cairá (não tente pular do prédio, pois as consequências podem ser ruins).
 A Palavra de Deus nos mostra que existem certos aspectos da vida cristã que também não podem ser vistos, mas que podem ser demonstrados. E a relação entre Cristo e a Igreja é uma delas!

Efésios 5.22-33:
22 - Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor, 23-pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. 24-Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos. 25-Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela 26-para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, 27-e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. 28-Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. 29-Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja, 30-pois somos membros do seu corpo. 31-"Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne." 32-"Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja." 33-Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.

Deus deseja ilustrar no casamento uma relação única que existe entre Cristo e a Igreja. Nenhum outro tipo de relacionamento representa tão intimamente esta união. Nem mesmo o amor entre mãe e filho é tão íntimo quanto o casamento, pois apenas marido e mulher formam “uma só carne”. Portanto, se os casados querem cumprir seu propósito neste mundo de glorificar a Deus com suas vidas, precisam ter um casamento que reflita a união entre Cristo e a Igreja. Tanto o marido como a esposa têm a sua participação nisso, embora de formas diferentes.

1. As esposas glorificam a Deus refletindo a submissão da Igreja à Cristo (vv. 22-24).

22- Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor,

Quando o texto bíblico acrescenta a expressão “como ao Senhor”, está colocando um padrão altíssimo para a mulher. Ela deve ser submissa ao marido da mesma forma em que deve estar debaixo da autoridade do próprio Cristo.

Este tipo de submissão não é devida apenas ao marido. Todas as pessoas devem ser submissas a todas as autoridades, pois a Bíblia afirma que toda autoridade procede de Deus. É Ele quem concede autoridade ao presidente, aos governadores, aos juízes, ao seu patrão, etc. Por isso, aqueles que têm problemas em se submeter a elas, demonstram ter problemas em se submeter à autoridade do próprio Deus.

Por outro lado, a mulher que se submete ao marido demonstra ter um coração submisso ao próprio Cristo, e, neste sentido, sua vida manifesta o tipo de submissão que a Igreja deve ao Senhor. Deus é glorificado por isso, pois Sua autoridade é exaltada por mulheres que voluntariamente se sujeitam ao marido por reconhecerem, por detrás dele, a autoridade que vem do próprio Deus.

Em seguida, Paulo mostra porque a submissão da mulher ao marido é algo tão importante: porque representa a submissão que a própria Igreja deve a Cristo.

23-pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. 24-Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos.

Ser submissa não significa ser inferior ao homem, ou que a mulher tem menos valor dentro da família, mas sim que, dentro do lar, o marido foi colocado por Deus como sendo a autoridade final. E podemos perceber que submissão não é sinônimo de ser inferior dentro da Trindade. Temos três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Os três são igualmente Deus, mas, no entanto, existe uma hierarquia de autoridade entre Eles, na qual o Pai está acima. O fato de Jesus estar abaixo nesta hierarquia não significa que Ele é menos Deus, ou menos importante.

Todos os seres humanos são iguais perante a lei. Não existe alguém que tenha mais valor do que outro. No entanto, existe diferença de autoridade entre as pessoas. Um juiz, como pessoa, possui o mesmo valor do que eu, mas por causa de sua função, ele tem autoridade sobre mim, e eu devo me submeter a ele.

Diante disso, podemos chegar às seguintes conclusões práticas:
  1. Depois que o marido tomar uma decisão final (após uma conversa com a esposa), a esposa deve acatar a decisão sem crítica negativa ou rebeldia.
  2. A mulher não deve tentar mandar no marido de forma indireta, através de chantagem emocional (lágrimas) e usando o sexo como arma.
  3. É sábio que o marido tome as decisões junto com a esposa. Porém, em caso de divergência, a decisão final é do marido;
  4. Mulheres, consultem seus maridos antes de tomar uma decisão;
  5. Evite criticar de maneira errada as decisões do marido;
  6. Fale para seu marido aquilo que você espera dele como líder, não espere que ele adivinhe sua vontade;
  7. Não se rebele diante das decisões de seu marido, a menos que tenha um motivo bíblico, que vai contra o caráter de Deus.

2. Os maridos glorificam a Deus refletindo o amor de Cristo pela Igreja (vv. 25-33).

25-Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela.

O texto bíblico nos mostra que o padrão de Deus para os maridos também é altíssimo. Eles devem amar suas esposas da mesma forma que Jesus amou a Igreja. E o amor de Cristo se manifestou por nós especialmente através de Seu sacrifício na cruz em nosso favor.

A Bíblia nos mostra que o sacrifício de Jesus pela igreja teve um objetivo. Ele foi feito com o propósito de santificá-la, para aperfeiçoá-la.

26-para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, 27-e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. No verso 28, Paulo diz: Assim também os maridos devem amar a sua mulher. Isso significa que, de certa forma, Deus espera que o amor dos maridos se manifeste em sacrifício que produza crescimento e santificação na vida das esposas. Os maridos são, portanto, como pastores de suas esposas.

O sacrifício que Deus espera dos maridos em relação às suas esposas não é de qualquer natureza. Existem maridos que se sacrificam no trabalho para dar boas condições financeiras para a esposa. Existem aqueles que se empenham em satisfazer a esposa emocionalmente, socialmente ou sexualmente. Porém, a Bíblia ordena que os maridos cuidem de suas esposas espiritualmente. O sacrifício, de acordo com o texto, é para produzir santificação.

Maridos, não vale a pena conquistar o mundo (negócios) e perder a sua esposa e família. Dedique tempo à sua esposa. Não precisa ser horas do seu dia, mas planeje-se para sempre ter tempo para ela.

  • Proporcione tempo para que sua esposa busque a Deus;
  • Lidere espiritualmente o seu lar (orações, conversas, culto doméstico, etc);
Veja algumas sugestões práticas:
  1. Tempo de sofá: Pode ser apenas quinze a vinte minutos do seu dia para se sentar com sua esposa e perguntar como foi o dia dela e ouvi-la.
  2. Tempo devocional: o marido também é o líder espiritual da família. Separe um tempo para orar e ler a Bíblia com sua esposa para que vocês possam crescer juntos.
Assim como Cristo ama a Igreja, que é o Seu corpo, nós devemos amar nossa esposa, pois ela é o nosso corpo. A Bíblia diz que quando nos casamos ocorre a união mais profunda entre dois seres humanos: os dois se tornam uma só carne. Também ensina que já não temos mais poder sobre o nosso corpo, pois ele pertence ao nosso cônjuge (1 Coríntios 7.4). Por isso, ao amar sua esposa, na verdade, estará amando a si mesmo:

Ef 5.28-32: Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja, pois somos membros do seu corpo. "Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne." "Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja."

Ao fazer isso, estamos manifestando o amor que Cristo tem pela Igreja. A relação entre as duas coisas é tão íntima que Paulo começa o verso 31 falando do casamento e no 32 afirma estar se referindo, na verdade, a Cristo e à igreja. E a conclusão, em seguida é:

33-Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.

O seu casamento está sendo uma ilustração fiel do relacionamento entre Cristo e a igreja? Para que seja assim, é preciso investir no relacionamento. É preciso conversar, buscar a Deus (separados e juntos), orar, e praticar os princípios bíblicos. 

Que a glória do Deus invisível se torne visível às pessoas por meio do seu casamento!

segunda-feira, agosto 26, 2013

quarta-feira, agosto 21, 2013

Por que as mulheres amam os cafajestes?

O título pode ser forte. No entanto, a verdade é que quando o coração começa a bater, muitas moças se envolvem rapidamente e a razão não encontra espaço. A mulher desprevenida cai na armadilha da paixão e encontra desculpas e racionalizações para se entregar a alguém que não teme ao Senhor. Gabrielle Pickle dá os retratos do insensato e do sábio de acordo com Provérbios, e incentiva a mulher cristã a guardar o seu coração para se guardar de um relacionamento doloroso. Um artigo para as adolescentes e jovens, e suas conselheiras.

Por que as mulheres amam os cafajestes?
Gabrielle Pickle

“Ela está doida?!”” — exclamei em total desespero diante daquilo que eu assistia na televisão. “”As mulheres podem agir de maneira tão absurda. No instante em que o nosso coração é seduzido, ligamos o interruptor da tolice!”

No enredo de um filme antigo de espionagem, que costumava passar na televisão, uma moça de sanidade questionável namorava um bandido. Naturalmente, ela recusava admitir que ele fosse de fato um bandido, pois ele não era totalmente mau e ela o amava. Quando as autoridades a confrontavam com provas das várias namoradas que ele tinha, ela negava o fato e dizia: “Não, ele me ama de verdade. Não há outra. Ele não pode deixar a esposa por causa dos filhos, mas ele me ama de verdade””. As autoridades ajudaram essa moça e sua família a escapar de perigos e ofereceram proteção. No entanto, ela não conseguia se afastar do homem que amava. Chegou a recusar a proteção policial, colocando sua família em perigo para se encontrar com o bandido. Quando os dois reataram o relacionamento, ele tentou matá-la porque ela era a única testemunha de um crime. As autoridades agiram, prenderam o bandido e salvaram a sua vida. Em lugar de agradecer, ela atacou um dos policiais, irada porque eles a separaram de seu namorado. Ela ignorou a infidelidade, as atividades criminosas e a tentativa de lhe tirar a vida. Tudo isso porque ela gostava do rapaz.

Por mais louca que aquela moça possa parecer, eu me identifico com ela. Não, eu nunca namorei um bandido, mas já ignorei comportamentos contrários à Bíblia, já racionalizei a ultrapassagem de sinais vermelhos nos relacionamentos e risquei itens da minha “lista” porque o rapaz que era objeto do meu apego emocional não tinha aquelas qualidades.

Como mulheres, quando o nosso coração é seduzido, a tendência é perdermos o senso de lógica. Mesmo que essa não seja a nossa experiência, no mínimo todas nós conhecemos mulheres que se envolvem com homens mentirosos e agressivos. Elas se apaixonam e dizem a si mesmas que eles têm potencial para mudar, que elas podem ajudá-los a mudar e, então, acreditam em suas mentiras porque estão ligadas emocionalmente a eles.

Por que isso acontece? Com o amor de uma mulher, vem uma confiança resoluta. Deus criou a mulher para ser a auxiliadora do homem, o que inclui apoiá-lo nas grandes lutas e confiar nele acima de tudo. Não há nada que capacite mais um homem do que a confiança e o apoio resolutos de sua esposa. Um conselheiro conjugal respeitado observou que “um homem normalmente não alcança um patamar de respeito acima daquele que sua esposa tem por ele”. O amor, a confiança e o apoio de uma mulher é algo bom, planejado por Deus para fortalecer o relacionamento conjugal. O problema é que as mulheres, com frequência, entregam-se emocionalmente a um homem antes que o casamento seja nem mesmo mencionado. Esta é uma das razões por que as Escrituras reforçam a importância de guardar o coração. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Pv 4.23).


  • Quem é o cafajeste? … … Provérbios o chama de insensato, tolo, louco
  • O insensato não teme a Deus - (Sl. 53.1)
  • O insensato é arrogante, ignora a instrução, o ensino e o conselho de pessoas piedosas - (Pv. 1.7)
  • O insensato é complacente com o pecado em sua vida (uma segurança falsa em si mesmo) - (Pv 1.32)
  • O insensato tem palavras que não são confiáveis (ele é dado a mentira, calúnia e mexerico) - (Pv 10.8, 10, 14, 18, 18:6-7)
  • O insensato não honra seus pais - (Pv 10.1, 15.5, 15.20, 17.21, 17.25)
  • O insensato tem prazer no pecado, diverte-se com ele – (Pv 10.23)
  • O insensato é impetuoso e irresponsável - (Pv 14.16)
  • O insensato é irritadiço e se envolve em contendas - (Pv 14.17, 20.3)
  • O insensato não aprende com seus erros - (Pv 17.10)
  • O insensato tem muitos pensamentos para expor, mas não estão fundados na sabedoria das Escrituras - (Pv 18.2)
  • O insensato confia em si mesmo – (Pv 28.26)


Recupere o seu coração
Se você leu a lista acima e percebeu que está namorando um homem insensato, está noiva, apaixonada ou interessada por ele, a Bíblia é muito clara. Se você não está casada com ele, você deve terminar o relacionamento. Ponto final. Se o rapaz ou homem não está seguindo a Cristo, ele não é uma boa influência em sua vida. Logo ele começará a fazer com que você abaixe o seu padrão de acordo com o dele, se é que ele já não o fez. “Não se deixem enganar: As más companhias corrompem os bons costumes (” 1Co. 15.33). Ele pode se dizer cristão ou até ser um líder de estudo bíblico ou parte da equipe de liderança de uma igreja − mas se o comportamento dele não honra a Deus, você não deve se unir a ele.

Por empatia, posso sentir o pânico que brota na sua garganta à medida que você lê esses versículos bíblicos. Sei que apenas o pensamento de terminar com o rapaz faz com que você passe mal. Sei que você não consegue imaginar como irá lidar com a falta dele ou como será o seu futuro sem ele. Mas ao pedir que você termine este relacionamento, Deus procura poupar você, filha querida dele, de muita dor de cabeça e de consequências negativas no futuro. Provérbios adverte: o companheiro de um insensato sofrerá dano. “Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau” (Pv 13.20). Obedeça agora e confie em Deus para curar o seu coração arrebentado.

>> Continue a leitura em Conexão Conselho Bíblico.

Nota do editor: fui incentivado a colocar este post. De fato, a pergunta é interessante e, segundo minha experiência e o compartilhar de algumas amigas, o título deste e-mail reflete uma triste realidade. Veja um post que ratifica a afirmação e tenta explicar de um paradigma horizontal: http://www.casalsemvergonha.com.br/2012/04/17/as-7-coisas-que-a-mulher-gosta-no-cafajeste/

O papel do homem e da mulher no ministério

Por John Piper




>> Veja este post no novo Template de Todah Elohim (clique)

segunda-feira, agosto 19, 2013

Charles Ryrie: Estima pela compreensão do significado


 A estima pela compreensão do significado das palavras deve estar presente em todo cristão, em especial àqueles que creem na suficiência e inerrância das Escrituras. "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra" (2Tm 3.16-17 NVI). Seguramente nenhum cristão quer confundir seus ouvintes sobre a mensagem do Evangelho: Deus enviou seu filho Jesus para que através da fé tivéssemos acesso à vida eterna.

-- Charles Ryrie (So Great Salvation)

domingo, agosto 11, 2013

As últimas palavras de um pai em seu leito de morte (1Rs 2.3-9)

Por T. Zambelli
Baseado no estudo, nas palavras e expressões de Paul Tripp (David's Dying Words)



Pense por um momento: se você estivesse em seu leito de morte, com seu(s) filho(s) em pé ao seu redor, o que você diria?
  • “Filho, eu me esforcei ao máximo para ser um bom pai. Perdoe-me pelo o que eu não consegui fazer por você.”
  • “Filho, não se case com Joana.”
  • “Filho, a senha do meu e-mail é ‘Jesus!’”
  • “Filho, aqui está a chave do meu carro.”
  • “Filho, a mamãe ainda não sabe, mas você tem outra família...”
Seguramente este é um momento singular e é bem provável que até hoje você nunca tivesse pensado nisso. Na Bíblia, o escritor do livro de Reis nos conta a história do caso de Davi. Vejamos o que ele disse a Salomão em seu leito de morte (1Rs 2.3-9).

1. Força e masculinidade
Seja forte e seja homem (v.2).

Primeiramente, deixe-me dizer o que Davi não está dizendo: “Mostre a todos que ninguém levanta mais peso do que você, fale grosso, beba e não caia, deixe a barba crescer, intimide as pessoas com sua presença.” A definição de Davi para força e masculinidade não tem a ver com a figura de um “macho-man.”

Davi conhecia a correta perspectiva sobre ser um homem, um homem forte. Foi ele quem disse o Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, e dele recebo ajuda (Sl 28.7 – grifo meu). Davi reconhecia que a força de um homem tem total relação com Deus.

Mas Davi não era alguém simplesmente informado sobre a teologia da força. Ele verdadeiramente viveu o que conhecia: O Senhor que me livrou das garras do leão e das garras do urso me livrará das mãos desse filisteu (1Sm 17.37 – grifo meu).

Davi queria que seu filho Salomão, o novo rei de Israel, tivesse certeza de onde encontrar a verdadeira força e masculinidade: em Deus.

2. Obedeça os preceitos de Deus
Obedeça ao que o Senhor, o seu Deus, exige: Ande nos seus caminhos e obedeça aos seus decretos, aos seus mandamentos, às suas ordenanças e aos seus testemunhos, conforme se acham escritos na Lei de Moisés (v.3).

E para encontrar e entender essa força e masculinidade era preciso Salomão se atentar à aliança de Deus. Paul House escreveu: “De acordo com Davi, Salomão somente seria forte e um homem se ele preservasse a aliança mosaica. Ele devia se empenhar para obedecer o que Deus exige. Essa obediência dos padrões de Deus deveria amadurecer para um estilo de vida, um andar nos caminhos do Senhor. Como alguém alcança este estilo de vida? Absorvendo os vários elementos da Lei de Moisés.”[1]

Semelhantemente, Constable disse: “Salomão foi encorajado em ser forte e manter a Palavra do Senhor. Ele devia se portar como um homem ao ser valente, em defender o que era certo e se colocar contra o que era errado. Ele devia observar o que o Senhor exigia no sentido de obediência a Yahweh.”[2]

Salomão foi chamado por Deus para ser Rei de Israel. Como cabeça da nação divinamente escolhida, a melhor escolha era conhecer Aquele que o chamara e como desenvolver o serviço que lhe era devido.

E você, qual o seu chamado/vocação? Prefeito? Pedreiro? Político? Padeiro? Pedicure? Pizzaiolo? Policial? Preparador físico? Produtor rural? Professor? Pastor? Psicólogo? Dentre todas essas opções que eu creio ser também pessoal, Deus nos chamou soberanamente para sermos seus filhos[3] e, como tal, temos obrigações a cumprir com Ele. Como seremos fortes se não conhecermos a origem da força? Se não nos conhecermos segundo Aquele que nos criou? Para cumprir bem o nosso papel de filho de Deus, precisamos nos atentar e guardar o que Ele propõe (e já propôs).

3. Observe a recompensa
assim você prosperará em tudo o que fizer e por onde quer que for... (v.3).

Davi era um pai que conhecia os resultados de pisar fora dos caminhos do Senhor. Apesar do perdão de Deus, Davi colheu frutos amargos pelas equivocadas escolhas.[4] Seu desejo, como de todo pai piedoso, era que seu filho não experimentasse destes mesmos frutos, ao contrário, que Salomão persistisse nas recompensas da obediência, de guardar as exigências, os decretos, os mandamentos, as ordenanças e os testemunhos que constam nas Escrituras.[5]

Davi não somente conhecia os frutos amargos, mas os doces, frutos que Deus nos dá em recompensa pela nossa obediência. Sim, Deus também nos dá conforme andamos de acordo com Sua vontade.[6] Mas atenção e não confunda, a correta perspectiva de felicidade, de prosperidade para Deus, é totalmente diferente da perspectiva humana e carnal. Foi Deus, como Criador, que definiu os verdadeiros parâmetros da alegria. Fora de Deus ninguém poderá ser genuinamente próspero. Ser feliz é possível quando reconhecemos que Deus é tanto o caminho quanto o fim deste objetivo. Reflita: ser perseguido, insultado e caluniado por causa de Cristo é característica de alguém feliz para você? Seguramente é para o Messias (veja Mt 5, o sermão do monte).

Nunca negligencie o conhecimento das Escrituras. Ele é a base para discernirmos a vontade de Deus que, a rigor, nos mostra que o caminho da satisfação humana, aquele pleno prazer, tem Deus como meio e fim de uma busca. Deus é o alvo, mas também o meio para acertarmos este alvo: eis a orientação de Davi para Salomão.

Persista em buscar as recompensas de Deus. Foi proposta dEle o processo meritório de felicidade. Ao buscarmos o alvo correto pelos meios corretos, garantias de bênçãos são dadas pelo justo e benevolente soberano Senhor.

4. Viva para além de si mesmo
e o Senhor manterá a promessa que me fez: ‘Se os seus descendentes cuidarem de sua conduta, e se me seguirem fielmente de todo o coração e de toda a alma, você jamais ficará sem descendente no trono de Israel’ (v.4).

É muito difícil vivermos uma vida além de nós mesmos. Pessoalmente, todos os dias penso muito em mim mesmo, nas minhas necessidades, nos meus sentimentos, nos meus planos.

Imagino e creio que não sou o único que acorda de manhã e não pensa imediatamente nos grandes propósitos do Reino de Deus. Foco minhas orações nos MEUS afazeres, nos MEUS compromissos e na MINHA obediência e dependência de Deus. Mas Davi quer que seu filho Salomão perceba que ele precisava viver além de si mesmo, observando, em especial, a conduta de seus filhos e filhos de seus filhos.

Estou convencido que filhos de crentes não nascem crentes. No entanto, homens piedosos são abençoados por Deus, que converte seus corações e mudam seus paradigmas sobre Jesus (arrependem-se) tornando-se filhos do mesmo Pai. Note bem, homens PIEDOSOS! Isso significa homens que reconhecem a mão do Senhor em suas histórias, que praticam, começando em suas famílias, o discipulado.

Em suma e numa paráfrase, eu diria que Davi falou: “Salomão, Deus está de olho em você e toda sua prole. Não se esqueça de suas responsabilidades para com eles, fundamentada na responsabilidade que você tem com Ele.”

5. Discirna o mal e o bem e aja sabiamente
"Você sabe muito bem o que Joabe, filho de Zeruia, me fez; o que fez com os dois comandantes dos exércitos de Israel, Abner, filho de Ner, e Amasa, filho de Jéter. Ele os matou, derramando sangue em tempos de paz; agiu como se estivesse em guerra, e com aquele sangue manchou o seu cinto e as suas sandálias. Proceda com a sabedoria que você tem, e não o deixe envelhecer e descer em paz à sepultura. "Mas seja bondoso com os filhos de Barzilai, de Gileade, admita-os entre os que comem à mesa com você, pois eles me apoiaram quando fugi do seu irmão Absalão. "Saiba que também está com você Simei, filho de Gera, o benjamita de Baurim. Ele lançou terríveis maldições contra mim no dia em que fui a Maanaim. Mas depois desceu ao meu encontro no Jordão e lhe prometi jurando pelo Senhor que não o mataria à espada. Mas, agora, não o considere inocente. Você é um homem sábio e saberá o que fazer com ele; apesar de ele já ser idoso, faça-o descer ensanguentado à sepultura". (vv.5-9)

Acredito serem desnecessários os esforços de teólogos e pregadores para minimizar o teor de vingança apresentado no texto. Evidentemente, equilibrar perfeitamente a satisfação de vingança e recompensa e os reais perigos à dinastia apresentados por Davi parece impossível. No entanto, a orientação do pai Davi a seu filho Salomão não tinha como foco reconhecer esta harmonia, mas, nas palavras de Paul Tripp:

“Eu resumiria a quinta orientação de Davi a Salomão assim: lide definitivamente com o que é mau e seja rápido para premiar o que é bom. Joabe era um homem sedicioso e um assassino; o mal precisava ser tratado. Simei era um homem que tinha amaldiçoado Davi; isso precisava ser tratado. Davi está dizendo a Salomão: ‘Não se relacione com estes do mal. Não deixe que esse mal comece a infectar o seu reinado. Não dê abertura para ser influenciado no conselho desses homens. Esse mal precisa ser tratado, e de forma definitiva’”.[7]

Ainda que as orientações fossem desejos reais do rei Salomão em seu leito de morte, o agir cabia exclusivamente ao sucessor do trono, Salomão. Era ele quem deveria prezar e avaliar as palavras de seu pai e proceder segundo seu juízo. O próprio pai reconhecia ser seu filho capaz desta avaliação: Proceda com a sabedoria que você tem (…) Você é um homem sábio e saberá o que fazer com ele.

Ensinar a discernir entre o certo e o errado é primariamente uma tarefa dos pais. Conhecimento das Escrituras é sempre necessário e felicidade é o resultado de uma boa decisão: Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! (Sl 1.1 NVI- grifo meu.)

Conclusão

Quando este fato histórico ocorreu, Davi tinha 40 anos de experiência como rei. Apesar do famigerado rei não ter sido apresentado nas Escrituras como exemplo de pai (cf. 1Rs 1.6), suas palavras revelam genuínos desejos de sucesso para seu filho. Todavia, um sucesso que fama, poder e beleza não serviam para ressaltar a vida de um homem, mas as obras de um soberano Deus, cujos poderes de salvação e perdão deram eterna alegria a Davi. Paulo, citando Davi, escreveu: "Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados. Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa". (Rm 4.6-8 NVI).

Continuo orando para que todo pai conduza seu(s) filho(s) às verdades de Deus, em especial, na pessoa e obra de Jesus Cristo, o Evangelho da salvação.



[1] House, P. R. (1995). 1, 2 Kings. The New American Commentary (Vol. 8, p. 96). Nashville: Broadman & Holman Publishers.
[2] Constable, T. L. (1985). 1 Kings. (J. F. Walvoord & R. B. Zuck, Eds.)The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 491). Wheaton, IL: Victor Books.
[3] Segundo João 1.12, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus.
[4] Adultério e assassinato, como os mais conhecidos.
[5] Note a ênfase de onde encontrar conhecimento a respeito de Deus e a suficiência disso para vida do adorador: na Lei de Moisés, ou seja, a Bíblia daquele tempo.
[6] O que não podemos confundir é que a igreja não está debaixo do mesmo sistema de bênçãos e maldição que Israel.
[7] TRIPP, Paul. David’s diyng words. http://paultripp.com/wednesdays-word. Recebido por e-mail no dia 07/08/2013.

sábado, agosto 10, 2013

Salmo 85: O perdão de Deus e a genuína alegria

Por T. Zambelli

Hoje eu li o Salmo 85. A leitura de um texto de Thomas Tronco me ajudou bastante na reflexão do texto sagradado. Apesar de eu não conhecer Thomas pessoalmente, tenho sido muito edificado por suas observações no saltério.

Com a leitura fui conduzido a refletir sobre as bênçãos que é ser perdoado por Deus. A Torah é clara em mostrar como Deus deixaria de fazer Seu povo prosperar caso ele fosse desobediente. São inúmeras as vezes que as Escrituras mostram a desobediência da nação escolhida.

Não estamos debaixo do mesmo efeito legal que Israel, mas igualmente perdemos a comunhão com Deus quando estamos submissos à nosa vontade (pecaminosa). Reconhecer nossos erros e clamar a Deus por perdão é essencial para que estejamos em comunhão com Ele. "Oh Senhor, tenho muito para conversar contigo sobre minha vida, muito para falar sobre meus erros. Preciso de Ti."

Além de reconhecer que sou devedor a Deus, pecador impetuoso e que preciso, contantemente de pedir perdão a Ele, bem como ser grato pela constante paciência e benevolência para comigo, chama minha atenção como os filhos de Corá (salmistas neste caso) escreveram:  Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em Ti se regozije o teu povo? (v.6) Em Yahweh eu tenho vida! É nEle que há genuína alegria! Encontro, nesta passagem, mais uma vez a verdade que tenho tentado inculcar: Deus não é somente o caminho, o meio para que eu encontre alegria. Ele é também próprio fim, a própria alegria! "Senhor, ajude-me a desejá-lO mais, emocional e cognitivamente, com todo o meu ser, que tu és alegria e vida para mim e todos que o Senhor mesmo criou."



Que eu não me esqueça:
  1. Preciso pedir perdão para Deus de todos os meus pecados;
  2. Preciso buscar alegria nEle. 
Publicado originalmente em Pensei Neste Dia.

quarta-feira, agosto 07, 2013

O Nome



O Nome
Por Henry W. Frost
Existe um nome, palavra bendita
De fama interminável, certamente infinita,
De Deus amado, dos santos reverenciado,
Por anjos e arcanjos sempre cultuado,
Por Deus decretado antes de o mundo existir,
Teve um anjo a tarefa de a um homem transmitir,
Proclamado por homens, crido e adorado
No louvor e na oração dos corações derramado.
O tema de sacerdote, rei e profeta,
A palavra que o poético salmista projeta,
Por peregrinos bendita, por sofredores cantada,
A última palavra por mártires pronunciada.
Nome mais precioso, de sublime compasso,
Supremo reinando sobre tempo e espaço,
Destinado a viver e a tudo conquistas
'Té que todo joelho a Ele se dobrar
E toda língua confesse o que Deus proclame,
Nome dos nomes, glorioso ditame,
Nome que nos céus será realidade,
O único a durar por toda a eternidade;
Proclama, ó minh'alma, louvor que faz jus,
Ao nome indescritível - o nome de Jesus