quarta-feira, janeiro 30, 2008

Pastoreando o coração da criança - o que é uma boa educação?

Creio que somente precisarei de mais um dia para terminar de ler um excelente livro que comecei ontem pela tarde: "Pastoreando o Coração da Criança", por Tedd Trip (ed. Fiel). Achei o livro leitura obrigatório para qualquer pai, mesmo para aquele que ainda não creu no sacrifício de Jesus Cristo por ele na cruz também.


Ainda não tenho filhos, mas os desejo. Ouço amigos que ainda não têm filhos, e até mesmo pais com filhos na adolescência falarem: "é muito difícil criá-los segundo às Escrituras nos ensinam." Geralmente, o ponto mais discutido é sobre a educação acadêmico-escolar, sobre o medo de "soltar" o filho para ser educado sem a ética cristã. Transcrevo abaixo um parágrafo do livro:

E os objetivos acadêmicos? Geralmente, os pais enviam seus filhos à escola e os pressionam a obter boas notas. Boas notas são um objetivo bíblico? Que passagens sustentariam este objetivo? Então, os pais acrescentam aos objetivos não-bíblicos os incentivos não-bíblicos: "vou lhe dar um dólar a cada vez que você obter um 'A' em um teste escolar"; ou, talvez, digam: "Se estudar bastante, você poderá obter um bom emprego e ganhar muito dinheiro quando crescer". Um objetivo bíblico? Dificilmente! As Escrituras dizem o contrário: "Não se desgaste para ficar rico". Não estou negando de modo algum que aqueles que são fiéis serão ricamente recompensados. É claro que isso é verdade, mas não se pode trabalhar apenas tendo esse objetivo como recompensa. Ao contrário você deve enviá-los à escola sem nenhuma pressão por boas notas. Notas têm importância, se o seu filho aprender com isso a esforçar-se diligentemente para Deus.

Enquanto eu fazia meu primeiro e segundo grau, até mesmo minha graduação na universidade, acreditei que ser um bom aluno inexoravelmente resultaria em um bom emprego. Não foi assim comigo, tampouco com muitos bons alunos que pegaram o canudo na tão esperada colação de grau.

Hoje, mais do que somente olhar para meus amigos da universidade, vejo muitos que, como eu, estudaram em um excelente colégio particular que trabalham em lugares e tem cargos de pessoas que ainda batalham por seu diploma de segundo grau. Da mesma forma, vejo amigos que anos após anos ficavam de "exame final" ou "recuperação" e hoje são a massa fina das empresas que trabalham. Também vejo aqueles que levaram o curso na universidade com pouca seriedade (ou com muito gracejo) com ótimos empregos, especialmente por causa de Q.I. ("Quem Indica").

Empiricamente, percebi que o futuro empregatício de alguém não está totalmente dependente dos bons resultados acadêmicos. Note que isso não isenta o aluno de esforço para alcançar boas notas, mas com a correta motivação: Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens (Colossenses 3.23).

Em nossa cultura, um bom currículo acadêmico traz prestígio e um bom desenvolvimento psicossomático é importante para laços sociais, todavia, o que é fundamental? Como futuro pai, quero poder citar a passagem de 3 João 4 sem titubear: Não tenho alegria maior do que ouvir que meus filhos estão andando na verdade*.

Proporcione ao seu filho a quantidade suficiente de escolaridade, porém dê a ele o máximo da instrução que precisa para um relacionamento íntimo com Deus.

*João usa a palavra "filhos" como pupilos, discípulos; como alguém que dá crédito ao seu ensino.

terça-feira, janeiro 29, 2008

St Antony: a eterna batalha

Who sits in solitude and is quiet has escaped from three wars:
Hearing, speaking, seeing; yet against one thing shall he continually battle: that is, his own heart.


Aquele que se coloca em solitude e é sereno, já escapou de três guerras:
Ouvir, falar e ver, entretanto, contra uma coisa ele continuamente batalhará: contra seu próprio coração.


-- St. Antony

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Da Profissão à Vocação

Excelente texto, por Ricardo Barbosa de Souza (28/03/2005).

Alguns dias atrás, ouvi um pastor afirmar, até com certo orgulho, que atendia uma média de 30 pessoas por dia em seu gabinete pastoral. A princípio, aquela afirmação me deixou pasmo. Nunca tinha ouvido falar de alguém que tivesse conseguido tal façanha.

Considerando que este pastor trabalha ininterruptamente (sem parar para almoço, água, cafezinho, banheiro etc.), das 8 da manhã às 6 da tarde, ou seja, 10 horas por dia, ele disporia apenas de 20 minutos para cada pessoa, isso sem contar o tempo que se perde entre a saída de uma e a entrada de outra.

Vinte minutos para ouvir os dilemas da alma e do coração, aconselhar, orientar e orar com cada um. De duas uma: ou há certo exagero nos números, comum nas estatísticas dos pastores no Brasil, ou o significado da vocação pastoral foi completamente perdido.

Não pretendo, aqui, analisar este fato específico, e sim fazer algumas considerações em torno da figura do pastor no mundo moderno. As mudanças que têm ocorrido no mundo são profundas e rápidas e, inegavelmente, afetam tanto a igreja como o sacerdócio.

A Igreja moderna transformou-se num negócio, numa empresa, e o pastor num executivo que luta para se manter no mercado. Esta é, talvez, uma das mudanças mais significativas e sérias que estamos atravessando.

Somos agora executivos eclesiásticos, circulando com agendas eletrônicas, telefones celulares, secretárias, auxiliares e assistentes, para atender a um volume cada vez maior de reuniões, entrevistas, conferências, aconselhamentos, etc.

Ser uma pessoa ocupada tornou-se um símbolo de "status" e sucesso tanto no mundo secular como no religioso. Ter uma agenda repleta de compromissos é sinal de competência; afinal, ninguém considera um médico competente se a sala de espera do seu consultório se encontra absolutamente vazia, e ele, confortavelmente sentado em sua cadeira lendo uma boa revista.

Para alguém ser considerado competente, precisa estar com a agenda dos próximos meses completamente cheia. Este sim é um bom profissional.

Nesta busca por sucesso e "status" não temos mais tempo para construir amizades verdadeiras e profundas, nem tempo para caminhar com nossos amigos no caminho do discipulado. Não temos tempo para ouvir as histórias dos velhos, os dramas dos mais novos e as crises da alma humana. Dispomos apenas de 20 minutos!

Vivemos hoje um processo de profissionalização do sacerdócio, o qual vem deixando de ser uma vocação para tornar-se uma profissão, e isto faz uma diferença tremenda nos resultados.

Henri Nouwen, em seu livro Creative Ministry apresenta três perigos ou armadilhas que estes líderes profissionais enfrentam.

O primeiro é o perigo do concretismo.

Trata-se da tendência ou inclinação de ter como motivação principal os resultados objetivos e concretos decorrentes das ações do ministério.

Muitos líderes encontram-se frustrados porque os resultados que esperam nem sempre aparecem com a rapidez e a objetividade desejadas.

O profissionalismo nos induz a avaliar o ministério por resultados mensuráveis. No entanto, o ministro da reconciliação que atua na promoção do encontro do homem com Deus, com o próximo e consigo mesmo, não pode avaliar seu ministério por resultados mensuráveis estatisticamente.

O segundo é o perigo do poder.

O líder profissional encontra-se constantemente diante do perigo de criar pequenos reinos para si mesmo. O profissional necessita ser reconhecido, admirado, aclamado.

Precisa se sentir superior aos outros e preservar sua posição para mantê-los cativos e dependentes. Geralmente o líder profissional é cercado de admiradores e não de discípulos, de dependentes emocionais e não de amigos. O poder impede que as pontes de amizade e comunhão sejam estabelecidas. O líder profissional que cai na armadilha do poder acaba tornando-se um antiministro da reconciliação.

O terceiro é o perigo do orgulho.

O líder profissional reconhece que as mudanças precisam acontecer, empenha-se em converter as pessoas, mas é tentado a pensar que ele próprio não precisa de conversão. Em vez de reconhecer que é parte da comunidade que serve, veste a fantasia de "messias", de alguém intocável, sempre correto e justo.

A natureza da vocação é essencialmente relacional. Somos chamados para promover a reconciliação. Este chamado envolve mais do que a capacidade de executar projetos de natureza religiosa ou conversas de 20 minutos; envolve a arte de penetrar nos lugares secretos da alma humana e trazer para dentro deles a presença divina, conduzindo-a à experiência da oração e ao encontro com o Criador. Isto exige tempo. A profissionalização do ministério nos torna desumanos, mais preocupados conosco e com nosso sucesso do que com a vida e seus afetos.

Algum tempo atrás uma paroquiana abordou-me mais ou menos assim: "Sei que você é uma pessoa bastante ocupada, e que quase nunca tem tempo, mas gostaria de conversar um pouco".

Talvez devesse ficar contente com este "elogio", mas, se não tenho mais tempo para conversar com as pessoas, se estou tão absorvido com meus "negócios" que já não disponho de tempo para o pastoreio, se minha agenda anda tão cheia a ponto de não poder sentar e ouvir um pouco as conversas sobre a vida, que tipo de pastor eu sou? Precisamos resgatar a natureza da vocação da Igreja e do pastor. Afinal, não fomos chamados para o mercado, mas para a vida.

domingo, janeiro 27, 2008

As Ruas do Inferno...

The streets of hell are paved with good intentions.

As ruas do inferno são pavimentadas com boas intenções.

Mark Twain



sexta-feira, janeiro 25, 2008

When you are in the final days of your life, what will you want? ...Will you hug that college degree in the walnut frame? Will you ask to be carried to the garage so you can sit in your car? Will you find comfort in rereading your financial statement? Of course not. What will matter then will be people. If relationships will matter most then, shouldn't they matter most now?

Quando você está nos últimos dias de sua vida, o que você vai querer? ...Vai abraçar aquele diploma da faculdade na moldura feita com nozes? Vai pedir para ser carregado até a garagem para sentar em seu carro? Vai achar conforto ao reler sua declaração financeira? Claro que não. O que importará, serão as pessoas. Se relacionamentos serão mais importantes no leito de morte, não deveriam ser o mais importante agora?

Max Lucado


Pessoas sadias sabem que relacionamentos (humanos) são importantíssimos para "n" coisas. No entanto, pessoas sadias também sabem que relacionamentos profundos não são fáceis de serem preservados. A natureza pecaminosa do homo sapiens faz dele "duro de roer". As palavras acima dão "pano para a manga" para diferentes assuntos, mas recorda-me especialmente de uma passagem:


Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor (Efésios 4.2)

terça-feira, janeiro 22, 2008

Martinho Lutero - Justificação

Sobre a justificação do homem, há escritos ininterruptos desde o tempo dos apóstolos. Tal doutrina ainda causa divisão entre aqueles que são filhos de Deus, bem como entre aqueles que dizem serem.

Um dos maiores marcos da separação entre pessoas que levantam a bandeira cristã, foi com Martinho Lutero (Martin Luther ou Luder em alemão). Certa vez, em seu prefácio aos escritos em latim de 1545, ele escreveu:

Noite e dia eu ponderei até que vi a conexão entre a justiça de Deus e a afirmação de que o justo viverá pela fé. Então eu compreendi que a justiça de Deus era aquela pela qual, pela raça e pura misericórdia, Deus nos justifica através da fé. Com base nisto eu senti estar renascido e ter passado através de portas abertas para dentro do paraíso. Toda Escritura teve um novo significado e, se antes, a justiça me enchia de ódio, agora ela se tornou para mim inexpremivelmente doce em um maior amor. Esta passagem de Paulo se tornou para mim um portão para o céu... ("Martinho Lutero: o reformador monumental," Glimpses, Christian History Institute.)

Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo viverá pela fé" (Romanos 1.17).

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Montaigne: Viver para os outros e para si mesmo

He who does not live in some degree for others, hardly lives for himself.

(Tradução) Aquele que não vive em algum grau para com os outros dificilmente vive para consigo mesmo.

-- Montaigne

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Henry D. Thoreau - Investimento que Nunca Falha

Goodness is the only investment that never fails.

(Tradução)
Bondade é o único investimento que nunca falha.

-- Henry David Thoreau

...mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.
Gálatas 5.21,22